‘Eu fui, voltei’, avisa Toni Garrido na faixa que abre ‘Hei, afro!’, CD que marca seu retorno ao Cidade Negra. A retórica supostamente engajada do agora power trio não consegue escamotear o festival de clichês assinados por Toni, Bino Farias e Lazão. Versos infantis como “Falar, até papagaio fala/ E garganta é bom com batata e agrião”, de ‘Só pra detonar’, “Se lembra do tempo da escravidão/ (o tempo não mudou) / levanta pra luta, comprar feijão”, da faixa-título, ou ainda “Posso até não ser rico/ dinheiro não é valor”, de ‘Mole de amor’, atestam a falta de criatividade pela qual os músicos passam. O que dizer de “perdemos o tato, depois o contato/ magia e mago estão no poder”, de ‘Contato’ (Toni/ Bino/ Lazão/ Alexandre Carlo)? Tampouco funciona a versão de ‘When love comes knockin’ (At your door)’ (Neil Sedaka/ Carole Bayer Sager), transformada em ‘Ninguém pode duvidar de Jah’. Tentando emular seus melhores momentos, o Cidade Negra mistura reggae e pop inconsistentes, sem alcan...
Um canto para organizar meus textos sobre MPB, seus compositores e cantores.