Frequentadora das paradas de sucesso dos anos 1970, quando lançou seus discos mais interessantes, Vanusa passou duas décadas longe dos estúdios de gravação. Depois desse jejum fonográfico, a intérprete dos sucessos ‘Manhãs de setembro’ (1973) e ‘Paralelas’ (1977) ressurge com o CD ‘Vanusa Santos Flores’, concebido e produzido por Zeca Baleiro para o seu selo ‘Saravá Discos’. O teor autobiográfico do curto e bem escolhido repertório expõe os sentimentos de uma mulher de 68 anos, que passou por poucas e (outras nem tão) boas e, de certa forma, conecta ‘Vanusa Santos Flores’ ao espetacular ‘A mulher do fim do mundo’, de Elza Soares. As imperfeições do canto, por vezes frágil, de Vanusa não são camufladas, tornando suas interpretações ainda mais significativas. Canções contundentes como ‘Compasso’ (“Pra viver eu transformei meu mundo/ Abro feliz o peito, é meu direito”), de Angela Ro Ro e Ricardo MacCord (2006), ou ‘Abre aspas’ (“O mundo anda em linha reta/ Eu ando em linha torta”), de ...
Um canto para organizar meus textos sobre MPB, seus compositores e cantores.