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Mostrando postagens com o rótulo João Gilberto

Maestria de Gil salva 'Gilbertos samba'

Gilberto Gil pôs os pés na estrada para a turnê de lançamento do CD ‘Gilbertos samba’ (Sony Music), iniciada no dia 5 de abril no Theatro Net, no Rio de Janeiro. O tão esperado disco de sambas do cantor e compositor baiano é também uma homenagem ao conterrâneo João Gilberto. Aos 71 anos, o mais pop dos Doces Bárbaros parece desacelerar a máquina de hits de outrora no show em que dá voz aos 12 sucessos do “bruxo de Juazeiro” incluídos no CD, além de outras nove canções. Aos clássicos como ‘As pés da cruz’ (Marino Pinto/ Zé da Zilda, 1942) e ‘Você e eu’ (Vinicius de Moraes/ Carlos Lyra, 1961), juntam-se outros como ‘Rosa morena’ (Dorival Caymmi, 1942) e ‘Chiclete com banana’ (Gordurinha/ Almira Castilho, 1959). Se o violão, instrumento adotado a partir da audição de João no rádio, continua impecável, a voz apresenta falhas, principalmente nas regiões mais graves em que Gil vem cantando há algum tempo. Ao tentar emular o minimalismo zen do mestre João, Gilberto soa correto sem, contu...

Samba cheio de bossa aclimata o 'arpoador' de Leo Tomassini

“... E melhor do que o silêncio só João”, sentenciou o discípulo Caetano Veloso em ‘Pra ninguém’ (1997), ao citar João Gilberto, cuja interpretação sabiamente (instintivamente?) é valorizada pelas pausas do velho mestre baiano, criador da famosa batida de violão que deflagrou a Bossa Nova. O ‘arpoador’ do carioca Leo Tomassini é banhado por ondas silenciosas desde sempre existentes nas obras dos baianos João, Caetano e Dorival Caymmi (1914 – 2008). A música do santo-amarense é, aliás, mina d’água das composições e do canto de Leo, que divide os vocais com o mestre em ‘elizabeth’ (Leo Tomassini), na qual o elegante flugel do músico Leandro Joaquim cita ‘Lindeza’ (Caetano Veloso). A bossa de violões cheios de bossa (de Pedro Sá, Mig Martins, Guinga, Nelson Jacobina, Rubinho Jacobina e Marcos Alves) perpassa a quase totalidade das faixas do segundo álbum solo de Tomassini, ex-Família Roitman, e convida o ouvinte a um mergulho nas águas tépidas da canção sem fronteiras, não obstante o...

Ano Cheio de Bossa

Fim de ano é boa desculpa para se fazer balanço de tudo de bom, ruim, relevante ou nem tanto que aconteceu nos últimos 12 meses. Na música, aniversários, comemorações, grandes encontros e atrações internacionais de peso fizeram a trilha sonora de 2008. O pancadão do funk na velocidade cinco do MC Créu, do início do ano, foi substituído pela sutileza do banquinho e violão nas inúmeras homenagens aos 50 anos da Bossa Nova, contados a partir do lançamento do disco ‘Canção do Amor Demais’, de Elizeth Cardoso — com a famosa batida do violão de João Gilberto nas faixas ‘Chega de Saudade’ e ‘Outra vez’. As principais foram o encontro de Roberto Carlos e Caetano Veloso (lançado em CD e DVD) e as apresentações do próprio João Gilberto que voltou a cantar no Rio após 14 anos, em show histórico no Theatro Municipal. Maria Bethânia também pisou no palco do teatro, pela primeira vez, com o show ‘Brasileirinho’. A diva baiana ainda recebeu o prêmio Shell de Música. Pela primeira vez, a premiação...

As pausas de um gênio

O Theatro Municipal ganhou ares de templo budista quando, com exatos 55 minutos de atraso, João Gilberto iniciou show pelos 50 anos da Bossa Nova, na noite de domingo. Depois de Caetano Veloso e Roberto Carlos — que fizeram apresentação emocionante sexta-feira — foi a vez de o mestre baiano arrebatar a todos com técnica, talento e simpatia. A expectativa era grande, antes da apresentação. “Estou há mais de um mês pensando nisso. Olhar ele tocando, ouvir o que ele toca”, disse o eterno discípulo Caetano Veloso. “Nunca assisti a um show dele, estou feliz da vida. João é mestre em escolher repertório, sempre cantou as melhores coisas da MPB”, afirmou a novata Roberta Sá. E assim foi. João desfiou um rosário de clássicos da música popular brasileira para uma platéia hipnotizada e reverente. Parecia que até a respiração dos presentes estava suspensa, quando se ouviu os acordes de ‘Você Já Foi à Bahia?’, primeira das três canções de Dorival Caymmi escolhidas por João para abrir o espetáculo ...