No ano do centenário de Luiz Gonzaga (1912 –
1989), a gravadora Biscoito Fino coloca nas lojas ‘Forró do Boca’, álbum que
repõe em cena Paulinho Boca de Cantor. O baiano, que fez parte do grupo Novos
Baianos, enfileira composições autorais e clássicos como ‘Na base da chinela’
(Jackson do Pandeiro/ Rosil Cavalcanti), ‘O xote das meninas’ (Zé Dantas/ Luiz
Gonzaga) e ‘Sabiá’ (Zé Dantas/ Luiz Gonzaga) agrupados em pouts-pourris
temáticos. Instrumento com o qual Gonzagão ensinou ao país como se dança o
baião – e o xote, o coco e o xaxado, entre outros ritmos nordestinos –, a
sanfona passeia pelas 14 faixas do CD de forma burocrática. Embora correto, o
canto de Paulinho Boca de Cantor não chega a empolgar. Entre a mediana ‘Xote
cardiovascular’ (Carlinhos Vergueiro/ Paulinho Boca/ Carlinhos Marques) e a
equivocada ‘Seu preconceito’ (Luiz Caldas/ Paulinho Boca), o álbum carece do
reconhecido vigor do velho Gonzaga, a quem a faixa ‘Se Seu Luiz tivesse vivo’
(Luiz Caldas/ Paulinho Boca) é dedicada.
A Universal Music reabre seu baú de preciosidades. Desta vez, a dona do maior acervo musical do país, traz duas joias do cantor, compositor e violonista Gilberto Passos Gil Moreira, recentemente eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras. De 1971, o disco londrino, ‘Gilberto Gil’, reaparece em nova edição em vinil, enquanto ‘Refestança’, registro do histórico encontro de Gil e Rita Lee, de 1977, finalmente ganha versão digital. Gravado durante o exílio do artista baiano em Londres, o quarto LP de estúdio de Gilberto Gil foi produzido por Ralph Mace para o selo Famous e editado no Brasil pela Philips, atual Universal Music. O produtor inglês também trabalhava com Caetano Veloso, que havia lançado seu primeiro disco de exílio no mesmo ano. Contrastando com a melancolia expressada por Caetano, Gil fez um álbum mais equilibrado, dosando as saudades do Brasil...
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