Quatro cabeças decapitadas, aninhadas em suas cabeleiras numa praia deserta compõem a cinematográfica capa de ‘Diurno’, primeiro disco da banda Ava. Impactante, o instantâneo assinado pelo artista plástico Tunga aponta para a principal caraterística das experimentações musicais feitas por Ava Rocha (voz), Daniel Castanheira (bateria, percussões, efeitos eletrônicos), Emiliano 7 (violão e efeitos) e Nana Carneiro da Cunha (violoncelo e vocais): a interação entre som e imagem. Os versos assinados por Ava e seus parceiros contribuem para a bela estranheza que atravessa o álbum lançado pela gravadora Warner Music na noite de quarta-feira, dia 09 de novembro de 2011, no Galpão das Artes, no Jardim Botânico. Na contramão do almejado espírito cool que paira sobre boa parte da produção musical tupiniquim, a banda Ava soa inquietante: o que poderia surpreender, não fosse a vocalista filha do cineasta Glauber Rocha (1939 – 1981). Os belos graves exibidos pela voz de contralto de Ava casa...
Um canto para organizar meus textos sobre MPB, seus compositores e cantores.