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Lulu Santos canta e toca Roberto Carlos e Erasmo Carlos com maestria

Astro do pop-rock tupiniquim, Lulu Santos esbanja talento e criatividade em ‘Lulu canta & toca Roberto e Erasmo’, álbum dedicado ao repertório dos icônicos artistas vinculados à Jovem Guarda. Por mais que as treze canções escolhidas possam soar batidas à primeira vista, os inventivos arranjos assinados por Lulu rejuvenescem quase todas elas, sendo ‘É preciso saber viver’ (Erasmo Carlos/ Roberto Carlos) o momento mais fraco do disco lançando pela gravadora Sony Music. Recriada com sucesso pelos Titãs em sua fase mais comercial, no CD ‘Volume dois’ (Warner Music, 1998), a música lançada pelo Rei em 1974 soa deslocada ao apresentar o arranjo menos inspirado de ‘Lulu canta & toca Roberto e Erasmo’. Revestida por sopros e teclados, ‘As curvas da estrada de Santos’ (Erasmo Carlos/ Roberto Carlos, 1969) abre o 24º álbum de Lulu Santos de forma admirável. Imortalizada por Roberto, a belíssima canção também registrada com excelência por Elis Regina em 1970, ressurge atraente na ca...

Wilson das Neves dá aula de estilo e elegância em 'Se me chamar, ô sorte'

“Meu samba tem pedigree”, avisa o veterano Wilson das Neves no belo ‘Samba para João’, assinado com Chico Buarque, que encerra ‘Se me chamar, ô sorte’ (MP,B Discos/ Universal Music), seu novo CD. Baterista requisitado por grandes nomes da música popular brasileira, integrante da Orquestra Imperial e da banda que acompanha Buarque, das Neves destila a costumeira elegância no álbum produzido por ele, Paulo César Pinheiro e Berna Ceppas. Os caprichados arranjos de Cláudio Jorge, Vittor Santos, João Rebouças, Zé Luiz Maia, Jorge Helder, Bia Paes Leme e Luís Claudio Ramos, realçam o estiloso e certeiro fraseado do sambista que, na contramão da preguiçosa opção pelas recorrentes regravações, apresenta 14 faixas originais. Com o parceiro mais constante, Paulo César Pinheiro, Wilson assina ‘Cara de queixa’, ‘Trato’, ‘Jeito errado’, ‘Licor, sereno e mágoas’, ‘Máscara de cera’ e ‘Peão de obra’. Tuninho Gerais (‘O dono da razão’), Luiz Carlos da Vila (‘Ao nosso amor maior’), Nelson Sargent...

Pagodinho festeja três décadas de bons serviços prestados ao samba

Para comemorar os trinta anos de carreira, contados a partir da participação no disco ‘Suor no rosto’, de Beth Carvalho, Zeca Pagodinho deixou de lado a ideia de rever sua obra – como ‘Camarão que dorme a onda leva’, parceria com Arlindo Cruz e Beto Sem Braço, gravada em dueto com a madrinha Beth, em 1983. O sambista resolveu dar voz a antigos clássicos no CD/ DVD ‘ Multishow ao Vivo — 30 anos — Vida que segue’. A impecável produção assinada por Max Pierre (áudio) e Joana Mazzucchelli (vídeo) lançada pela gravadora Universal Music impressiona. O time de convidados especiais e a bonita cenografia assinada por May Martins contribuem para a beleza do projeto que mantém o artista em sua zona de conforto. Embora tenha momentos inspirados, como ‘Gosto que me enrosco’ (Sinhô, 1929), número que conta com a participação especial dos virtuoses Yamandú Costa (violão 7 cordas) e Hamilton de Holanda (bandolim), ‘Mascarada’ (Zé Keti/ Elton Medeiros, 1965) e ‘Só o ôme’ (Edenal Rodrigues, 1968...

Série 'Sambabook' reverencia Martinho da Vila

Idealizada e produzida pelo selo Musickeria, a série ‘Sambabook’ chega à segunda edição homenageando Martinho da Vila. Seguindo os moldes do projeto inicial, dedicado a João Nogueira, cantores de gerações e estilos variados dão voz à obra do artista fluminense, em registros lançados nos formatos CD, DVD e Blu-ray, com distribuição da gravadora Som Livre. Também fazem parte do pacote uma discografia comentada e um fichário com 60 partituras.  Diferentemente da série ‘Soongbook’, assinada por Almir Chediak (1950 – 2003), o ‘Sambabook’ reza a cartilha da reverência. Assinados por Alceu Maia, os novos arranjos refazem os originais, o que talvez engesse a criatividade dos intérpretes convidados. O resultado é morno, principalmente para quem assiste ao DVD. O registro audiovisual deixa claro que nem todos decoraram as letras, ficando a maior parte do tempo presos à leitura dos versos em um monitor. Paulinho da Viola consegue imprimir a costumeira elegância em ‘Quem é do mar não enj...

'Atento aos sinais', Ney Matogrosso faz show exuberante

Ney Matogrosso finalmente trouxe para o Rio de Janeiro seu novo e elogiado show ‘Atento aos Sinais’. O público que lotou a casa de espetáculos Vivo Rio no sábado, dia 04 de maio de 2013, viu em cena um senhor artista que, do alto de seus 71 anos de idade, não faz concessões e permanece na dianteira do show business nacional. H ábil na utilização dos recursos cenográficos, Ney assina o exuberante cenário onde os (já) corriqueiros painéis de led ganham real função estética, auxiliados pela espetacular iluminação. Os extravagantes figurinos do estilista Ocimar Versolato completam a aula de entretenimento do showman.  Cercado por uma excelente banda, capitaneada por Sacha Amback (teclados, direção musical), na qual se destacam os incandescentes metais de Everson Moraes (trombone) e de Aquiles Moraes (trompete), Ney dá voz a compositores novos, como Dani Black (‘Oração’) e Criolo (‘Freguês da Meia-Noite’), e antigos, como Itamar Assumpção (‘Noite Torta’, ‘Isso Não Vai Ficar Assi...

'Coitdadinha bem feito' exalta a contemporaneidade da obra de Ro Ro

Movido pelo desejo de “montar um panorama de vozes masculinas dos mais variados estilos e escolas”, o jornalista Marcus Preto aceitou o convite do DJ Zé Pedro para ser o diretor artístico de um novo projeto da Joia Moderna. Depois de reunir cantoras de várias gerações nos tributos aos compositores Taiguara (1945 – 1996) e Guilherme Arantes, a gravadora pilotada pelo DJ lança ‘Coitadinha bem feito’, CD (disponível para download:  http://www.coitadinhabemfeito.com.br/home )  que traz dezessete cantores interpretando composições de Ângela Ro Ro, pinçadas de seus quatro primeiros discos, lançados a partir de 1979.  Longe da reverência submissa, comum em homenagens semelhantes, o resultado reflete a cena musical paulistana, berço da maioria dos intérpretes, com sua sonoridade retrô-futurista, que já influencia artistas de outras localidades. Sinceras, as interpretações (em sua maioria) delicadas suavizam a veemência dos versos da sagaz compositora carioca. No país das ...

Edu Lobo relê sua obra no ótimo CD 'Edu Lobo & Metropole Orkest'

Esteta da canção brasileira originada na efervescente década de 1960, Edu Lobo construiu bissexta discografia à qual se junta o CD ‘Edu Lobo & Metropole Orkest’. Gravado em maio de 2011, no Teatro Beurs Van Berlage, em Amsterdam, na Holanda, o disco por ora lançado pela gravadora Biscoito Fino eterniza o feliz encontro entre o artista brasileiro e a orquestra holandesa regida pelo maestro Jules Buckley. Gilson Peranzzetta assina as impactantes orquestrações e Mauro Senise dá conta das flautas, saxes e flautins na quase totalidade das faixas. Nem o caráter revisionista do repertório embaça o brilho singular de números como ‘Vento bravo’ (Edu Lobo/ Paulo César Pinheiro, 1973) e ‘Dança do corrupião’ (Edu Lobo/ Paulo César Pinheiro, 2010) – dois grandes momentos do CD. Entre temas instrumentais como ‘Casa forte’ (Edu Lobo, 1969) e ‘Zanzibar’ (Edu Lobo, 1970), que ganham sotaque jazzístico, Edu relê clássicas parceiras com Chico Buarque, como ‘A história de Lily Braun’ (Edu Lobo...