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Meus discos em 2015: 'Canção e silêncio'

À primeira audição, ‘Canção e silêncio’ causou certo estranhamento logo dissipado em novas e seguidas incursões neste segundo álbum independente do artista pernambucano Zé Manoel. Num ano cheio de bons lançamentos de uma nova turma que não nega a influência e atualiza a MPB, como Jonas Sá (‘Blam blam’), Alberto Continentino (‘Ao som dos planetas’) e Lira (‘O labirinto e o desmantelo’), o pianista, compositor e cantor nascido em Petrolina se destacou por suas refinadas composições. Além de compor e cantar, Zé Manoel toca um personalíssimo piano e formou com Kassin (baixo) e Tutty Moreno (bateria) o luxuoso trio base de ‘Canção e silêncio’.

Zé Manoel se mostra hábil timoneiro em 'Canção e silêncio'

Com suas faixas banhadas por águas doces e salgadas, de chuvas, rios, mares e lágrimas, o segundo disco do artista pernambucano Zé Manoel impressiona. Viabilizado pelo projeto Natura Musical, produzido por Carlos Eduardo Miranda e por Kassin, ‘Canção e silêncio’ apresenta músicas aparentemente antiquadas para os nossos ruidosos dias – “A maior ambição da canção é ser silêncio”, dizem os versos de ‘A maior ambição’ (Zé Manoel/ Juliano Holanda). São composições cheias de melancolia interiorana, embora não reneguem o lado urbano, como se unissem Petrolina e Recife, as cidades de Zé Manoel. Versos geralmente curtos e intensos, revestidos por melodias marcantes, são o passaporte para uma viagem atemporal por paisagens muitas vezes cinematográficas. Caso da épica ‘Sereno mar’, cujo arranjo de Letieres Leite, maestro da Orkestra Rumpillez, realça as influências do mestre baiano, Dorival Caymmi (1914 – 2008). Águas que levam o pescador, mas que depositam na areia líricos “cachos de estrelas...