Autor de clássicos do repertório de Gal Costa (‘Pérola Negra’, 1971) e Maria Bethânia (‘Estácio Holly Estácio’, 1972), Luiz Melodia surgiu na década de 1970 como um novo sambista vindo do berço de Ismael Silva (1905 – 1978). Mas o cantor do Morro de São Carlos, bairro do Estácio, logo se mostrou arredio à categorização limitadora, afinal, sua voz, cujo timbre se equilibra entre o cortante e o aveludado, se prestava a voos para além dos terreiros e fundos de quintais cariocas. Como consequência, Melodia dividiu com outros artistas igualmente refratários aos esquemas preconcebidos pelas gravadoras, o título de “maldito” – o que de certa forma pode ter prejudicado sua discografia. A partir da estreia impecável, com o álbum ‘Pérola negra’ (1973), Luiz viu sua carreira fonográfica, volta e meia ser pontuada por regravações e novas tentativas de enquadramentos. Seu primeiro e único disco de ouro veio apenas em 1999, com o CD ‘Acústico ao vivo’ (Índie Records), quando, não por acaso, revis...
Um canto para organizar meus textos sobre MPB, seus compositores e cantores.