Terceiro
disco da cantora mineira Regina Souza, ‘Inversões’ (Vida Urbana/ Biscoito
Fino), apresenta clássicos da música norte-americana vertidos para o português.
O repertório traz antigas versões feitas por Haroldo Barbosa (‘Beguin the
beguine’, de Cole Porter), Aloysio de Oliveira (‘Sol da meia-noite’, para
‘Midnight sun’, de Johnny Mercer, Lionel Hampton e Sonny Burke), Jair Amorim
(‘Amor é sempre amor’, para ‘As time goes by’, de Herman Hupfeld) e João de
Barro (‘Oh, que dia tão feliz’, para ‘It’s a hap-hap happy day’, de J. Neiburg,
Sammy Timberg e Winston Sharples). Todas de um tempo em que os versionistas não
se preocupavam com a tradução literal, e conseguiam imprimir sua personalidade
artística nas canções. Qualidade herdada por compositores de gerações
posteriores como Augusto de Campos (‘Louca me chamam’, para ‘Crazy he calls
me’, de Carl Sigman e Sidney Russel), Nelson Motta (‘Como um rio’, para ‘Cry me
a river’, de Arthur Hamilton), Rita Lee (‘Blue moon’, de Richard Rodgers e
Lorenz Hart) e Carlos Rennó (‘Que de-lindo’, para ‘It’s de-lovely, de Cole
Porter) também incluídos no álbum. Três sucessos nacionais, ‘Samba e amor’
(Chico Buarque), ‘Chovendo na roseira’ (Tom Jobim) e ‘Não me diga adeus’
(Paquito, Luiz Soberano e João Correa da Silva) surgem, respectivamente traduzidos
para o italiano, o francês e o espanhol. Os adequados arranjos do produtor
Rodrigo Campello apostam numa suavidade condizente com o canto de Regina. Sem
sobressaltos ou estranhamentos, ‘Inversões’ reitera a vertente que já rendeu
belos momentos na música popular brasileira.
A Universal Music reabre seu baú de preciosidades. Desta vez, a dona do maior acervo musical do país, traz duas joias do cantor, compositor e violonista Gilberto Passos Gil Moreira, recentemente eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras. De 1971, o disco londrino, ‘Gilberto Gil’, reaparece em nova edição em vinil, enquanto ‘Refestança’, registro do histórico encontro de Gil e Rita Lee, de 1977, finalmente ganha versão digital. Gravado durante o exílio do artista baiano em Londres, o quarto LP de estúdio de Gilberto Gil foi produzido por Ralph Mace para o selo Famous e editado no Brasil pela Philips, atual Universal Music. O produtor inglês também trabalhava com Caetano Veloso, que havia lançado seu primeiro disco de exílio no mesmo ano. Contrastando com a melancolia expressada por Caetano, Gil fez um álbum mais equilibrado, dosando as saudades do Brasil...
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