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Mostrando postagens com o rótulo Maria Bethânia

'Abraçar e agradecer' registra momentos especiais de Maria Bethânia

Em janeiro de 2015, Maria Bethânia estreou ‘Abraçar e agradecer’ (clique aqui para ler a resenha), o show comemorativo dos seus 50 anos de carreira, no Rio de Janeiro. Em fevereiro de 2016, a baiana de Santo Amaro da Purificação passou pela Marquês de Sapucaí, desfilando e sendo reverenciada pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira. Os dois memoráveis eventos fazem parte de ‘Abraçar e agradecer’, DVD duplo finalmente lançado pela gravadora Biscoito Fino. O belo espetáculo em que a majestosa dama movimenta-se sobre seu colorido tabuleiro de Led foi captado em agosto deste ano, em São Paulo. O tempo fez bem ao belo show dividido em 41 números, entre canções e textos. Estão lá os autores essenciais como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Clarice Lispector e Fernando Pessoa. Ostentando a felicidade da estreia, Bethânia domina a cena com seu arsenal interpretativo e sua voz segura, acompanhada por músicos competentes. Para deleite do espectador, a câmera, seduzi...

De bem com a vida, Bethânia arrebata em 'Abraçar e agradecer'

Com a estreia da turnê ‘Abraçar e agradecer’ na noite de sábado, 10 de janeiro de 2015, no Vivo Rio, Maria Bethânia deu início aos festejos pelos seus 50 anos de carreira. Pisando nos astros distraída, graças à bela cenografia da diretora Bia Lessa, Bethânia parece também pairar sobre águas revoltas, verdes campos ou um mar de rosas vermelhas, que surgem no tablado high-tech onde são projetadas imagens de acordo com o roteiro musical – modernas telas de leds iluminam os quintais da baiana. Bia Lessa finalmente deixou de lado o balé de luzinhas que tão bem compuseram o cenário do antológico ‘Brasileirinho’ (2003), mas que vinha sendo repetido à exaustão. Em 'Abraçar e agradecer',  f eixes de luz se movimentam criando novos espaços na requintada cena iluminada por Binho Schaefer.  Contudo, a inventiva e bonita solução cênica só pode ser vista plenamente do segundo andar da casa de espetáculo do Aterro do Flamengo.  Dos dois figurinos assinados por Gilda Midani, se sobr...

2014: A pluralidade de ótimos lançamentos musicais

Das 100 músicas mais tocadas nas rádios brasileiras em 2014, 59 são sertanejas. Enquanto o pop rock tupiniquim esta representado apenas por Skank (‘Ela me deixou’, 81ª posição) e Jota Quest (‘Waiting for you’, 98º lugar) a MPB nem aparece na lista divulgada pela empresa de monitoramento Crowley. A falta de pluralidade nas programações das emissoras não reflete a profusão de importantes lançamentos musicais do ano. Um dos grandes compositores da época áurea da MPB, Dori Caymmi festejou 70 anos com um primoroso disco de inéditas parcerias com Paulo César Pinheiro, de onde mais tarde, Maria Bethânia retiraria ‘Alguém cantando’, pérola que abre ‘Meus quintais’, álbum em que a baiana reitera sua coerência artística com requinte. De modo semelhante, Mônica Salmaso brindou o público com o belíssimo ‘Corpo de baile’, CD dedicado às canções de Guinga e Paulo César Pinheiro. Embalado pelo samba e por outras bossas, Luiz Melodia brilhou em ‘Zerima’, ótimo disco de inéditas. Rita Benneditto q...

A radicalidade dos quintais de Maria Bethânia

“O arco da velha índia/ É corda vocal insubmissa/ Rabeca de uma corda/ Que em desacordo atiça/ A aldeia contra o futuro/ Duro de dar dó/ E preguiça”. Os versos de ‘Arco da velha índia’, uma das duas canções de Chico César presentes em ‘Meus quintais’ (Biscoito Fino), novo CD de Maria Bethânia, resumem o sentimento que vem pautando a produção artística da cantora há mais de uma década. Desde o festejado ‘Brasileirinho’ (2003), a baiana de Santo Amaro da Purificação voltou-se de maneira cada vez mais radical para um Brasil interiorano, caboclo, indígena, afro-brasileiro, folclórico, religioso – e idealizado –, marcando diferenças diante da modernidade futurista, dura de dar dó e preguiça. A mais autoral de nossas intérpretes entrelaça, urde, com paciência e precisão de artesã, discos que imprimem seu pensamento, sua postura artística – e política, mesmo – perante o Brasil e o mundo. Um tempo-espaço cheio de emoções que parecem inalcançáveis para as novas gerações. ‘Folias de reis’ (Ro...

Bethânia surge bem acompanhada no DVD 'Noite luzidia'

Quando Maria Bethânia resolveu comemorar seus 35 anos de carreira em uma única apresentação no Canecão, a saudosa casa de espetáculos carioca, no dia 04 de setembro de 2001, sua aura de deidade intocável da MPB já estava cristalizada. A despeito das modestas vendagens de seus discos antecedentes, a cantora começava a conquistar um novo público que, junto com antigos fãs, constituíram a grande e fiel colmeia em volta da chamada “abelha rainha”. Saída há pouco tempo da gravadora EMI, por onde lançou o CD ‘Maricotinha’, Bethânia dava os primeiros passos em seu futuro castelo, a gravadora Biscoito Fino. Naquela noite memorável, idealizada pela empresária Maria Luisa Jucá, a baiana parecia genuinamente feliz ao receber artistas de diferentes quilates para relembrar seu passado e pontuar seu presente.   Entre Caetano Veloso (‘De manhã’, 1965), Gilberto Gil (‘Viramundo’, 1968, e ‘Lamento sertanejo’, 1974) e Chico Buarque (‘Sem fantasia’, 1968) seus principais compositores, Maria rece...

Maria Bethânia entrelaça dramas no show 'Carta de amor'

Na estreia de seu novo show, ‘Carta de amor’, na noite de domingo, dia 18 de novembro de 2012, Maria Bethânia foi dona absoluta da cena. Utilizando todo o seu arsenal de poses e gestos teatrais para compensar certa insegurança com algumas letras lidas em um teleprompte r, como a incisiva 'Não enche' (Caetano Veloso), a baiana arrebatou o público que lotou a casa de espetáculos Vivo Rio, no Aterro do Flamengo (RJ). Semelhante ao imenso tapete que compõe o cenário assinado por Bia Lessa, Bethânia entrelaçou artesanalmente trechos de antigas e recentes apresentações, oferecendo ao público uma noite de ‘Canções e momentos’ (Milton Nascimento/ Fernando Brant) sem sobressaltos. A presença do maestro Wagner Tiso manteve o costumeiro padrão de qualidade dos shows da cantora, ainda que não tenha gerado uma mudança realmente significativa de sonoridade. O que não chega a ser um problema afinal, aos 47 anos de carreira, Maria Bethânia está entronizada no panteão das grandes intérpre...

Sons acústicos e mágoas compõem o Oásis de Bethânia

Um das definições de oásis é todo recanto que oferece calma, repouso. Sob o olhar de Maria Bethânia, a pequena região em que a presença da água permite o surgimento de vegetação e os passantes se refrescam transforma-se no árido sertão nordestino, como entrega a foto de Gringo Cardia que ilustra a capa do novo CD da intérprete, ‘Oásis de Bethânia’ (gravadora Biscoito Fino). Desta vez as econômicas dez faixas que compõem o disco não ficaram a cargo unicamente do incansável Jaime Além, maestro que acompanha a abelha-rainha há quase três décadas. À procura de novas sonoridades, Bethânia entregou a diferentes convidados os arranjos de cada faixa. O resultado aproxima ‘Oásis’ de outro álbum da cantora. Em 1983, quando o som dos teclados eletrônicos impregnava e pasteurizava a produção da música popular brasileira, Maria Bethânia lançou ‘Ciclo’. Produzido por Guto Graça Mello, o disco totalmente acústico surpreendeu a todos. Bethânia vinha de discos campeões de vendagens como ‘Álib...

Maria Bethânia: A dona da cena

Em 1966 o cineasta Júlio Bressane dirigiu um documentário sobre Maria Bethânia, então recém-chegada ao Rio de Janeiro, chamado ‘Bethânia bem de perto’. A proximidade entre a câmera e a cantora mais teatral da música popular brasileira parece ser a única forma de se tentar captar (ainda que parcialmente) a magia que se instaura quando Bethânia está em cena.  É o que acontece com ‘Amor Festa Devoção’, novo DVD da cantora lançado oficialmente na sexta-feira, dia 05 de novembro, durante coletiva na sede da gravadora ‘Biscoito Fino’, no Humaitá (RJ). Último espetáculo de Bethânia apresentado no Canecão, em outubro de 2009, ‘Amor Festa Devoção’ teve imagens captadas por André Horta – responsável pelos DVDs ‘Maricotinha ao Vivo’ (2002) e ‘Brasileirinho ao Vivo’ (2004) – durante os dias 12 e 13 de março deste ano no Vivo Rio (RJ). As dimensões da casa de espetáculos do Aterro do Flamengo não provocam a sensação de acolhimento e intimidade a que os fãs da baiana estão acostumados, mas...

A força que nunca seca

Era uma vez a(s) cigarra(s) e a formiga. Enquanto as primeiras levavam a vida a cantar (algumas brilhantemente) a formiga estava sempre trabalhando, construindo. Maria Bethânia subverte a história original de Esopo no recital ‘Bethânia e as Palavras - Leituras’, no palco do Teatro Fashion Mall onde se apresenta de sexta a domingo, nesta e na próxima semana. Como uma operária com asas, ela sobrevoa os sonhos dos poetas, dos compositores e toca o sentimento dos espectadores ao declamar/cantar poemas e canções escolhidos para o espetáculo. Acompanhada pelos músicos Luiz Brasil (violão) e Carlos César (percussão), Bethânia segue um roteiro feito com o auxílio de Hermano Vianna e direção Elias Andreatto. A pré-estreia aconteceu nesta quinta-feira, dois de setembro, para convidados, jornalistas e alunos de colégios públicos cariocas. O projeto começou em Minas, no ano passado, quando a cantora foi convidada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para participar do ciclo de confe...

Bethânia em tempo de delicadeza

Apesar da fama construída (em parte) pela alta carga dramática de suas apresentações, Maria Bethânia deixou de lado os excessos em ‘Amor, Festa, Devoção’, seu novo show que teve estréia nacional no dia 23 de outubro, no Canecão. Baseado no repertório dos dois álbuns recém-lançados,  ‘Encanteria ’  e  ‘Tua ’, o espetáculo remete a um amoroso Brasil caboclo, “que pode desaparecer ao ser substituído por um progresso vazio”, disse a baiana de Santo Amaro da Purificação. Ela optou por tons mais baixos para cantar o amor que, se já foi arrebatador, hoje se mostra maduro e contido, em novas canções como ‘É o amor outra vez’ (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro) e ‘Tua’ (Adriana Calcanhotto) e mesmo em sucessos alheios, inéditos até então na sua voz, como ‘Queixa’ e ‘Dama do Cassino’, ambas de Caetano Veloso, a última prejudicada pela insegurança da intérprete com o hábil jogo de palavras composto pelo irmão. A ‘festa’ e ‘devoção’ se impõem na primeira metade do show, quando...

30 anos de Álibi

Rio - Em 1978, quando ninguém pensava em CDs, a pirataria não assombrava as gravadoras e Roberto Carlos reinava, soberano, Maria Bethânia vendeu impressionantes 800 mil cópias do LP (isso mesmo, um long play) ‘Álibi’ — feito, até então, inédito e impensável para uma cantora brasileira. O repertório reuniu clássicos como ‘Negue’ e ‘Ronda’ e lançou ‘Explode Coração’, sedimentando a parceria de sucesso entre a intérprete e o compositor Gonzaguinha. Trinta anos depois, Bethânia ainda se espanta com a repercussão do disco. “Nossa, quanto tempo, não é? O repertório tocar como tocou foi sorte, não achei que seria esse sucesso todo”, diz, modesta. Dois anos antes, quando ainda era considerada uma cantora de elite, a baiana ganhou seu primeiro ‘disco de ouro’ pelo LP ‘Pássaro Proibido’. A faixa ‘Olhos nos Olhos’, de Chico Buarque, bateu recordes de execução nas AMs e FMs de todo o país. Mas o sucesso de ‘Álibi’ marcou: “O clima de gravação era ótimo. Tudo que envolveu o disco foi bom demais,...