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Márcio Lugó imprime as inquietações da vida urbana no CD 'Liberdade aparente'

‘Liberdade aparente’ é segundo disco do jovem cantor e compositor paulistano Márcio Lugó. Produzido por Lugó e Rafa Moraes, o álbum dá prosseguimento às reflexões propostas em ‘Desacelera’, disco de estreia de Márcio, de  2010. Lançado  de forma independente ‘Liberdade aparente’ mistura sons eletrônicos (programações, moog, efeitos) e acústicos (violão, acordeom, flauta) para falar sobre as inquietações da vida urbana em músicas como a faixa-título (“Cada vez mais dispositivos/ofuscando o nosso alvor”) e ‘Trégua’ (Márcio Lugó/Helena Margarida), que termina citando ‘Quadro negro’, contundente retrato das mazelas da cidade grande, de autoria de Lenine e Carlos Rennó: “O que prometeu não cumpriu/o fogo apagou a luz extinguiu”. Outro momento relevante é ‘Promessas’ (Márcio Lugó), suingada faixa aquecida pelos metais (trompete/trombone) de Natan Oliveira. É evidente o cuidado com os arranjos que imprimem inegável contemporaneidade ao álbum, que pode ser ouvido no site do ar...

Samba refinado é 'Matéria-prima' do novo álbum de Sombrinha

‘Matéria-prima’ é o mais recente álbum de Montgomery Ferreira Nunis, paulistano de São Vicente (SP), um dos fundadores do carioquíssimo grupo Fundo de Quintal. Mais conhecido como Sombrinha, autor de clássicos como ‘Ainda é tempo de ser feliz’ (c/ Arlindo Cruz/Sombra), ‘Não quero saber mais dela’ (c/ Almir Guineto) e ‘O show tem que continuar’ (c/Arlindo Cruz/Luiz Carlos da Vila), o sambista apresenta 16 faixas no CD produzido por Arlindo Cruz, lançado de forma independente . Os arranjos assinados por Ivan Paulo, Rafael dos Anjos, Fernando Merlino, Jorge Cardoso, além da dupla Sombrinha e Arlindo realçam a qualidade de composições como ‘Guerreiro protetor’ (Sombrinha/Arlindo Cruz), de irresistível pegada, ou ‘O amor você eu’ (Sombrinha/Nilton Barros/Rubens Gordinho) e ‘Perdeu valor’ (Sombrinha/Sombra), nas quais o trombone de Marlon Sette reforça o som de gafieira, igualmente sedutor. Embora o amor seja tema recorrente de faixas como ‘Felicidade pra dois’ (Sombrinha/Nilton Barro...

Samba cheio de bossa aclimata o 'arpoador' de Leo Tomassini

“... E melhor do que o silêncio só João”, sentenciou o discípulo Caetano Veloso em ‘Pra ninguém’ (1997), ao citar João Gilberto, cuja interpretação sabiamente (instintivamente?) é valorizada pelas pausas do velho mestre baiano, criador da famosa batida de violão que deflagrou a Bossa Nova. O ‘arpoador’ do carioca Leo Tomassini é banhado por ondas silenciosas desde sempre existentes nas obras dos baianos João, Caetano e Dorival Caymmi (1914 – 2008). A música do santo-amarense é, aliás, mina d’água das composições e do canto de Leo, que divide os vocais com o mestre em ‘elizabeth’ (Leo Tomassini), na qual o elegante flugel do músico Leandro Joaquim cita ‘Lindeza’ (Caetano Veloso). A bossa de violões cheios de bossa (de Pedro Sá, Mig Martins, Guinga, Nelson Jacobina, Rubinho Jacobina e Marcos Alves) perpassa a quase totalidade das faixas do segundo álbum solo de Tomassini, ex-Família Roitman, e convida o ouvinte a um mergulho nas águas tépidas da canção sem fronteiras, não obstante o...

Ney Matogrosso e Jussara Silveira se destacam em 2013

Em 2013 as paradas de sucesso foram dominadas pela tríade sertanejo-pagode-funk, não por acaso gêneros musicais que passam por notória simbiose. O estilo de interpretação oriundo do gospel norte-americano virou modelo ideal entre os candidatos ao estrelato musical e a indústria fonográfica remanescente repetiu a receita dos manjados projetos caça-níqueis travestidos de homenagem. Em outra ponta foram lançados incontáveis CDs de nomes da chamada cena indie , impulsionados pelas facilidades das tecnologias atuais, principalmente a internet. Dani Black, Toni Ferreira e Tulipa Ruiz, promissores representantes da nova geração notadamente influenciada pela MPB, conquistaram mais visibilidade. Meses antes da realeza da mesma MPB ter seu brilho embaçado por um inacreditável flerte com a velha e temível censura, Ney Matogrosso estreou ‘Atento aos sinais’, impactante espetáculo no qual mirou a produção de alguns dos novos nomes da cena musical brasileira e, de quebra pescou ‘Roendo as unha...

Sergio Britto faz bossa à sua maneira no CD 'Purabossanova'

Lançado pela gravadora Som Livre em outubro de 2013, o quarto disco solo de Sergio Britto, ‘Purabossanova’, traz a famosa batida de violão, nova bossa surgida no final dos anos 1950, em apropriado formato pop. O autor de vários sucessos do (atual) quarteto Titãs, troca, momentaneamente, o peso do rock’n’roll pelo doce balanço do gênero musical nascido no Rio de Janeiro, também sua terra natal. Fazendo bossa à sua maneira, Britto se destaca principalmente como compositor em faixas como ‘Completamente triste’, ‘Como iguais’ e ‘Purabossanova’, realçadas pelas elegantes participações de Alaíde Costa, Luiz Melodia e Rita Lee, respectivamente. Uma das raízes da Bossa Nova, o samba está presente em ‘Maria (l’autre chienne)’, cantada em dueto com Roberta Sá. O álbum produzido por Guilherme Gê e Emerson Villani vai além da ensolarada orla da Zona Sul carioca, trilhando o pop mexicano de Julieta Venegas (‘Lento’) e do argentino Charly García (‘Cancion para mi muerte’). A mítica Evita Perón...

Jussara Silveira lava nossa alma com sua ‘Água lusa’

Voz de muitas águas, Jussara Silveira volta a atravessar o Atlântico em seu novo álbum ‘Água lusa – Jussara Silveira canta Tiago Torres da Silva’ (Dubas Música/Universal Music). Após o belo ‘Flor bailarina – Canções de Angola’, no qual interpreta a música de compositores angolanos, a cantora mergulha nos mares do mais icônico gênero musical português, o fado. Sereia das mais melodiosas da música popular brasileira, Jussara derrama sua voz de aparente calmaria sobre os temas do escritor lisboeta Tiago Torres da Silva, compositor gravado por nomes do chamado ‘Novo fado’ de Portugal, com o habitual requinte, que permeia sua irretocável discografia. Em vibrantes interpretações, de tons elevados em instantes precisos, Jussara imprime a esperada carga dramática característica do fado tradicional, que influencia a música portuguesa contemporânea. A cantora beira a perfeição em ‘O mar fala de ti’ (Ernesto Leite/Tiago Torres da Silva), acompanhada pelo piano e o acordeão de Filipe Raposo....

Chitãozinho & Xororó renovam seu som em 'Do tamanho do nosso amor'

Chega às lojas neste mês de dezembro o CD e DVD ‘Do tamanho do nosso amor - ao vivo’, de Chitãozinho & Xororó. Gravado no dia 22 de agosto de 2012, no Wood’s Bar, em São Paulo (SP), o registro audiovisual lançado pela gravadora Universal Music atualiza a sonoridade da já veterana dupla.  Na estrada há mais de quarenta anos, os irmãos paranaenses ajudaram a formatar a música sertaneja que se tornou sucesso nos anos 1980 e 1990, quando aproximaram a música caipira tradicional do pop extremamente romântico e radiofônico, num movimento semelhante ao feito pelos pagodeiros. A pretendida roupagem contemporânea é obtida graças à eficiência do diretor e produtor musical Fernando Zor, que também assina a maioria dos arranjos com o músico Gabriel Júnior. Ele ainda participa do registro audivisual ao lado do parceiro Sorocaba, autor da faixa-título, com quem forma um das duplas mais conhecidas na nova cena sertaneja: Fernando & Sorocaba.  Guitarras cheias de energia garante...