2015 marcou o cinquentenário artístico de grandes nomes
da música popular brasileira. Enquanto Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria
Bethânia comemoraram olhando para trás, revivendo sucessos, Gal Costa manteve
os pés no presente, gravando ‘Estratosférica’, álbum que trouxe compositores de
gerações diferentes, de Milton Nascimento a Lirinha. ‘Estratosférica’ é um bom
disco de carreira, como tantos outros lançados pela cantora, mas não alcançou
os píncaros. Com suas excessivas programações eletrônicas e equivocadas opções
como incluir a gravação de ‘Ilusão à toa’, certamente por pressão da Sony
Music, já que a versão entrou na malfadada novela ‘Babilônia’, ou deixar de
fora da edição física as belas ‘Átimo de som’ e ‘Vou buscar você pra mim’.
Todos esses senões foram suplantados pela cantora no show homônimo. Em
altíssimo astral, com a voz tinindo, interpretando magnificamente canções de
diferentes épocas, Gal Costa permanece em cartaz neste verão e tem tudo para
novamente tomar o Circo Voador – como fez com o inesquecível show ‘Recanto’ –
nas anunciadas apresentações em fevereiro de 2016. Aos 70 anos, a baiana
continua sendo a tal.
A Universal Music reabre seu baú de preciosidades. Desta vez, a dona do maior acervo musical do país, traz duas joias do cantor, compositor e violonista Gilberto Passos Gil Moreira, recentemente eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras. De 1971, o disco londrino, ‘Gilberto Gil’, reaparece em nova edição em vinil, enquanto ‘Refestança’, registro do histórico encontro de Gil e Rita Lee, de 1977, finalmente ganha versão digital. Gravado durante o exílio do artista baiano em Londres, o quarto LP de estúdio de Gilberto Gil foi produzido por Ralph Mace para o selo Famous e editado no Brasil pela Philips, atual Universal Music. O produtor inglês também trabalhava com Caetano Veloso, que havia lançado seu primeiro disco de exílio no mesmo ano. Contrastando com a melancolia expressada por Caetano, Gil fez um álbum mais equilibrado, dosando as saudades do Brasil...
Comentários