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Uma Noite Incrível

SP - A primeira das celebrações especiais dos 50 anos de carreira de Roberto Carlos, terça-feira, no Teatro Municipal de São Paulo, foi marcada pela descontração. A eclética lista de cantoras não fez feio, mas algumas convidadas se destacaram. Caso de Hebe Camargo, que abriu a noite com ‘Você Não Sabe’ e mereceu aplausos entusiasmados da plateia. A apresentadora impressionou ainda pelo brilho das joias. O repertório essencialmente romântico do Rei foi prato cheio para as cantoras mais passionais. Se Alcione deu seu recado com interpretação intensa do sucesso ‘Sua Estupidez’, Fafá de Belém arrebatou com ‘Desabafo’. Arrasadora. Nana Caymmi foi calorosamente aplaudida em ‘Não se esqueça de Mim’, assim como Ana Carolina, que usou sua potência vocal nos versos finais — ‘Por isso essa voz tamanha!” — de ‘Força Estranha’. Zizi Possi fez linda e classuda versão de 'Proposta', mas o dueto com a filha, Luiza, em ‘Cancione Per Te’ não funcionou. Marília Pêra, aparentemente deslocada na l...

O Rei e Suas Súditas*

Musas de várias épocas e estilos da música brasileira se encontrarão no palco do Teatro Municipal de São Paulo, hoje, a partir das 21h, para reverenciar o Rei. ‘Elas Cantam Roberto’ é o primeiro evento especial da série de homenagens a Roberto Carlos pelos 50 anos de carreira, do projeto ItaúBrasil, e vai virar CD e DVD. No próximo domingo, o show será exibido pela Globo, depois do ‘Fantástico’. A lista de cantoras é grande e representativa: Adriana Calcanhotto, Alcione, Ana Carolina, Celine Imbert, Claudia Leitte, Daniela Mercury, Fafá de Belém, Fernanda Abreu, Hebe Camargo, Ivete Sangalo, Luiza Possi, Marília Pêra, Marina Lima, Mart’nália, Nana Caymmi, Paula Toller, Rosemary, Sandy, Wanderlea e Zizi Possi — mulheres de todos os cantos apaixonadas por aquelas canções do Roberto. “Algumas músicas que eu fiz são abertamente inspiradas na obra dele, como ‘Ruas de Outono’, diz Ana Carolina. “Sou uma ouvinte, uma fã. Suas canções fazem parte do repertório brasileiro”, derrama-se Nana C...

Vale a Pena Ouvir de Novo*

Antigos sucessos da MPB estão de volta graças às trilhas sonoras das novelas globais. Muitos fizeram parte de outras produções da própria emissora. ‘Caminho das Índias’ é campeã no quesito ‘vale a pena ouvir de novo’. Músicas como ‘Feliz’, de Gonzaguinha, e ‘Amor Meu Grande Amor’, de Angela Ro Ro, presentes na trilha do folhetim, já embalaram personagens das novelas ‘Eu Prometo’ (1984) e ‘Água Viva’ (1980), respectivamente. “É engraçado porque é um fonograma de 30 anos, mas a novela tem muitas gravações originais”, argumenta Ro Ro. A cantora gosta dessa nostalgia. “Não é maravilhoso ouvir Gonzaguinha? Não conseguiríamos resgatá-lo se a trilha fosse apenas de músicas atuais”, acredita. A autora Glória Perez também não se importa. “Música boa não tem idade. As músicas são escolhidas em função da história que está sendo contada. O tema de amor, por exemplo, deve expressar o sentimento do par romântico”, ensina Glória. As canções que embalam os sonhos das mocinhas Dafne (Flávia Ales...

O dono do enredo

Neto de cavaquinista e filho de compositor, Gusttavo Clarão é um verdadeiro fenômeno no mundo do samba. Nos últimos 20 anos, o moço venceu nada menos do que 14 disputas de sambas de enredo — é dele o elogiado samba que, ao receber nota máxima de todos os julgadores, ajudou uma desacreditada Mangueira a voltar no desfile das campeãs nesse Carnaval. “O samba, a bateria e o casal de mestre-sala e porta-bandeira levaram a escola”, diz, com modéstia, Gusttavo, que se prepara para gravar seu primeiro disco solo. Conhecido entre os sambistas pelo cavaquinho luxuoso e pelas concorridas rodas que comanda, o niteroiense formado em medicina resolveu seguir os conselhos de bambas como Arlindo Cruz e Leandro Sapucahy, recrutado para produzir o CD. “É o momento dele, tenho ouvido suas composições, ele escreve muito bem. É um artista pronto”, elogia Sapucahy com a autoridade de quem produziu os vitoriosos álbuns de Arlindo e Maria Rita. “Mas não vou largar o Carnaval”, avisa Gusttavo que também b...

Os Paralamas do Sucesso

‘Nós somos cada vez mais nós mesmos. Um pouco mais calvos e pelancudos, mas continuamos sendo os Paralamas”, brinca Herbert Vianna sobre o trio formado por ele, Bi Ribeiro e João Barone há 26 anos.Essa identidade da banda pode ser conferida no novo CD ‘Brasil Afora’ — trabalho onde os músicos retomam a alegria e muito da mistura de ritmos que marcaram a carreira do grupo. Gravado no estúdio de Carlinhos Brown, em Salvador, o alegre ‘Brasil Afora’ contrasta com CDs como ‘Longo Caminho’ e ‘Hoje’, lançados após o acidente de ultraleve sofrido por Herbert em 2001. “Eram mais soturnos, densos e davam a impressão de que estávamos nos debatendo ainda”, diz Barone. A primeira música, ‘A lhe Esperar’ (Liminha e Arnaldo Antunes), lançada há um mês, está entre as mais tocadas nas rádios. “Achamos muito legal, já abrimos mão de escolher a música de trabalho. Muitas vezes fizemos questão: ‘Cagaço’ (de 1994), por exemplo, foi um fracasso, mas a gente queria que fosse aquela música”, diverte-se...

O samba de Moacyr

O compositor Moacyr Luz se cercou de ilustres convidados para dividir com ele a maioria das 12 faixas inéditas que compõem seu novo CD, ‘Batucando’. “Não queria nomear, mas queria que soubessem que este disco era pelos meus 50 anos (feitos em abril de 2008)”, diz Moacyr que faz show de lançamento hoje e amanhã, no Teatro Rival, às 19h30. O sambista não foi modesto e reuniu um time de peso: Alcione, Beth Carvalho, Ivan Lins, Luiz Melodia, Martinho da Vila, Mart'nália, Tantinho da Mangueira, Wilson das Neves e Zeca Pagodinho. “Eu me preparei muito para fazer este disco, fiz com a ousadia de que as músicas fossem eternas, que pudessem entrar no cancioneiro, que a rádio tocasse. As participações deixaram mais fortes estas possibilidades”, acredita. No show, ele mostra parcerias com Aldir Blanc (‘Samba Pro Geraldo’ e ‘Clareou’), Hermínio Bello de Carvalho (‘Daquela Mulher’, ‘Banguelas’ e ‘Meu Nego’) e Sereno (‘Vida da Minha Vida’, ‘A Natureza Chora’ e ‘Beleza em Diamante’), entre outro...

Deixa a Vida Me Levar

Andando pelas quebradas dessa vida — e sendo levado por ela — eis que o malandro chega aos 50 anos. Jessé Gomes da Silva Filho, o Zeca Pagodinho (na foto, crédito: Adriana Lins/ Henrique Pontual), nasceu no dia 4 de fevereiro de 1959, pelas mãos de uma parteira, no subúrbio de Irajá. Cedo trocou as salas de aula pelas rodas de samba e ralou como feirante, camelô e anotador de jogo do bicho até ser descoberto nas rodas do Cacique de Ramos. “Quando era novo, uma pessoa com 50 anos era considerada velha. Hoje, nessa idade, as pessoas estão se casando de novo, fazendo filho, é outra história”, diz Zeca, que sai hoje da clínica São José, onde está desde a semana passada por causa de uma pneumonia. “Se ficasse em casa acabaria tomando uma gelada, aqui me trato direito. Quero sair daqui tinindo”, diz ele, que cura também uma bronquite. Foi na juventude que o futuro Pagodinho (o apelido veio da ‘ala do pagodinho’, onde desfilava no bloco Bohêmios de Irajá) se tornou amigo de Mauro Diniz, Almir...