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Mostrando postagens de novembro, 2012

Fhernanda valoriza obra de Fátima Guedes em 'Passional'

Fã confessa da obra de Fátima Guedes, a cantora e compositora Fhernanda Fernandes apresentou na noite de 28 de novembro de 2012, no Teatro Rival Petrobrás, na Cinelândia (RJ), o show baseado no CD ‘Passional – As canções de Fátima Guedes’, recém-lançado pela gravadora Joia Moderna. Apresentadas ao grande público no mesmo Festival MPB/Shell, em 1980, as artistas tem em comum a elevada carga dramática que caracteriza determinada época da MPB. Vertidas para tango, samba-canção e blues pelos novos arranjos de Felipe Poli, ‘Cara a máscara’ (1979), ‘Passional’ (1979) e ‘Não te amo mais’ (1985) encontram na encorpada voz de Fhernanda a intérprete adequada. Seu timbre límpido de contralto também valoriza a mais recente ‘E agora?’ (2003), embora careça de um pouco mais de intensidade em ‘Tanto que aprendi de amor’ (1980), canção impecavelmente gravada por Alcione no CD ‘Promessa’ (1991). Outro bom momento da noite, o dueto com Fátima Guedes em ‘Dor medonha’ (1980), transformada em fado p...

'Memória da flor' expõe a bonita obra de Júnior Almeida

Quarto disco do cantor e compositor alagoano Júnior Almeida, ‘Memória da flor’ (MP’B Discos/ Universal Music) tem apenas dez faixas. Tal economia contribui para realçar a qualidade das composições do artista, que viu seu nome ser falado em 2009, quando Ney Matogrosso gravou ‘A cor do desejo’ (Jr. Almeida/ Ricardo Guima) no elogiado álbum/ show ‘Beijo bandido’. Em junho deste ano foi a vez de Mart’nália registrar ‘Os sinais’ (Jr. Almeida), uma das melhores faixas do CD ‘Não tente compreender’, produzido pelo alagoano Djavan. Assinados pelo baixista Fernando Nunes, os arranjos de ‘Memória da flor’ valorizam as intensas ‘A poesia’ (Danielle Cândido/ Jr. Almeida) e ‘Pequenas misérias’ (Fernando Fiúza/ Jr. Almeida), além da faixa-título, cantada em dueto com Ney Matogrosso. O tom rural/ interiorano que atravessa ‘Catarina’ (Fernando Fiúza/ Jr. Almeida) e ‘Tal sol, tal homem, tal Maria’ (Jr. Almeida), com a participação da cantora Irina Costa, aproxima a música de Júnior da obra de ...

Maria Bethânia entrelaça dramas no show 'Carta de amor'

Na estreia de seu novo show, ‘Carta de amor’, na noite de domingo, dia 18 de novembro de 2012, Maria Bethânia foi dona absoluta da cena. Utilizando todo o seu arsenal de poses e gestos teatrais para compensar certa insegurança com algumas letras lidas em um teleprompte r, como a incisiva 'Não enche' (Caetano Veloso), a baiana arrebatou o público que lotou a casa de espetáculos Vivo Rio, no Aterro do Flamengo (RJ). Semelhante ao imenso tapete que compõe o cenário assinado por Bia Lessa, Bethânia entrelaçou artesanalmente trechos de antigas e recentes apresentações, oferecendo ao público uma noite de ‘Canções e momentos’ (Milton Nascimento/ Fernando Brant) sem sobressaltos. A presença do maestro Wagner Tiso manteve o costumeiro padrão de qualidade dos shows da cantora, ainda que não tenha gerado uma mudança realmente significativa de sonoridade. O que não chega a ser um problema afinal, aos 47 anos de carreira, Maria Bethânia está entronizada no panteão das grandes intérpre...

DVD 'Batuques do meu lugar' celebra a música agregadora de Arlindo Cruz

Ainda garoto, Arlindo Cruz estreou profissionalmente tocando cavaquinho em um disco do mítico portelense Candeia (1935 – 1978). Mais tarde frequentou as rodas do Cacique de Ramos, de onde o samba saiu repaginado pela introdução do banjo, do repique de mão e do tantã. Durante doze anos integrou o Fundo de Quintal, grupo essencial na manutenção do gênero a partir de meados da década de 1980. Após formar dupla com Sombrinha, com quem lançou bons discos que merecem reedição, ele retomou a carreira solo, gravando seu primeiro DVD, ‘Pagode do Arlindo ao vivo’, em 2003. Ao lado dos amigos Zeca Pagodinho e Beth Carvalho, o sambista interpretou sucessos em um pagode de mesa armado na Barra da Tijuca, relembrando a famosa reunião de bambas organizada por ele em Cascadura, no início dos anos 1980. Com uma extensa lista de clássicos do samba carioca em seu currículo, o compositor viu o intérprete finalmente ser reconhecido a partir de 2007 com o lançamento do CD ‘O sambista perfeito’ (Deck),...

Em 'Redescobrir', Maria Rita se entrega à nostalgia de Elis Regina

Fenômeno que atinge diversas manifestações artísticas, o remake ou releitura contemporânea de obras (primas ou não) parece ter atingindo seu ápice. Vista como sintoma de uma hipotética crise criativa, ou causa e efeito da acomodação do público consumidor menos disposto a processar novidades, a releitura seduz igualmente artistas de diferentes gerações e a indústria cultural. O risco e a ruptura com o estabelecido foram banidos do conceito artístico recente em favor de uma aceitação mais abrangente, naturalmente visando ao lucro, ainda que tal atitude seja disfarçada quase sempre como “homenagem”. Recurso comumente empregado no cinema, principalmente nos estúdios de Hollywood, nos quais, além de recontar suas próprias histórias (‘A hora do espanto’ e ‘O vingador do futuro’, citando remakes recentes), são produzidas versões americanas de sucessos estrangeiros (‘O chamado’, ‘Água negra’), a releitura vem ganhando importância também na televisão brasileira. Entre equívocos (‘Gabrie...