O cantor, compositor e baixista Rodrigo
Santos aposta na produção autoral em ‘Motel maravilha’, seu quinto disco solo. Bem
produzido por Nilo Romero, que assume o baixo na maioria das faixas, o álbum
lançado de forma independente apresenta um pop rock cheio de vigor e
sinceridade para embalar canções que abordam os relacionamentos amorosos.
O disco começa de forma irregular com os
clichês listados em ‘Essa canção é nossa’ (Rodrigo Santos), mas logo em seguida
‘Remédios’ (Rodrigo Santos) desfaz a má impressão. Arranjado por Sacha Amback,
o ska ‘Me abraço agora ou nunca mais’ (Rodrigo Santos) segue a trilha de “dois
pobres corações em frangalhos” com romantismo bem humorado. A intensidade
rítmica de ‘O processo’ faz da faixa um dos destaques do CD, ao lado de ‘Motel
maravilha’ (Rodrigo Santos/ George Israel/ Mauro Santa Cecília), samba bem
sustentado pela percussão eficiente de Marcos Suzano. A sétima arte também serve
de mote para ‘Tela de cinema’ (Rodrigo Santos/ Zé Roberto Camargo), balada com
ares juvenis. “Me trate bem pela manhã”, pedem os versos da roqueira ‘Me dê um
dia a mais’, parceria de Rodrigo com o guitarrista e compositor inglês Andy
Summers, um dos pilares do The Police. A música cairia bem na voz mais
encorpada e potente de Frejat.
A bela ‘Azul’ (Rodrigo Santos/ Nilo Romero/
Zé Roberto Camargo) é a faixa mais radiofônica, seguida de perto por outra
balada, ‘Meu bem’ (Rodrigo Santos/ Zé Roberto Camargo). O clima volta a
esquentar em ‘Não basta envelhecer’ (Rodrigo Santos), que põe o bom e velho
rock’n’roll a serviço de questões atemporais: “Pra crescer não basta envelhecer”,
conclui o artista. Bonita, ‘A canção do amanhecer’ (Rodrigo Santos) encerra o
disco acenando para novos e promissores dias. Baixista do Barão Vermelho,
Rodrigo Santos constrói sua carreira solo com determinação e boas músicas.
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