Não teve show revisionista, não teve comemoração de
cinquenta anos de carreira, muito menos ajudinha de parte da mídia reverente a certos artistas 'intocáveis' que tirasse
do show ‘A mulher do fim do mundo’ o título de espetáculo do ano. A impactante ambiência
sonora do excelente álbum se expandiu no palco, onde a cantora reinou absoluta.
De seu trono, Elza Soares esmiuçou as dores e as mazelas de milhares de Rosinhas
e malandros brasileiros, fez ecoar sua voz num manifesto contra o assassinato
de jovens e surpreendeu a todos encerrando o show com esperança de um futuro
melhor, longe do fim. ‘A mulher do fim do mundo’, disco e show nasceram
clássicos.
A Universal Music reabre seu baú de preciosidades. Desta vez, a dona do maior acervo musical do país, traz duas joias do cantor, compositor e violonista Gilberto Passos Gil Moreira, recentemente eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras. De 1971, o disco londrino, ‘Gilberto Gil’, reaparece em nova edição em vinil, enquanto ‘Refestança’, registro do histórico encontro de Gil e Rita Lee, de 1977, finalmente ganha versão digital. Gravado durante o exílio do artista baiano em Londres, o quarto LP de estúdio de Gilberto Gil foi produzido por Ralph Mace para o selo Famous e editado no Brasil pela Philips, atual Universal Music. O produtor inglês também trabalhava com Caetano Veloso, que havia lançado seu primeiro disco de exílio no mesmo ano. Contrastando com a melancolia expressada por Caetano, Gil fez um álbum mais equilibrado, dosando as saudades do Brasil...
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