Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Cida Moreira

Cida Moreira brilha no afetivo e agridoce álbum 'Soledade'

“Havia manhãs, havia quintais naquele tempo”, recorda Cida Moreira aos primeiros acordes de ‘Viola quebrada (Maroca)’, modinha que abre ‘Soledade’, décimo disco de carreira da cantora, pianista e atriz paulista, lançado pela gravadora Joia Moderna. Impregnado de agridoce melancolia, o repertório, escolhido por Cida e pelo jornalista Eduardo Magossi, de início ecoa o passado rural já distante desta terra cabocla, tão bem retratado por Maria Bethânia no emocionante e fundamental disco/show ‘Brasileirinho’ (2003). Não por acaso, a modinha assinada pelo poeta Mário de Andrade (1893 – 1945), em 1928, lembra ‘Sussuarana’ (Hekel Tavares/ Luiz Peixoto), outro pequeno brilhante da mesma época, que voltou a luzir no referido disco/show. ‘Soledade’ é roteiro afetivo desta artista ligada à vanguarda paulistana, que compreende desde a música de viola ouvida na infância à produção assinada por jovens nomes da cena atual. Seu canto, (já) curtido e (sempre) carregado de intensões, recria com pr...

Joias raras e modernas cintilam em 2011

Em 2011 a indústria fonográfica voltou a revirar seus preciosos baús para seduzir colecionadores e aficionados em CDs. No ano em que o iTunes chegou ao mercado brasileiro, a Universal Music lançou as caixas com a discografia de ícones da MPB como Maria Bethânia e Ney Matogrosso. A Discobertas, do pesquisador Marcelo Fróes encaixotou os primeiros discos do Zimbo Trio e a obra completa de Celly Campello. Um dos destaques da gravadora foi o lançamento do álbum ‘Ademilde Fonseca’, lançando originalmente em 1975. O DJ Zé Pedro também entrou no mercado musical com sua Joia Moderna, reeditando importantes discos nunca antes digitalizados e trazendo de volta grandes cantoras como Célia e Cida Moreira.

Cida Moreira: uma dama longe da obviedade

“Antes de Deus criar terra e mar/ Ele segurava as estrelas na mão/ Que giravam em seus dedos/ Como areia em grão/ Até que um dia uma caiu...”, diz a versão do ator e diretor teatral Antônio Carlos Brunet para ‘Lost in the stars’ (Maxwell Anderson/ Kurt Weill), faixa que encerra ‘A dama indigna’, álbum de Cida Moreira lançado recentemente pela gravadora Joia Moderna. De seu quarto no ‘Hotel das estrelas’ (Jards Macalé/ Duda), nossa solitária dama coloca seu canto dramático a serviço de canções interligadas por uma linha teatral que envolve o ouvinte logo na primeira audição. Acompanhada apenas por seu vigoroso – e sensível – piano, Cida irmana compositores tão distantes quanto Gonzaguinha (‘Palavras’) e David Bowie (‘Soul love’). Apesar da indisfarçável solitude que atravessa as 14 faixas do disco, é o amor em suas mais diversas formas que dá o tom em ‘A dama indigna’, mesmo que em certo momento ela o renegue: “Quem chora por amor é um imbecil/ Quem vive de ilusão é muito mais”, d...