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Mostrando postagens de dezembro, 2015

Meus shows em 2015: 'A mulher do fim do mundo'

Não teve show revisionista, não teve comemoração de cinquenta anos de carreira, muito menos ajudinha de parte da mídia reverente a certos artistas 'intocáveis' que tirasse do show ‘A mulher do fim do mundo’ o título de espetáculo do ano. A impactante ambiência sonora do excelente álbum se expandiu no palco, onde a cantora reinou absoluta. De seu trono, Elza Soares esmiuçou as dores e as mazelas de milhares de Rosinhas e malandros brasileiros, fez ecoar sua voz num manifesto contra o assassinato de jovens e surpreendeu a todos encerrando o show com esperança de um futuro melhor, longe do fim. ‘A mulher do fim do mundo’, disco e show nasceram clássicos. 

Meus shows em 2015: 'Estratosférica'

2015 marcou o cinquentenário artístico de grandes nomes da música popular brasileira. Enquanto Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia comemoraram olhando para trás, revivendo sucessos, Gal Costa manteve os pés no presente, gravando ‘Estratosférica’, álbum que trouxe compositores de gerações diferentes, de Milton Nascimento a Lirinha. ‘Estratosférica’ é um bom disco de carreira, como tantos outros lançados pela cantora, mas não alcançou os píncaros. Com suas excessivas programações eletrônicas e equivocadas opções como incluir a gravação de ‘Ilusão à toa’, certamente por pressão da Sony Music, já que a versão entrou na malfadada novela ‘Babilônia’, ou deixar de fora da edição física as belas ‘Átimo de som’ e ‘Vou buscar você pra mim’. Todos esses senões foram suplantados pela cantora no show homônimo. Em altíssimo astral, com a voz tinindo, interpretando magnificamente canções de diferentes épocas, Gal Costa permanece em cartaz neste verão e tem tudo para novamente tomar o Ci...

Meus shows em 2015: 'Ela disse-me assim - Canções de Lupicínio Rodrigues'

Em 2015 Gal Costa festejou seus 70 anos de vida e 50 anos de carreira a todo vapor. Em março, a cantora revigorou o repertório do ourives das canções de dor-de-cotovelo, Lupicínio Rodrigues (1914 – 1974), no  show ‘Ela disse-me assim – Canções de Lupicínio Rodrigues’ . Acompanhada por jovens e talentosos músicos, Gal fez luzir o ótimo e surpreendente roteiro, com versões emocionantes de clássicos como ‘Esses moços’, ‘Volta’ e ‘Se acaso você chegasse’. Aplaudida em cena aberta em números como ‘Quem há de dizer’ e ‘Vingança’, Gal Costa emocionou o público com suas interpretações perfeitas. A maior cantora do Brasil seduziu a todos – e o ano ainda estava começando.

Meus discos em 2015: 'A mulher do fim do mundo'

‘A mulher do fim do mundo’, 34º disco da longeva carreira de Elza Soares, arrebatou corações e mentes. Com sua voz muitas vezes no limite, a mulata desfila seu dramático enredo acompanhada pelo produtor Guilherme Kastrup e por uma turma de excelentes músicos da cena paulista atual. “Me deixem cantar até o fim”, clama Elza na faixa-título do álbum que não tem senões. Todas as faixas são ótimas e impactantes, de ‘Coração do mar’ (Oswald de Andrade/ José Miguel Wisnik) a ‘ Comigo’ (Romulo Fróes/ Alberto Tassinari) . Dura na queda, Elza Soares mais uma vez deu a volta por cima e gravou o grande disco de 2015.

Meus discos em 2015: 'Pedras que rolam, objetos luminosos'

Jussara Silveira voltou seu belo canto para a obra perene de Ronaldo Bastos e Beto Guedes no álbum ‘Pedras que rolam, objetos luminosos’ (Dubas Música/ Universal Music). Produzido por Marcelo Costa e Sacha Amback, o disco cativa desde a primeira audição. Jussara está particularmente luminosa em ‘Tanto’ e ‘Choveu’. ‘Pedras que rolam, objetos luminosos’ é disco para ouvir como antigamente: deixando rolar da primeira à última faixa.

Meus discos em 2015: 'Guelã'

Introspectivo e belo, o terceiro álbum de estúdio de Maria Gadú marcou a mudança de rota na música da artista. Lançado pela gravadora Som Livre através do selo Slap, ‘Guelã’ é intenso, menos pop e muito mais interessante do que os discos anteriores de Gadú. ‘obloco’ (Maria Gadú / Maycon Ananias), ‘Ela’ (Maria Gadú), a regravação de ‘Trovoa’ – a ode à mulher composta por Maurício Pereira, lançada em 2007  –  e ‘Semivoz’ (Maria Gadú/ Maycon Ananias/ James McCollum) são destaques do primeiro disco de Maria Gadú a entrar na minha discoteca. 

Buchecha mantém a imagem de "funkeiro família" no CD 'Funk pop'

Surgida na década de 1990, a dupla Claudinho & Buchecha conquistou o público com seu funk melodioso, de pegada mais pop, romântico e “família”, expresso no primeiro hit, ‘Conquista’ (Buchecha). Este e outros sucessos chamaram a atenção de artistas da MPB, como Adriana Calcanhotto, cuja gravação de ‘Quero te encontrar’ (Cacá Moraes/ Abdullah) entrou na programação musical das rádios do segmento adulto contemporâneo que adoram este tipo de versão. O fato é que o registro de Calcanhotto, feito para o primeiro CD assinado por ela com o heterônimo Adriana Partimpim, ganhou ainda mais repercussão com a prematura morte de Claudinho, em 2002. Desde então, Buchecha não repetiu o êxito da antiga dupla em sua carreira solo. Visando as paradas de sucesso, o álbum ‘Funk pop’, por ora lançado pela gravadora WEA, traz canções do repertório de Claudinho & Buchecha, de Márcio & Goró, do MC Bob Rum e de Stevie B – também oriundos dos anos 1990 –, além de quatro faixas compostas por Giulie...

Meus discos em 2015: 'Do tamanho certo para o meu sorriso'

O disco que marca os 40 anos de carreira de Fafá de Belém não poderia refletir melhor a brasilidade desta sedutora cantora. Lançado pela gravadora Joia Moderna, ‘Do tamanho certo para o meu sorriso’ conectou o repertório de Fafá à produção musical contemporânea do Pará pelas mãos dos músicos Manoel Cordeiro e Felipe Cordeiro. Distante da atitude cool almejada por tantos cantores da MPB, Fafá de Belém mais uma vez se entregou à canção popular medo de ser feliz.

Meus discos em 2015: 'Canção e silêncio'

À primeira audição, ‘Canção e silêncio’ causou certo estranhamento logo dissipado em novas e seguidas incursões neste segundo álbum independente do artista pernambucano Zé Manoel. Num ano cheio de bons lançamentos de uma nova turma que não nega a influência e atualiza a MPB, como Jonas Sá (‘Blam blam’), Alberto Continentino (‘Ao som dos planetas’) e Lira (‘O labirinto e o desmantelo’), o pianista, compositor e cantor nascido em Petrolina se destacou por suas refinadas composições. Além de compor e cantar, Zé Manoel toca um personalíssimo piano e formou com Kassin (baixo) e Tutty Moreno (bateria) o luxuoso trio base de ‘Canção e silêncio’.

Elza Soares vai além do fim do mundo no melhor show do ano

“Mais? Vocês querem mais?”, perguntou Elza Soares, cheia de malícia, já no ‘bis’ que compõe o primoroso roteiro do show ‘A mulher do fim do mundo’, em sua estreia carioca, na noite de terça-feira, dia 01 de dezembro de 2015. Em seu trono suspenso acima de seus excelentes músicos, liderados pelo baterista e produtor Guilherme Kastrup, no impactante cenário de Ana Turra, Elza cantou todas as canções do ótimo álbum homônimo, de ‘Coração do mar’ (Oswald de Andrade/ José Miguel Wisnick) a ‘Comigo’ (Romulo Fróes/ Alberto Tassirani), além de outros três números certeiros. Toda a carga dramática eternizada no disco é realçada no show. A voz que fica por um fio, que não alcança certas notas, ressurge potente, de algum insuspeito recôndito da garganta/ peito malhados a ferro e fogo e dá vida à temática existencialista que norteia tudo. A velha ginga carioca da mulata entorta melodias para, em seguida, consertar o aparentemente errado e colocar a canção em outros trilhos inesperados. A urgência...