Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2013

Ana Carolina tenta parecer leve em #AC

Lançado em junho de 2013, o sexto CD de inéditas de Ana Carolina tenta aproximar a obra passional da artista mineira das pistas de dança – algo já ensaiado em trabalhos anteriores, embora em menores doses. Produzido a quatro mãos por Ana e por Alê Siqueira, #AC (Armazém/ Sony Music) conserva a intensidade peculiar que provoca reações igualmente arrebatadas de críticos e fãs. A pretensa aura moderna está na sonoridade obtida pela ausência da bateria, substituída pela trinca de programações (a cargo de Mikael Multi, Dj Cia, Alê Siqueira e da própria Ana), percussão e scratches . Em time que está ganhando não se mexe (muito), como bem sabe a artista, que viu o álbum ‘Nove’ (2009) ser mal recebido por seu público, justamente por (tentar) se afastar das canções de apelo populista. Deste modo o amor passional, tema preferido de Ana, se traveste de baladinha pop em ‘Combustível’ (Ana Carolina/ Edu Krieger), em alta rotação nas rádios do seguimento adulto. Ele reaparece mais (in)tenso e...

Ellen Oléria dispensa sutilezas em CD pós 'The voice'

Ganhadora da primeira edição do programa ‘The voice’, da Rede Globo, Ellen Oléria lança pela gravadora Universal Music seu terceiro CD, como parte da premiação conquistada no grito. Com um timbre bacana, acertando vez por outra nas interpretações, Oléria faz parte da crescente turma de admiradores do estilo vocal exagerado de muitas cantoras norte-americanas. Tal predileção fica evidente logo na primeira faixa, ‘Anunciação’ (Alceu Valença, 1983), que começa muito bem, mas termina alguns tons acima. A prática é recorrente ao longo do disco, como se Ellen quisesse provar sua potência vocal. O ecletismo adotado pelo programa televisivo – e pela quase totalidade de cantoras novatas surgidas a cada semana – reverbera em boa parte do repertório, concebido para agradar aos mais variados gostos. Assim, Ellen alinha ‘Aqui é o país do futebol’ (Milton Nascimento/ Fernando Brant, 1970), tema de viés político renovado pelas manifestações deflagradas país a partir de junho deste ano, e o suce...

Na efêmera cena midiática, Anitta desempenha bem o seu papel

“Eu posso conquistar tudo que eu quero”, avisa Anitta, a poderosa da hora, em ‘Meiga e abusada’ (Anitta/ R. Araújo/ Jefferson Júnior), um dos hits do seu disco de estreia, lançado com alarde pela gravadora Warner Music. Reciclando o discurso feminista presente em sucessos de cantoras de outras gerações, a moça de 20 anos, campeã de visualizações na rede, atualiza o romance sob a ótica da galera que frequenta seus bailes, sempre lotados. A jovem loba também encara o desacato e, se não devolver no ato, amanhã pode esperar: “Se vai ficar não brinca/ sou mais que uma conquista”, diz em ‘Tá na mira’ (Anitta). Contudo, seu discurso não é tão explícito quanto o de estrelas do estilo “proibidão” do funk carioca, o que viabiliza sua música nas rádios. A batida descaradamente pop distancia o álbum, produzido por Umberto Tavares e Mãozinha, do pancadão característico do funk, servindo de eficiente embalagem para a voz (pequena) de Anitta, como evidenciam ‘Achei’ (Anitta/ Umberto Tavares/ J...

Rodrigo Santos faz eficiente pop rock em 'Motel maravilha'

O cantor, compositor e baixista Rodrigo Santos aposta na produção autoral em ‘Motel maravilha’, seu quinto disco solo. Bem produzido por Nilo Romero, que assume o baixo na maioria das faixas, o álbum lançado de forma independente apresenta um pop rock cheio de vigor e sinceridade para embalar canções que abordam os relacionamentos amorosos. O disco começa de forma irregular com os clichês listados em ‘Essa canção é nossa’ (Rodrigo Santos), mas logo em seguida ‘Remédios’ (Rodrigo Santos) desfaz a má impressão. Arranjado por Sacha Amback, o ska ‘Me abraço agora ou nunca mais’ (Rodrigo Santos) segue a trilha de “dois pobres corações em frangalhos” com romantismo bem humorado. A intensidade rítmica de ‘O processo’ faz da faixa um dos destaques do CD, ao lado de ‘Motel maravilha’ (Rodrigo Santos/ George Israel/ Mauro Santa Cecília), samba bem sustentado pela percussão eficiente de Marcos Suzano. A sétima arte também serve de mote para ‘Tela de cinema’ (Rodrigo Santos/ Zé Roberto ...