Quarto
DVD da carreira de Djavan, ‘Rua dos amores ao vivo’ (Luanda Records/ Sony
Music) foi gravado nos dias 8 e 9 de novembro de 2013, no HSBC Brasil, em São
Paulo (SP). Acompanhado pelos ótimos músicos Carlos Bala (bateria), Glauton
Campello (piano e teclados), Jessé Sadoc (trompete e flugelhorn), Marcelo
Mariano (contrabaixo), Marcelo Martins (saxofone e flauta), Paulo Calasans
(piano e teclados) e Torcuato Mariano (guitarras), o cantor e compositor
alagoano apresenta músicas do CD ‘Rua dos amores’ (2012), como a faixa-título,
‘Pecado’, ‘Ares sutis’ e ‘Já não somos dois’, além de sucessos como ‘Oceano’
(‘Djavan’, 1989), ‘Samurai’ (‘Luz’, 1982) e ‘Flor de lis’ (‘A voz, o violão, a
música de Djavan’, 1976), no roteiro que enfileira 24 números. Gravada em estúdio,
a inédita ‘Maledeto’, incluída apenas no CD, já está em rotação nas rádios do
segmento adulto contemporâneo.
As
belas imagens do DVD dirigido por Hugo Prata se alinham ao costumeiro requinte das
apresentações de Djavan, que surge em excelente forma vocal. Sua personalíssima
sofisticação harmônica, rítmica e melódica permanece inalterada neste registro
audiovisual que rivaliza com ‘Djavan ao vivo’, que vendeu 2 milhões de cópias
em CD, em 1999, e que foi lançado em DVD dois anos mais tarde. Inevitável, a
comparação se faz pertinente ao se notar que 12 músicas estão presentes nos
dois trabalhos, separados por 13 anos.
Estimado
em mais de 200 mil pessoas, o público que assistiu aos shows da recente turnê
parece não se importar com essa repetição, aliás, os números mais aplaudidos
são justamente os conhecidos como ‘Meu bem querer’ (‘Alumbramento’, 1980),
apresentado com arranjo semelhante ao da gravação original. Felizmente Djavan
não se dobra totalmente ao gosto do freguês e canta as recentes e belas ‘Bangalô’
(2012) e ‘Vive’ (2012), esta lançada por Maria Bethânia em seus ‘Oásis’,
canções que provavelmente se tornariam sucessos se fossem lançadas em outra
época.
Para
cada hit como ‘Serrado’ (‘Djavan’, 1978) e ‘Se’ (‘Coisa de acender’, 1992) há
as menos conhecidas ‘Asa’ (‘Meu lado’, 1986) e ‘Doidice’ (‘Não é azul, mas é
mar’, 1987). Ele volta a ‘Seduzir’ (‘Seduzir’, 1980), mas também refaz
‘Curumim’ (‘Djavan’, 1989) e ‘Mal de mim’ (‘Djavan’, 1989), esta última tão
sedutora quanto a balada radiofônica ‘Nem um dia’ (‘Malásia’, 1996) ou a
classuda ‘Anjo de vitrô’ (2012).
O
parceiro bissexto, Dominguinhos (“um homem ímpar, extraordinário, um melodista
sensacional”), é lembrado em ‘Retrato da vida’ (‘Bicho solto o XIII’, 1998), doída
e belíssima canção gravada recentemente pela cantora Mariene de Castro em seu
ótimo disco ‘Colheita’.
Assim,
costurando com precisão o roteiro, que ainda traz os sucessos ‘Acelerou’
(‘Djavan ao vivo, 1999), ‘Cigano’ (‘Djavan’, 1989) e ‘Sina’ (‘Luz’, 1982), além
da obscura ‘Irmã de neon’ (‘Malásia’, 1996), Djavan reitera a qualidade de sua
obra, de assinatura inconfundível. Seja jazz, samba, funk, soul e o que mais
vier, ele continua djavaneando o que há de bom.
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