‘Ao som dos planetas’, álbum que o compositor e multi-instrumentista
Alberto Continentino lança de forma independente, apresenta onze faixas
produzidas pelo artista e por Kassin. ‘Tic tac’, a faixa de abertura, é uma
parceria de Alberto e Moreno Veloso, outras três, ‘Sistema de som’, ‘Tudo’ e
‘Naufrago’, foram feitas a quatro mãos, com Domenico Lancellotti. A banda é
formada por Guilherme Monteiro (guitarras), Kassin (múltiplos instrumentos),
Stéphane San Juan (bateria e percussão), Domenico Lancellotti (percussão),
Arthur Dutra (vibrafone), Marlon Sette (trombone), Altair Martins (trompete e
fluel horn), Donatinho (piano) e Leo Gandelman (sax e flauta), entre outros.
Como se vê – e se ouve –, ‘Ao som dos planetas’ gira em torno da turma da cena
musical carioca, que vem ditando as regras da produção fonográfica
contemporânea. Contudo, o álbum difere de outros lançamentos, passando ao largo
dos tais barulhinhos – ruídos – que viraram sinônimo de modernidade entre os
descolados. A sonoridade de ‘Ao som dos planetas’ nos remete às trilhas de
cinema norte-americano da década de 1960, mas também há nítidas influências de
João Donato, além de certa bossa. Entre faixas instrumentais, como ‘Coragem’
(Alberto Continentino) e ‘Double dip’ (Alberto Continentino) e outras em que
Continentino divide os vocais com a mulher, Vivian Miller, ‘Ao som dos
planetas’ é um disco suave e agradável.
A Universal Music reabre seu baú de preciosidades. Desta vez, a dona do maior acervo musical do país, traz duas joias do cantor, compositor e violonista Gilberto Passos Gil Moreira, recentemente eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras. De 1971, o disco londrino, ‘Gilberto Gil’, reaparece em nova edição em vinil, enquanto ‘Refestança’, registro do histórico encontro de Gil e Rita Lee, de 1977, finalmente ganha versão digital. Gravado durante o exílio do artista baiano em Londres, o quarto LP de estúdio de Gilberto Gil foi produzido por Ralph Mace para o selo Famous e editado no Brasil pela Philips, atual Universal Music. O produtor inglês também trabalhava com Caetano Veloso, que havia lançado seu primeiro disco de exílio no mesmo ano. Contrastando com a melancolia expressada por Caetano, Gil fez um álbum mais equilibrado, dosando as saudades do Brasil...
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