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Mostrando postagens com o rótulo Roberta Sá

'Delírio', de Roberta Sá, promete e não cumpre

Ao largo das ousadias musicais de veteranas como Gal Costa e Elza Soares, Roberta Sá está de volta ao samba em ‘Delírio’ (MP,B Discos/ Som Livre), quinto álbum da discografia inaugurada oficialmente com ‘Braseiro’, em 2005, ainda hoje o seu melhor disco. ‘Braseiro’ tinha uma leveza descompromissada que Roberta foi perdendo gradativamente ao longo da carreira. A bela potiguar foi gostando de brincar de diva da canção, posto que, naturalmente, não se ocupa apenas por vontade própria. É esta cantora dada a interpretações pretensiosas que se ouve em ‘Delírio’. Produzido com apuro por Rodrigo Campello que a acompanha desde o primeiro lançamento, o novo trabalho não alça voo. Roberta canta as dez canções do mesmo jeito cálido e afetado que (muito) pouco se assemelha ao ambiente envolvente e (quase sempre) buliçoso do samba. Seja na composição de Adriana Calcanhotto, ‘Me erra’ (2015), ou numa admirável parceria de Baden Powell (1937 – 2000) e Paulo César Pinheiro, ‘Última forma’, lançada p...

CD "Amazônia - Na trilha da Floresta" reproduz musicalmente a beleza das matas brasileiras

Dirigido pelo músico e arranjador Mario Adnet, o recém-lançado CD ‘Amazônia – Na trilha da floresta’ (Adnet Musica/ Biscoito Fino) reúne canções inspiradas na (ainda) verde região Norte do país. Seguindo o formato ‘orquestra e convidados’, Adnet mantém o alto padrão musical de seu trabalho anterior, ‘Vinicius & os maestros’, ao se cercar de instrumentistas excepcionais. Erudito e popular são harmonizados pela sonoridade sinfônica do álbum que reproduz musicalmente a suntuosidade das matas em temas como ‘Trilhas da floresta’ (Mario Adnet) e ‘Prelúdio 17’ (Claudio Santoro).  ‘Rio Amazonas’ (Dori Caymmi/ Paulo César Pinheiro) tem sua caudalosa beleza realçada pelo piano de Marcos Nimrichter. Neste clima extremamente delicado, vão surgindo as vozes de Antônia Adnet, Lenine, Mônica Salmaso, Roberta Sá e Vicente Nucci, solistas convidados por Mario para o projeto surgido a partir de um convite do Ibope, em comemoração aos 70 anos de sua fundação. Antônia encara a clássica ‘Rã...

Roberta Sá aposta em (bom) repertório radiofônico

A controversa experiência de transformar a buliçosa obra do compositor baiano Roque Ferreira em números sofisticados, recheados das cordas do excelente Trio Madeira Brasil, realizada no álbum ‘Quando o canto é reza’ (2010), parece ter deixado marcas indeléveis em Roberta Sá.  Patrocinado pelo projeto Natura Musical, o novo disco da cantora potiguar radicada no Rio de Janeiro, ‘Segunda pele’ (MP,B Discos/ Universal Music), retoma  a receita da produção musical contemporânea feita para tocar no rádio. Não há aí nenhum demérito, afinal o rádio ainda é o veículo ideal de aproximação entre público e cantores. Aos dez anos de carreira, Roberta ainda não alcançou a desejada projeção nacional – curiosamente a bela e esguia figura que alguns momentos lembra(va) Marisa Monte tornou-se uma  artista identificada com o samba carioca, ainda que não tenha feito um movimento radical em direção ao gênero. Seus discos estão muito mais para uma mistura entre o pop tupiniquim e a produ...

O canto e a reza de Roberta

Lançando por Clara Nunes na década de 1970, Roque Ferreira tornou-se o compositor preferido de nove entre dez cantores da música popular brasileira atual. A lista passa por Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Beth Carvalho e Maria Bethânia até novatos como Luiza Dionízio, Aline Calixto e Pedro Miranda. A admiração é tanta que alguns dedicaram álbuns inteiros à obra do baiano, como a conterrânea Clécia Queiroz que lançou 'O samba de Roque' no começo deste ano. Agora é a vez de Roberta Sá que se uniu ao Trio Madeira Brasil para lançar ‘Quando o canto é reza’ (Universal Music/MP,B), projeto anunciado em 2007. Os sambas de roda, chulas, ijexás, cocos e toadas de Roque - que nem sempre são de fácil compreensão – estão lá, mas quase sempre ralentados pelos (ainda assim) belos arranjos de Marcelo Gonçalves, Zé Paulo Becker e Ronaldo do Bandolim e suavidade da cantora. Entre faixas inéditas e regravações destaca-se 'Água da minha sede' (Roque/Dudu Nobre) que deu nome ao CD l...

O solo de Roberta

A cantora Roberta Sá se prepara para seu maior desafio na carreira: estrear no palco do Canecão, na próxima quarta-feira. “Muita gente fez história ali, tem que respeitar. A gente chega ao Canecão e quer botar uma roupa nova”, diz a moça bonita, de 27 anos. Roberta participou do reality ‘Fama’, da Globo, e foi eliminada no primeiro mês da segunda edição do programa, em 2002. “Comecei a pensar a possibilidade de ter uma carreira ali. Aprendi o quanto se tem que fazer para chegar a um palco”, conta. A curta passagem pelo programa ainda rende comentários. “As pessoas chegam para mim e dizem: ‘Você não parece que fez o ‘Fama’’, assim como falam que eu não pareço ser nordestina. O que é ser nordestino que eu não pareço ser?”, questiona ela, natural do Rio Grande do Norte. Roberta mostra-se preocupada com o velho chavão que afirma ser o Brasil o país das cantoras. “É perigoso. É um país de excelentes cantoras, grandes compositores e instrumentistas”, avalia. Ela cita uma diva da MPB para mos...