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Toni Ferreira apresenta boas credenciais em seu álbum de estreia

Lançado pela gravadora Universal Music, o disco de estreia do cantor e compositor paulista Toni Ferreira traz seu nome como título. Nada mais natural para quem quer mostrar seu trabalho em um país dominado por vozes femininas. Os jovens cantores estão aí, mas curiosamente poucos conseguem se destacar nacionalmente. A julgar pela apresentação, Toni parece ter as credenciais necessárias para alcançar o sucesso. A voz agradável, cujo timbre moderadamente rascante lembra o de Cazuza (1958 – 1990), conquista. Bem produzido por Pélico e Jesus Sanchez, o CD ‘Toni Ferreira’ apresenta uma sonoridade enxuta e elegante. Entre violões de vários tipos, samplers e firmes delicadezas, a voz do cantor está sempre em primeiro plano. O álbum enfileira potenciais hits radiofônicos como ‘Olha só’ (Pélico), ‘Te falo amanhã’ (Maria Gadú), além da bem escolhida primeira faixa de trabalho, ‘Saber de uma alma’ (João Guarizo) – impregnada por uma sensação de nostalgia que transborda em outros momentos, c...

'Sou eu', primeiro CD da cantora Lu Oliveira, deixa boa impressão

‘Sou eu’, álbum de estreia da cantora fluminense Lu Oliveira, traz apenas dez faixas. Pode parecer pouco, principalmente para uma novata que “precisa” dizer a que veio, mas a opção se mostra acertada logo na primeira audição. A moça, de voz agradável e segura, soa sincera nas faixas arranjadas pelos experientes Arthur Verocai, Leandro Braga, Jacques Morelenbaum, João Carlos Coutinho e Cristovão Bastos, recrutados pelo produtor Zé Renato. A começar pela linda faixa-título assinada pelo maestro Moacir Santos (1926 – 2006) e pelo compositor Nei Lopes, é clara a escolha de um repertório que gira em torno do samba, sem que Lu chegue realmente a pisar no terreiro. Essa sensação fica mais evidente em ‘Baticum de samba’ (Roque Ferreira/ Paulo César Pinheiro, 2004), que carece da “cadência de tambor/ malícia de tantã”, enfim, da batucada reverenciada nos versos de Pinheiro. Paulo César também assina a letra de ‘Dia de graça’, samba que comunga a igualdade entre as etnias, lançado pelo pa...

No tempo de Elza Soares

"Todos juntos vamos/ Pra rua Brasil/ Salvem essa nação", pediu Elza Soares, atualizando os versos do famoso tema de Miguel Gustavo para a Copa de 1970 no show em cartaz no Teatro Rival, no Rio de Janeiro (RJ). Afiada, a cantora criticou o "novo" Maracanã em 'Aqui é o país do futebol' (Milton Nascimento/ Fernando Brant) e 'O campeão' (Neguinho da Beija-Flor): "Não tem mais arquibancada". Acompanhada pelo violonista João de Aquino, Elza ainda sacou a obscura, mas não menos apropriada, 'Dona baratinha' (Almeida Rego/ Newton Ramalho) lá dos anos 1960, para comentar o casamento da neta do empresário Jacob Barata. Elza Soares é cronista de seu tempo. E seu tempo é hoje.

Vanessa da Mata leva a música de Tom Jobim para o seu canto

Adequadamente levado para o estúdio, onde a tecnologia maquia imperfeições, o projeto ‘Vanessa da Mata canta Tom Jobim’ (Jabuticaba/ Sony Music) apresenta dezesseis clássicos de Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (1927 – 1994). Embora não seja a intérprete ideal de músicas como ‘Por causa de você’ (Tom Jobim/ Dolores Duran, 1957), ‘Sabiá’ (Tom Jobim/ Chico Buarque, 1968) e ‘Dindi’ (Tom Jobim/ Aloysio de Oliveira, 1959), Vanessa encara com decência a difícil tarefa de reler canções eternizadas por grandes vozes.  A partir dos arranjos assinados pelo maestro e pianista Eumir Deodato, o requisitado produtor Kassin soube criar uma ambiência contemporânea, próxima à sonoridade característica da discografia da cantora e compositora mato-grossense. Diferentemente da edição anterior do projeto concebido pela Nívea, não se tentou reviver o passado glorioso do homenageado através da extrema reverência. Tudo foi pensando de modo a deixar Vanessa da Mata minimamente confortável....

O samba de Alcione transita por vários quintais no ótimo CD 'Eterna alegria'

Depois do belo projeto ‘Duas faces’ (2011), com o qual comemorou seus 40 anos de carreira, Alcione volta a lançar um disco de inéditas. ‘Eterna alegria’ (Marrom Music/ Biscoito Fino), retoma a opção por um repertório mais alegre, já acenada no bom CD ‘Acesa’ (2009). Não espere por uma mudança radical de estilo no álbum que traz arranjos dos experientes Alexandre Menezes, Ivan Paulo, Jorge Cardoso, Julinho Teixeira, Paula Calasans e Zé Américo. O romantismo tão característico está presente em faixas como ‘Sentença’ (Serginho Meriti/ Claudemir/ Ricardo Moraes) e ‘Pontos finais’ (Ana Carolina/ Chiara Chivelo/ Dudu Falcão), impecavelmente interpretadas. O que difere ‘Eterna alegria’ dos discos lançados pela cantora na primeira década deste século, quando fez parte do elenco da gravadora Indie Records, é a qualidade das composições. A bonita ‘Êh, êh’, feliz parceira inaugural de Djavan e Zeca Pagodinho, conquista o ouvinte logo na primeira audição, graças à perfeita interação entre ...

'Rio Sonata', documentário sobre Nana Caymmi, é lançando em DVD

As grandes interpretações, o humor cortante e a intensidade com que sempre encarou a vida fazem de Nana Caymmi uma personagem especial. O cineasta franco-suíço Georges Gachot captou parte da rica história da filha de Dorival Caymmi em ‘Rio Sonata’ (2010), documentário   (clique aqui para ler a resenha) por ora lançado em DVD pelo selo ‘Quitanda’, de Maria Bethânia. Um belíssimo Rio de Janeiro parcialmente nublado serve de cenário para o sensível sobrevoo do diretor pela carreira da cantora. Gilberto Gil, Erasmo Carlos, Milton Nascimento e a dona da ‘Quitanda’, entre outros, falam da admiração pela colega famosa. ‘Rio Sonata’ tem distribuição da gravadora Biscoito Fino.

Lulu Santos canta e toca Roberto Carlos e Erasmo Carlos com maestria

Astro do pop-rock tupiniquim, Lulu Santos esbanja talento e criatividade em ‘Lulu canta & toca Roberto e Erasmo’, álbum dedicado ao repertório dos icônicos artistas vinculados à Jovem Guarda. Por mais que as treze canções escolhidas possam soar batidas à primeira vista, os inventivos arranjos assinados por Lulu rejuvenescem quase todas elas, sendo ‘É preciso saber viver’ (Erasmo Carlos/ Roberto Carlos) o momento mais fraco do disco lançando pela gravadora Sony Music. Recriada com sucesso pelos Titãs em sua fase mais comercial, no CD ‘Volume dois’ (Warner Music, 1998), a música lançada pelo Rei em 1974 soa deslocada ao apresentar o arranjo menos inspirado de ‘Lulu canta & toca Roberto e Erasmo’. Revestida por sopros e teclados, ‘As curvas da estrada de Santos’ (Erasmo Carlos/ Roberto Carlos, 1969) abre o 24º álbum de Lulu Santos de forma admirável. Imortalizada por Roberto, a belíssima canção também registrada com excelência por Elis Regina em 1970, ressurge atraente na ca...