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Ano Cheio de Bossa

Fim de ano é boa desculpa para se fazer balanço de tudo de bom, ruim, relevante ou nem tanto que aconteceu nos últimos 12 meses. Na música, aniversários, comemorações, grandes encontros e atrações internacionais de peso fizeram a trilha sonora de 2008. O pancadão do funk na velocidade cinco do MC Créu, do início do ano, foi substituído pela sutileza do banquinho e violão nas inúmeras homenagens aos 50 anos da Bossa Nova, contados a partir do lançamento do disco ‘Canção do Amor Demais’, de Elizeth Cardoso — com a famosa batida do violão de João Gilberto nas faixas ‘Chega de Saudade’ e ‘Outra vez’. As principais foram o encontro de Roberto Carlos e Caetano Veloso (lançado em CD e DVD) e as apresentações do próprio João Gilberto que voltou a cantar no Rio após 14 anos, em show histórico no Theatro Municipal. Maria Bethânia também pisou no palco do teatro, pela primeira vez, com o show ‘Brasileirinho’. A diva baiana ainda recebeu o prêmio Shell de Música. Pela primeira vez, a premiação...

Amor clandestino*

Assim que leu o roteiro de ‘Depois de Tudo’, o curta-metragem do jovem diretor Rafael Saar, de apenas 25 anos, que narra o encontro de um casal homossexual da terceira idade, Ney Matogrosso decidiu que voltaria à telona. “Os homossexuais sempre são retratados pela mídia como jovens, bonitos, e bem-sucedidos. O filme mostra o extremo oposto, homens comuns. Só aceitei por isso”, diz o cantor, de 67 anos. A carreira cinematográfica de Ney começou em 1987 com o filme ‘Sonho de Valsa’, da diretora Ana Carolina. Depois vieram o curta ‘Caramujo Flor’ (1988), de Joel Pizzini, e ‘Diário de Um Mundo Novo’ (2005), filme de Paulo Nascimento. “O cinema não exige tanto tempo quanto o teatro, quero atuar sempre que conseguir conciliar as duas carreiras”, diz o cantor que, em janeiro, traz de volta ao Rio o elogiado show ‘Inclassificáveis’. No palco, Ney sempre mostrou seu gosto pelas artes cênicas. O jovem matogrossense desembarcou no Rio de Janeiro, em 1966, com o sonho de atuar. “Gosto muito ...

Estilo rock and roll*

Após o fim da dupla formada com a irmã, Sandy, Junior Lima lançou, ontem, o primeiro CD de sua nova banda, Nove Mil Anjos. “Tinha dentro de mim a vontade de fazer rock’n’roll.Desde que nos separamos sabia que o gênero seria esse, tá ligado?”, diz Junior ostentando vistosas tatuagens, cabelo moicano e gírias adquiridas com os novos companheiros de trabalho. Formada por ele na bateria, Champignon (ex-Charlie Brown Jr) no baixo, Peu (ex-Pitty) na guitarra e Perí nos vocais, Nove Mil Anjos já nasceu com status de supergrupo, fazendo sua estréia durante o Video Music Brasil, premiação da MTV, em outubro. Produzido pelo argentino Sebastian Krys — ganhador de 11 Grammys — o CD foi gravado em Los Angeles, onde os rapazes ficaram 40 dias. “Sempre tive a mania de sonhar alto, assim fiz minhas conquistas. A banda é simplesmente a conseqüência das minhas vontades”, diz o filho de Xororó, com naturalidade.“É uma coisa normal, ele vem do pop extremo, transcendeu até mesmo o pai e o tio, a gente...

Bate Coração

Quando Elba Ramalho lançou o conceitual CD ‘Qual o Assunto Que Mais lhe Interessa?’, não esperava que, um ano depois, sua vida particular fosse virar a resposta ao título. No olho do furacão desde sua ruidosa separação de Gaetano Lopps, a cantora, de 57 anos, abre o peito e fala sobre o fim do casamento, os rumores sobre o namoro com o músico Cezinha do Acordeon, de 24 anos, e as comemorações dos 30 anos de carreira, em entrevista em sua casa, no Joá. “Adoraria ter uma vida pessoal longe da mídia, mas não dá. O assunto que mais interessa às pessoas e à mídia é a vida pessoal do artista. Muito mais do que saber se eu ganhei o Grammy”, diz Elba, premiada na última edição do Grammy Latino, dia 13, por seu primeiro CD independente. A serenidade da estrela não se altera ao falar do rompimento com o empresário depois de 12 anos. “Não queria que tivesse acontecido daquela forma. O fim do meu casamento já estava em processo há muito tempo, diria que há alguns anos. Eu é que me fiz de doida, di...

O samba saboroso de Tia Surica

Iranete Ferreira Barcellos,uma senhora de voz potente e cozinheira de mão cheia, moradora de Oswaldo Cruz, resolveu comemorar seu aniverário em grande estilo, rodeada de amigos. “São 68 anos bem vividos”, diz Iranete, mais conhecida pelo apelido que ganhou da avó na infância: Surica. Em show no Teatro Rival, hoje, às 19h30, a tia mais famosa da Velha Guarda da Portela vai reunir os companheiros Monarco, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho e Marquinhos de Oswaldo Cruz — “Alexandre Pires e Jorge Aragão ficaram de aparecer”, entrega. E ela promete esticar os festejos. “Ontem fiz apenas uma ‘jantinha básica’ lá em casa, hoje tem o show e, dia 29, um feijão na Cidade do Samba”, anima-se. Seu feijão, aliás, leva centenas de pessoas à quadra da Portela, no primeiro sábado de cada mês um sucesso seguido pelas co-irmãs. “A idéia é minha, da (pastora) Áurea, da Cristina e do Marquinhos da Oswaldo Cruz. Começamos com 250 pessoas no bar da Tia Vicentina. A Portela era um gigante adormecido, hoje em dia...

A Luz de um vencedor*

“O tempo que o samba viver/ O sonho não vai se acabar/ E ninguém vai esquecer, Candeia”. Os versos premonitórios de Luiz Carlos da Vila ecoam nas mais diversas produções culturais que lembram os 30 anos da morte do compositor portelense e líder comunitário, no próximo domingo. Grande parte dessa produção é feita por jovens admiradores da arte e da personalidade forte — e por que não, contraditória — de Candeia, como constata o escritor João Baptista Vargens, que lança a terceira edição da biografia ‘Candeia, Luz da Inspiração’, na próxima saída do ‘Trem do Samba’ — da Central para Oswaldo Cruz, no dia 2 de dezembro. “O livro foi atualizado, registro as várias homenagens prestadas desde 1987 (ano da primeira edição), como teses universitárias, além de incluir 25 partituras e um CD com músicas inéditas, do meu acervo pessoal”, conta João Baptista. A história do policial e sambista, que repensou a vida depois da briga de trânsito que o deixou paralítico, é contada na peça ‘É Samba na ...

Roqueiros de Família

“Eu procuro estar por dentro,doutor/ Dessa nova geração/ Mas minha filha/ Não me leva a sério, doutor/ Ela fica cheia de mistério/ com esse tal de Roque Enrow!” Muita coisa mudou desde que Rita Lee cantava, debochada, os problemas da mãe de uma adolescente fã do velho e desregrado rock’n’roll, na distante década de 70. No novo século, os roqueiros mais queridos do País são politicamente corretos, ainda moram com os pais e atendem por carinhosos apelidos. Formada por Diego José Ferrero, o vocalista Di, 23 anos; Leandro Franco da Rocha, o guitarrista Gee,21; Filipe Duarte Pereira Ricardo,o guitarrista Fi, 21; Conrado Lancerotti Grandino, o baixista Caco,22; e Daniel Weksler, o baterista Dani, 22, a banda NX Zero é um fenômeno do pop-rock tupiniquim e arrebanha uma legião de crianças e adolescentes por onde passa. Grandes vencedores do Vídeo Music Brasil 2008, a premiação do canal MTV realizada no dia 2 de outubro, os rapazes levaram os troféus de ‘Hit do Ano’ e ‘Video Clip (os dois por ‘...