Pular para o conteúdo principal

Postagens

O dono do enredo

Neto de cavaquinista e filho de compositor, Gusttavo Clarão é um verdadeiro fenômeno no mundo do samba. Nos últimos 20 anos, o moço venceu nada menos do que 14 disputas de sambas de enredo — é dele o elogiado samba que, ao receber nota máxima de todos os julgadores, ajudou uma desacreditada Mangueira a voltar no desfile das campeãs nesse Carnaval. “O samba, a bateria e o casal de mestre-sala e porta-bandeira levaram a escola”, diz, com modéstia, Gusttavo, que se prepara para gravar seu primeiro disco solo. Conhecido entre os sambistas pelo cavaquinho luxuoso e pelas concorridas rodas que comanda, o niteroiense formado em medicina resolveu seguir os conselhos de bambas como Arlindo Cruz e Leandro Sapucahy, recrutado para produzir o CD. “É o momento dele, tenho ouvido suas composições, ele escreve muito bem. É um artista pronto”, elogia Sapucahy com a autoridade de quem produziu os vitoriosos álbuns de Arlindo e Maria Rita. “Mas não vou largar o Carnaval”, avisa Gusttavo que também b...

Os Paralamas do Sucesso

‘Nós somos cada vez mais nós mesmos. Um pouco mais calvos e pelancudos, mas continuamos sendo os Paralamas”, brinca Herbert Vianna sobre o trio formado por ele, Bi Ribeiro e João Barone há 26 anos.Essa identidade da banda pode ser conferida no novo CD ‘Brasil Afora’ — trabalho onde os músicos retomam a alegria e muito da mistura de ritmos que marcaram a carreira do grupo. Gravado no estúdio de Carlinhos Brown, em Salvador, o alegre ‘Brasil Afora’ contrasta com CDs como ‘Longo Caminho’ e ‘Hoje’, lançados após o acidente de ultraleve sofrido por Herbert em 2001. “Eram mais soturnos, densos e davam a impressão de que estávamos nos debatendo ainda”, diz Barone. A primeira música, ‘A lhe Esperar’ (Liminha e Arnaldo Antunes), lançada há um mês, está entre as mais tocadas nas rádios. “Achamos muito legal, já abrimos mão de escolher a música de trabalho. Muitas vezes fizemos questão: ‘Cagaço’ (de 1994), por exemplo, foi um fracasso, mas a gente queria que fosse aquela música”, diverte-se...

O samba de Moacyr

O compositor Moacyr Luz se cercou de ilustres convidados para dividir com ele a maioria das 12 faixas inéditas que compõem seu novo CD, ‘Batucando’. “Não queria nomear, mas queria que soubessem que este disco era pelos meus 50 anos (feitos em abril de 2008)”, diz Moacyr que faz show de lançamento hoje e amanhã, no Teatro Rival, às 19h30. O sambista não foi modesto e reuniu um time de peso: Alcione, Beth Carvalho, Ivan Lins, Luiz Melodia, Martinho da Vila, Mart'nália, Tantinho da Mangueira, Wilson das Neves e Zeca Pagodinho. “Eu me preparei muito para fazer este disco, fiz com a ousadia de que as músicas fossem eternas, que pudessem entrar no cancioneiro, que a rádio tocasse. As participações deixaram mais fortes estas possibilidades”, acredita. No show, ele mostra parcerias com Aldir Blanc (‘Samba Pro Geraldo’ e ‘Clareou’), Hermínio Bello de Carvalho (‘Daquela Mulher’, ‘Banguelas’ e ‘Meu Nego’) e Sereno (‘Vida da Minha Vida’, ‘A Natureza Chora’ e ‘Beleza em Diamante’), entre outro...

Deixa a Vida Me Levar

Andando pelas quebradas dessa vida — e sendo levado por ela — eis que o malandro chega aos 50 anos. Jessé Gomes da Silva Filho, o Zeca Pagodinho (na foto, crédito: Adriana Lins/ Henrique Pontual), nasceu no dia 4 de fevereiro de 1959, pelas mãos de uma parteira, no subúrbio de Irajá. Cedo trocou as salas de aula pelas rodas de samba e ralou como feirante, camelô e anotador de jogo do bicho até ser descoberto nas rodas do Cacique de Ramos. “Quando era novo, uma pessoa com 50 anos era considerada velha. Hoje, nessa idade, as pessoas estão se casando de novo, fazendo filho, é outra história”, diz Zeca, que sai hoje da clínica São José, onde está desde a semana passada por causa de uma pneumonia. “Se ficasse em casa acabaria tomando uma gelada, aqui me trato direito. Quero sair daqui tinindo”, diz ele, que cura também uma bronquite. Foi na juventude que o futuro Pagodinho (o apelido veio da ‘ala do pagodinho’, onde desfilava no bloco Bohêmios de Irajá) se tornou amigo de Mauro Diniz, Almir...

O padre galã*

Se o Papa é pop, a música católica embala cada vez mais consumidores, não importando sua fé. Na cola do sucesso de padre Fábio, artistas religiosos vão do rock à axé-music. Cantoras como Celina Borges e Adriana são veneradas e já ganham até o público internacional. O fenômeno padre Fábio de Melo não pára de crescer. Depois de vender mais de 600 mil cópias do recente CD, ‘Vida’ — seus 11 discos ultrapassaram 1,2 milhão de cópias — e gravar seu primeiro DVD, ‘Eu e o Tempo’, em um Canecão lotado de fiéis, em janeiro, ele chegará ao horário nobre da casa de shows. Para o lançamento do DVD, em abril, serão quatro apresentações, de quinta a domingo. “Também emplacamos a música ‘Vida’ (regravação de Fábio Jr.) na trilha sonora da próxima novela das sete, ‘Caras e Bocas’”, antecipa o produtor Líber Gadelha, presidente da gravadora LGK Music. “O que diferencia padre Fábio dos outros é seu discurso mais jovial. Não é revolucionário, mas fala a língua dos jovens. E canta”, diz Líber Gadelha. ...

Outros rumos depois da casa

Primeiro vencedor a levar R$ 1 milhão, na quinta edição do Big Brother Brasil' (até então o prêmio era de R$ 500 mil), Jean Wyllys não deitou nos louros da fama. Além das aulas na ESPM, ele se prepara para lançar o terceiro livro, 'Tudo Ao Mesmo Tempo Agora', e estréia na direção de 'Três Meninas do Brasil', projeto que reúne as cantoras Rita Ribeiro, Jussara Silveira e Teresa Cristina e que acaba de sair em CD e DVD. "Tive experiências informais lá na Bahia. Conheço bem a música popular brasileira", diz Jean que, apesar de elogios, não pensa em seguir a carreira de diretor. "Sou jornalista, quero e gosto de escrever. Quero fazer como (o poeta) Waly Salomão, seguir sem muita preocupação de definir nada, faço porque gosto". O convite veio da amiga, Rita Ribeiro, de quem já havia digirido o clipe da música 'Aceito Seu Coração'. "Encontrei-a em uma festa de Iemanjá, na praia de Copacabana. Não resisti e me apresentei. Depois, quan...

Melhor é Viver Cantando

Nascido no subúrbio nos melhores dias, o sambista João Nogueira fundou o Clube do Samba na casa onde morava, no Méier. Batiam ponto nas memoráveis reuniões de sábado artistas como Martinho da Vila, Roberto Ribeiro e Clara Nunes. Este ano, o Clube que chegou a ter sede (alugada) na Barra na década de 80, comemora 30 anos — sempre sob o comando da família Nogueira. “Meu pai queria muito a sede do Clube, realizar projetos sociais. Acho que vou viver como ele viveu, para conseguir a sede. Se depender de mim o Clube não vai acabar nunca”, afirma a advogada Clarisse Nogueira, que entrou com processo administrativo na Prefeitura da cidade em busca de uma sede. Um ano após sua fundação o Clube virou bloco, desfilando na Avenida Rio Branco e, atualmente, na Avenida Atlântica. “O bloco sempre foi a menina dos olhos do João, ele se divertia”, lembra Ângela Nogueira, viúva do sambista e presidente do Clube do Samba. “Foi a maneira que encontrei para manter sua obra”, diz. Semana passada, o ...