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Nem a sucessão de hits salva 'Viva Tim Maia!' da apatia

Produto final da turnê nacional promovida por uma empresa de cosméticos, que uniu a cantora baiana Ivete Sangalo e o rapper paulistano Criolo em torno do repertório do cantor e compositor carioca Tim Maia (1942 – 1998), o CD ‘Viva Tim Maia!’ chega às lojas via Universal Music. Produzido por Daniel Ganjaman, com direção artística do eclético Paul Ralphes, o álbum traz doze canções do repertório do show. Gravadas em estúdio, são quatro solos de cada um mais quatro duetos. Arranjos reverentes e, quase sempre pálidos, corroboram para a falta de personalidade do álbum e ainda ressaltam a falta de brilho dos intérpretes. Sem a galera que ainda tira o pé do chão ao seu comando, Ivete Sangalo novamente bate ponto sem deixar transparecer a menor vontade de ir além. Suas interpretações desprovidas de alma, distantes do sotaque soul pessoal e intransferível do homenageado, não acrescentam nada aos hits ‘Não quero dinheiro (só quero amar)’ (Tim Maia) e ‘Réu confesso’ (Tim Maia). Ivete conse...

Fafá de Belém celebra 40 anos de carreira com disco popular

Estrela radiante da canção popular brasileira, a paraense Maria de Fátima Palha de Figueiredo sempre transitou por diversos gêneros que constituem a riqueza e singularidade da nossa música. Desde o primeiro e belo álbum ‘Tamba-tajá’ (1976), Fafá de Belém foi ampliando seu território, chegando a atravessar o Atlântico para aportar, com sucesso, em terras lusitanas. Indiferente aos limitadores rótulos que sempre quiseram lhe impor, Fafá chega aos 40 anos de carreira, contados a partir da gravação de ‘Filho da Bahia’ (Walter Queiroz) para a trilha sonora da novela ‘Gabriela’ (1975), lançando ‘Do tamanho certo para o meu sorriso’. Arquitetado pela cantora e pelo DJ Zé Pedro para sua gravadora Joia Moderna, o álbum de dez faixas foi produzido pelos paraenses Manoel Cordeiro e Felipe Cordeiro. Conectado à produção musical contemporânea do Pará, ‘Do tamanho certo para o seu sorriso’ abusa das programações eletrônicas, baixo sintetizado, teclados e guitarras pilotadas pelos competentes músi...

'Viamundo' é novo registro da criatividade e da técnica de Thiago Delegado

Lançado de forma independente, ‘Viamundo’ é o terceiro disco do violonista, compositor e arranjador mineiro Thiago Delegado. Transitando entre variantes do samba na maioria das faixas, o álbum predominantemente instrumental – e autoral – apresenta belos temas, como ‘ Cansei de ser enganado’, ‘Viamundo’ e ‘Sarau pro Sr. Mozart’ – este, um agradável chorinho, que homenageia o tradicional violonista e chorão mineiro Mozart Secundino. O acriano João Donato está presente na elegante ‘A camisa do Donato’. Com seu virtuoso dedilhado no violão de 7 cordas, Thiago também presta tributo ao famoso clube musical fundado nas ruas de Belo Horizonte na década de 1970 em ‘Clube do pagode da esquina’ (Thiago Delegado/ Aloizio Horta). Quatro canções recebem as vozes de artistas convidados. O buliçoso ‘Malandrote’ (Thiago Delegado/ Edu Krieger) traz Aline Calixto, cantora mineira que Delegado dirige há cinco anos, em bom momento. Outro conterrâneo, Fernando Bento canta com correção o samba ex...

Duas ótimas faixas que ficaram de fora de 'Estratosférica' são postas à venda

Lançadas oficialmente hoje pela gravadora Sony Music, apenas no formato digital, na chamada edição “deluxe” de ‘ Estratosférica ’, ‘Vou buscar você pra mim’ (Guilherme Arantes) e ‘Átimo de som’ (Arnaldo Antunes/ José Miguel Wisnik), as duas inéditas que ficaram de fora do recente disco de Gal Costa, já rodam entre os fãs há dias. Primeira composição de Guilherme gravada por Gal, a bossa nova ‘Vou buscar você pra mim’ é, ao lado de ‘Quando você olha pra ela’, a mais palatável das faixas. O autor de ‘Coisas do Brasil’ ratifica sua via pop-mpbística na canção que renderia melhor com um arranjo mais clássico. Já a etérea e conceitual ‘Átimo de som’ se revela uma belíssima canção, ao falar do sentimento que o som pode causar, feita na medida para a voz de Gal e encerraria ‘Estratosférica’ com precisão. Depois de ouvi-las e aprecia-las, vem a inevitável pergunta: Por que as duas ficaram de fora se são melhores do que muitas faixas irregulares, que diluem a beleza de ‘Estratosférica’?

Longe da música para as massas, Maria Gadú soa interessante em 'Guelã'

Terceiro álbum de estúdio de Maria Gadú, ‘Guelã’ (Slap/ Som Livre) vem provocando frisson entre os apreciadores das estranhezas sonoras, presentes em muitos lançamentos musicais contemporâneos. Produzido pela artista e pelo músico Federico Puppi, o novo CD da cantora e compositora paulistana aposta numa ambiência diferente, intensa, menos pop e muito mais interessante do que as dos seus discos anteriores. Minimalista e “orgânico” – para usar um termo da moda –, ‘Guelã’ foi gravado com uma banda base formada por Lancaster Pinto (baixo), Federico Puppi (cello e baixo), Tomaz Lenz (bateria) e Doga (percussão), além da própria Maria Gadú (violão/ guitarra/ teclado). Como um diário de bordo, o disco registra uma viagem personalíssima que, em alguns momentos, parece fazer sentido apenas para sua narradora, graças a versos, muitas vezes, enigmáticos – o que, neste caso, não tem nada de estranho, afinal estamos falando da mesma autora das incompreensíveis ‘Shimbalaiê’ e ‘Linda rosa’. Co...

A mineira Valsa Binária lança o disco '10'

Segundo disco da banda mineira Valsa Binária, ‘10’ apresenta dez faixas inéditas. A sonoridade, que se alterna entre o pop e o rock, embala as questões existencialistas, que pautam a maioria das composições coletivas. Há espaço para a crítica e bem-humorada ‘Receita’, o tema infantil ‘Nuno nu’ e a boa cantada, ‘Desinventar’. As melhores faixas são a melancólica ‘Melhor que sou’, a urgente (e mais interessante melodicamente) ‘A esquina’ e a trágica (e bem sacada) ‘O palhaço’. O disco pode ser baixado gratuitamente no site  ( valsabinaria.com.br )   do quarteto  formado por Leo Moraes (voz e guitarra), Danilo Derick (voz, guitarra, pianos e sintetizadores), Salomão Terra (baixo) e Rodrigo Valente (bateria).

Entre standars e inéditas, Quarteto Bruno Lara lança fluente DVD

Bruno Lara (guitarra), Renato Catharino (teclado), Alexandre Adão (contrabaixo) e Maurício Antunes (bateria) formam o competente Quarteto Bruno Lara, que lança o DVD ‘Blue lounge’ (Independente/ Fuga). Gravado ao vivo em estúdio, o correto registro audiovisual assinado por Nelson Faria (filho) tem arranjos e direção musical de Nelson Faria. O bom repertório mescla os standards ‘Stella by Starlight’ (Victor Young/ Ned Washington), ‘Insensatez’ (Tom Jobim/ Vinicius de Moraes) e ‘All blues’ (Miles Davis) e as composições originais do guitarrista, ‘Samba azul’ (Bruno Lara), ‘July’ (Bruno Lara), ‘Azul turquesa’ (Bruno Lara/ Antônio Portugal), ‘Zabot XYZ’ (Bruno Lara) e ‘A guitarra de Ogum’ (Bruno Lara), um acalorado frevo.   Os sopros de Marcelo Martins (sax tenor, flautas), Sérgio Galvão (clarinete, sax soprano), Jessé Sadoc (trompete, flugelhorn) e Aldivas Ayres (trombone) contribuem para a fluência da agradável apresentação.