“Havia manhãs, havia quintais naquele tempo”, recorda Cida Moreira aos primeiros acordes de ‘Viola quebrada (Maroca)’, modinha que abre ‘Soledade’, décimo disco de carreira da cantora, pianista e atriz paulista, lançado pela gravadora Joia Moderna. Impregnado de agridoce melancolia, o repertório, escolhido por Cida e pelo jornalista Eduardo Magossi, de início ecoa o passado rural já distante desta terra cabocla, tão bem retratado por Maria Bethânia no emocionante e fundamental disco/show ‘Brasileirinho’ (2003). Não por acaso, a modinha assinada pelo poeta Mário de Andrade (1893 – 1945), em 1928, lembra ‘Sussuarana’ (Hekel Tavares/ Luiz Peixoto), outro pequeno brilhante da mesma época, que voltou a luzir no referido disco/show. ‘Soledade’ é roteiro afetivo desta artista ligada à vanguarda paulistana, que compreende desde a música de viola ouvida na infância à produção assinada por jovens nomes da cena atual. Seu canto, (já) curtido e (sempre) carregado de intensões, recria com pr...
Um canto para organizar meus textos sobre MPB, seus compositores e cantores.