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Depois que o visual virou quesito...

Finalmente, para a alegria daqueles que adoram 'novidades', Paulo Barros ganhou um Carnaval pela Unidos da Tijuca. Depois de carros alegóricos como DNA, ETs, vampiros, etc.., o carnavalesco que quer recriar o desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, convocou a 'Liga da Justiça' para derrotar o sambista, este ser do século passado que ainda teima em querer participar do Carnaval carioca. Nada incomum numa época em que o público está mais interessado em ver celebridades passando pela Avenida, do que com o próprio samba - cada vez mais relegado ao segundo plano. Então tome Batmans, Homens Aranhas, Dick Tracys e muitos outros personagens americanos que ficariam melhor em algum musical da dupla Charles Moeller e Cláudio Botelho - outros dois cultuadores da estética norte-americana. O desfile proposto por Paulo Barros prescinde do samba de enredo: ele pode acontecer com qualquer outro ritmo, mesmo estrangeiro. Quando Ismael Silva fundou a 'Deixa Falar', e...

Bethânia em tempo de delicadeza

Apesar da fama construída (em parte) pela alta carga dramática de suas apresentações, Maria Bethânia deixou de lado os excessos em ‘Amor, Festa, Devoção’, seu novo show que teve estréia nacional no dia 23 de outubro, no Canecão. Baseado no repertório dos dois álbuns recém-lançados,  ‘Encanteria ’  e  ‘Tua ’, o espetáculo remete a um amoroso Brasil caboclo, “que pode desaparecer ao ser substituído por um progresso vazio”, disse a baiana de Santo Amaro da Purificação. Ela optou por tons mais baixos para cantar o amor que, se já foi arrebatador, hoje se mostra maduro e contido, em novas canções como ‘É o amor outra vez’ (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro) e ‘Tua’ (Adriana Calcanhotto) e mesmo em sucessos alheios, inéditos até então na sua voz, como ‘Queixa’ e ‘Dama do Cassino’, ambas de Caetano Veloso, a última prejudicada pela insegurança da intérprete com o hábil jogo de palavras composto pelo irmão. A ‘festa’ e ‘devoção’ se impõem na primeira metade do show, quando...

O novo show da Cigarra agrada fãs antigos

Simone (foto de Izabella Jacobina) estreou seu novo show, 'Em boa companhia', na noite de 18 de setembro, no Canecão (RJ). Às vésperas de completar 60 anos, a cantora está à vontade, mostrando que deixou de lado certa dramaticidade que chegou a pontuar antigas apresentações. Simone brincou com a nova idade ("vou fazer sessentinha, quem vai cuidar de mim?") ao citar o patrocinador do show. Tamanha descontração faz imperceptível a direção de José Possi Neto. Acompanhada de uma excelente banda, Simone desfia um coerente repertório, baseado no recém-lançado CD 'Na Veia', relembra antigos sucessos como 'Face a face' (Sueli Costa e Cacaso), 'Elegia' (Péricles Cavalcanti e Augusto de Campos) e 'Tô que tô' (Kleiton e Kledir) - que abre o espetáculo - e surpreende o público com 'Perigosa' (Rita Lee, Roberto de Carvalho e Nelson Motta) e a singela versão do frevo 'Chuva, suor e cerveja' (Caetano Veloso) que poderia realmente en...

Mar e Sol

Depois de meses de exotismo indiano o telespectador pode, finalmente, relaxar com as belíssimas locações do primeiro capítulo de 'Viver a vida', embaladas por Gal Costa, Tom, Miúcha e Chico - boas trilhas sonoras costumam ser uma das marcas das novelas de Manoel Carlos. Alguns personagens pareceram bem caricatos, caso de Luciana (Aline Moraes), infantilóide, e Tereza (Lilia Cabral), amarga demais. Por falar em caricatura, mais uma vez veremos a história de gêmeos - sempre tão opostos. Tem o gaiato, mas esperto, e o educado, porém paspalho. Matheus Solano vai ter que rebolar para dar veracidade a Miguel e Jorge. Sobretudo ao contracenar com a péssima Bárbara Paz - que nunca deveria ter saído da 'Casa dos Artístas'. José Mayer está confortável em seu retorno ao papel de galã (depois de interpretar um maluco beleza constrangedor na finada 'A Favorita'). Taís Araújo convence como a primeira Helena - negra e jovem - optando por uma atuação naturalista, mas pode melho...

Alcione: Ares renovados pelo samba

Dois anos após 'De tudo que eu gosto', Alcione está de volta com 'Acesa', seu 34º disco. O romantismo despudorado que pontua seu repertório há duas décadas está presente logo na primeira faixa, 'Eu não domino essa paixão', parceria menos inspirada de Neneo e Paulinho Resende - este, um dos autores de 'Menino sem juízo', gravada pela Marrom em 1979. Telma Tavares e Roque Ferreira se saem melhor na faixa-título, escolhida para puxar o CD nas rádios. Felizmente o samba está mais presente neste novo trabalho. 'O sono dos justos' (Marcus Lima, Márcio Proença e Rodrigo Sestrem), a bela 'Eternas Madrugadas' (Fred Camacho e Cassiano Andrade) e 'Sinuca de bico' (Claudemir, Élcio do Pagode e Serginho Meriti) dão pistas de como seria um disco da cantora dedicado ao mais carioca dos ritmos. 'Nair Grande' (Telma Tavares e Paulo César Feital) - que homenageia lendária personagem da Estação Primeira de Mangueira e o partido 'A ca...

Chovia lá fora...

Quando, ontem à noite, Roberto Carlos parou seu calhambeque no palco montado no gramado do Maracanã não imaginou que, mais tarde, quase precisaria de uma balsa. A forte chuva fez com que vários fãs que estavam na área VIP e nas cadeiras azuis saíssem no meio da apresentação do cantor procurando abrigo. Alguns chegaram a ir embora. O show fez parte das comemorações dos 50 anos de carreira de Roberto, e o repertório deixou os súditos felizes (apesar de molhados). Músicas como 'Do fundo do meu coração', 'Proposta' e 'Cavalgada' foram cantandas por 70 mil pessoas. Erasmo Carlos e Wanderléa participaram do momento mais nostálgico da noite, lembrando a Jovem Guarda. Nem o som ruim - das cadeiras azuis não se ouvia os comentários que o Rei fazia entre uma canção e outra, nem a falta de educação de bombeiros e funcionários da limpeza do estádio - que falavam alto e respondiam agressivamente a qualquer reclamação, tiraram a magia da noite. Principalmente para minha mãe, ...

Uma Noite Incrível

SP - A primeira das celebrações especiais dos 50 anos de carreira de Roberto Carlos, terça-feira, no Teatro Municipal de São Paulo, foi marcada pela descontração. A eclética lista de cantoras não fez feio, mas algumas convidadas se destacaram. Caso de Hebe Camargo, que abriu a noite com ‘Você Não Sabe’ e mereceu aplausos entusiasmados da plateia. A apresentadora impressionou ainda pelo brilho das joias. O repertório essencialmente romântico do Rei foi prato cheio para as cantoras mais passionais. Se Alcione deu seu recado com interpretação intensa do sucesso ‘Sua Estupidez’, Fafá de Belém arrebatou com ‘Desabafo’. Arrasadora. Nana Caymmi foi calorosamente aplaudida em ‘Não se esqueça de Mim’, assim como Ana Carolina, que usou sua potência vocal nos versos finais — ‘Por isso essa voz tamanha!” — de ‘Força Estranha’. Zizi Possi fez linda e classuda versão de 'Proposta', mas o dueto com a filha, Luiza, em ‘Cancione Per Te’ não funcionou. Marília Pêra, aparentemente deslocada na l...