
‘Por onde eu for’ é o nome do EP digital lançado
por Leila Pinheiro através de seu selo, Tacacá Music. As quatro faixas podem
ser ouvidas no SoundCloud (clique aqui). Dezessete anos após seu último disco
realmente interessante, ‘Na ponta da língua’, no qual gravou nomes ligados ao
pop nacional, como Frejat, Marina Lima e Adriana Calcanhotto – compositoras de
duas faixas de ‘Por onde eu for’ –, Leila reaparece mantendo seu habitual
padrão: o canto correto, sem arroubos interpretativos. Assinada por Calcanhotto,
a música que intitula o EP e também o novo show da artista paraense é da safra
de ‘O micróbio do samba’ (2011), álbum em que Adriana aventurou-se pelo (que
ela chamou) de samba. Leila opta por uma interpretação mais sisuda, distante
das finas ironias da colega gaúcha. Melhor momento de ‘Por onde eu for’, ‘Você
em mim’ é a regravação da balada de Guilherme Arantes – parceiro de Nelson
Motta em ‘Coisas do Brasil’, cuja regravação de Leila Pinheiro, em 1993, fez
muito sucesso. ‘Todas as coisas valem’, que traz o opaco dueto de suas
compositoras, Leila e Zélia Duncan, é bolero contemporâneo, destes que
impregnam os trabalhos de cantoras brasileiras de gerações (geralmente)
anteriores à de Leila. Menos teclados fariam bem a ‘Chega pra mim’ (Marina
Lima/ Márcio Tinoco). Enfim, Leila Pinheiro permanece pisado o sólido terreno
da MPB, sem alçar voos arriscados. Entretanto, ‘Por onde eu for’ certamente
agradará aos ouvidos mais refratários às estranhezas sonoras contemporâneas.
Comentários