Após homenagear os ilustres parceiros
Adoniran Barbosa (1910 – 1982) e Nelson Cavaquinho (1911 – 1986), Carlinhos
Vergueiro coloca seus graves a serviço de temas autorais em ‘Vida sonhada’, álbum
lançado pela gravadora Biscoito Fino. Produzido Aluízio Falcão, o CD apresenta
bons sambas valorizados pelo piano de Amador Longhini Júnior, como ‘A seu
dispor’ (Carlinhos Vergueiro) e ‘Samba da vida’ (Carlinhos Vergueiro/ J.
Petrolino). O ritmo carioca também dá o
tom no eficiente ‘Sem refrão’ (Carlinhos Vergueiro/ Dora Vergueiro) e no
mediano ‘Passa amanhã’ (Carlinhos Vergueiro/ Afonso Machado/ Dora Vergueiro).
‘Chorar sem fim’ (Carlinhos Vergueiro/ J. Petrolino) é interessante seresta com
ares de fado, enquanto ‘Minha cabeça’ (Carlinhos Vergueiro), ‘Mina’ (Carlinhos
Vergueiro/ J. Petrolino) e ‘Sempre’ (Carlinhos Vergueiro) trazem ecos da obra
de Chico Buarque. A influência do parceiro de música e futebol também é
perceptível em ‘Vida sonhada’ (Carlinhos Vergueiro/ J. Petrolino), bonita
faixa-título que se sobressai na safra de inéditas.
A Universal Music reabre seu baú de preciosidades. Desta vez, a dona do maior acervo musical do país, traz duas joias do cantor, compositor e violonista Gilberto Passos Gil Moreira, recentemente eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras. De 1971, o disco londrino, ‘Gilberto Gil’, reaparece em nova edição em vinil, enquanto ‘Refestança’, registro do histórico encontro de Gil e Rita Lee, de 1977, finalmente ganha versão digital. Gravado durante o exílio do artista baiano em Londres, o quarto LP de estúdio de Gilberto Gil foi produzido por Ralph Mace para o selo Famous e editado no Brasil pela Philips, atual Universal Music. O produtor inglês também trabalhava com Caetano Veloso, que havia lançado seu primeiro disco de exílio no mesmo ano. Contrastando com a melancolia expressada por Caetano, Gil fez um álbum mais equilibrado, dosando as saudades do Brasil...
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