‘Euforia’ é o terceiro álbum do cantor e
compositor Pélico, produzido por Jesus Sanchez que também assinou ‘O último dia
de um homem sem juízo’ (2008) e ‘Que isso fique entre nós’ (2011). A dupla
produziu o disco de estreia do cantor Toni Ferreira, em 2013, que trazia ‘Olha
só’ e ‘Repousar’, músicas que voltam agora na voz (pequena) de seu autor.
Despretensioso e bem humorado, ‘Euforia’ vai além do pop potencialmente
radiofônico de faixas como ‘Sobrenatural’ e ‘Meu amor mora no Rio’. Há samba (o
ótimo ‘Você pensa que me engana’), faixa de sotaque africano (‘Sozinhar-me’),
de pegada oitentista (‘Overdose’, ‘Ela me dá’ e ‘Euforia’) e momentos mais
delicados/ românticos (‘Escrevo’, ‘Vaidoso’ e ‘Calado’), além da homenagem a
Tom Zé (‘Ao meu amigo Zé’), um dos ídolos do compositor paulistano. Com versos
bem construídos, embalados por uma sonoridade que se distancia de ruídos
supostamente modernos presentes em muitos discos atuais, ‘Euforia’ se revela um
álbum interessante, em que Pélico amplia seus horizontes estéticos.
A Universal Music reabre seu baú de preciosidades. Desta vez, a dona do maior acervo musical do país, traz duas joias do cantor, compositor e violonista Gilberto Passos Gil Moreira, recentemente eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras. De 1971, o disco londrino, ‘Gilberto Gil’, reaparece em nova edição em vinil, enquanto ‘Refestança’, registro do histórico encontro de Gil e Rita Lee, de 1977, finalmente ganha versão digital. Gravado durante o exílio do artista baiano em Londres, o quarto LP de estúdio de Gilberto Gil foi produzido por Ralph Mace para o selo Famous e editado no Brasil pela Philips, atual Universal Music. O produtor inglês também trabalhava com Caetano Veloso, que havia lançado seu primeiro disco de exílio no mesmo ano. Contrastando com a melancolia expressada por Caetano, Gil fez um álbum mais equilibrado, dosando as saudades do Brasil...
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