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Single de Gal, 'Ilusão à toa' provoca discussão exagerada

Toda essa discussão sobre o lançamento de ‘Ilusão à toa’, versão que estará na trilha sonora de ‘Babilônia’ me parece exagerada. Em vários momentos de sua carreira, Gal Costa gravou músicas para trilhas de novela. ‘Desafinado’ (‘Bambolê’), ‘Solidão’ (‘O Dono do Mundo’), ‘Modinha para Gabriela’ (‘Gabriela’), ‘Ruas de outono’ (‘Paraíso Tropical’), ‘Brasil’ (‘Vale Tudo’), ‘Jovens tardes de domingo’ (‘Zazá’), ‘Pra você’ (‘Torre de Babel’), ‘Caminhos do mar’ (‘Porto dos Milagres’) saíram independentemente do discos de carreira da cantora, algumas sequer entraram em sua discografia oficial. Se a gravadora quis pegar carona na novela da TV Globo para promover ou não o novo álbum, ‘Estratosférica’ (a seleção de repertório ainda não foi divulgada oficialmente) é porque o folhetim das 21 horas ainda é uma vitrine nacional - até os “alternativos” sabem e sonham com a inclusão de uma música lá. Os tempos mudaram, as rádios e grande parte do público andam mais acomodados do que nunca. Ninguém quer sair da sua zona de conforto. ‘Neguinho’ foi a primeira faixa de divulgação do estratosférico ‘Recanto’ e, aqui no Rio de Janeiro, apenas uma rádio tocou uma versão editada. Enfim, prefiro comemorar a atual fase da cantora, que festeja 50 anos de carreira e 70 de idade em plena atividade, com dois shows maravilhosos em cartaz, um disco de inéditas pronto e outro com as canções de Lupicínio Rodrigues a ser gravado. Ah, e a nova gravação de 'Ilusão à toa' é uma beleza.

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