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Mostrando postagens de outubro, 2012

A alta voltagem de ‘Lobão elétrico – Lino, sexy & brutal’

Lobão passou boa parte da última década se dedicando à TV, onde exerceu o papel de apresentador de programas na MTV. Mantendo a controvérsia que caracteriza sua carreira artística, lançou em 2010, ‘50 anos a mil’, autobiografia que logo entrou para as listas dos livros mais vendidos. Agora é a vez de chegar às lojas ‘Lobão elétrico – Lino, sexy & brutal’, registro audiovisual de sua mais recente turnê. Gravados em uma única noite em outubro deste ano, em São Paulo, o DVD e o CD lançados pela gravadora Deck trazem uma vigorosa exibição de rock’n’roll tupiniquim que enfileira sucessos como ‘Me chama’ (Lobão, 1984), ‘Decadence avec élegance’ (Lobão, 1985) e ‘Rádio blá’ (Lobão/ Arnaldo Brandão/ Tavinho Paes, 1987). Acompanhado por Duda Lima (baixo/ vocais), Armando Cardoso (bateria) e André Caccia Bava (guitarra/ vocais), Lobão também faz versões incendiárias de ‘Corações psicodélicos’ (Lobão/ Julio Barroso/ Bernardo Vilhena, 1984) e ‘O rock errou’ (Lobão/ Bernardo Vilhena, 19...

Ivete não decepciona seu público com o CD 'Real fantasia'

“Podem vir as congas/ Os timbales e os trompetes”, convida Ivete Sangalo em ‘Delira na guajira’ (Samir/ Fábio Alcântara), faixa de ‘Real fantasia’, seu novo disco lançado pela gravadora Universal Music. O sotaque latino decalcado do ritmo cubano é “novidade” entre os ingredientes do caldeirão de ritmos da cantora. Seguindo a receita testada – e aprovada – por anos, Ivete não arrisca: salsa, merengue, reggae, dance music, samba-rock e até mesmo o original samba-reggae, incrementados pela percussão baiana característica, compõem o inédito e fraco repertório da artista. Após o ambicioso projeto ‘Multishow ao Vivo – Ivete Sangalo no Madison Square Garden’, gravado na famosa casa nova-iorquina, mirando uma possível ascensão internacional (sobretudo nos países de língua anglo-saxônica), Ivete se volta para o público latino-americano. ‘Vejo o sol e a lua’ (Ramon Cruz) e ‘Puxa, puxa’ (Fabinho O´Brian/ Rubem Tavares/ Duller) são impregnadas de latinidade de boutique e banalidade. Ainda nest...

Adriana Partimpim pinta aquarela em tons pastéis

Depois de sua peculiar incursão pelo samba , Adriana Calcanhotto volta a reencarnar Partimpim e lança seu terceiro disco dedicado ao público infantil. O repertório composto predominantemente por regravações – apenas quatro canções são inéditas – recria clássicos, numa espécie de ‘Aquarela brasileira’, célebre série gravada por Emílio Santiago ao longo dos anos 1980/1990. Partimpim recorre à trilha sonora do seriado televisivo ‘Sítio do pica-pau amarelo’, de onde retira as pérolas ‘Passaredo’ (Francis Hime/ Chico Buarque, 1975) e ‘Tia Nastácia’ (Dorival Caymmi, adaptação de 1975). ‘Acalanto’, outra do mestre Dorival, encerra o CD que traz ainda ‘Taj-Mahal’ (Jorge Ben Jor, 1972), ‘Lindo lago do amor’ (Gonzaguinha, 1984), ‘O pato’ (Jayme Silva/ Neusa Teixeira, 1965) e ‘De onde vem o baião’ (Gilberto Gil, 1977), sem que as novas versões justifiquem tais escolhas em um álbum infantil. A bonita ‘Também você’ (João Callado/ Adriana Partimpim) é o destaque entre as inéditas. Parceria d...

Donato dá o tom em 'Felizes trópicos' de Augusto Martins

Lançado pela gravadora Fina Flor, o quinto CD do cantor e compositor carioca Augusto Martins é dedicado a João Donato. O balanço e a bossa perpetrados pelo grande artista acreano dão o tom em ‘Felizes trópicos’. Muito bem acompanhado pela excelente Orquestra Criôla, conduzida pelo saxofonista Humberto Araujo, Augusto passeia com habilidade por repertório predominantemente inédito que enfileira composições autorais medianas e faixas assinadas por Moacyr Luz (‘Mistura crioula’), Francis Hime e Celso Viáfora (‘Bantu-tupi’), Fred Martins e Marcelo Diniz (‘Refém’) e Júlio Dain (‘Big bang’). A participação de Paulinho Moska na faixa ‘Vai por mim’ (Humberto Araújo/ Augusto Martins) não atenua clichês de versos como “Agora é tudo ou nada” ou “A vida é um jogo/ A sorte está lançada”. Embora sem brilhantismos, a junção entre o samba e o cordel, proposta em ‘Sambordel’ (Fred Martins/ Augusto Martins) soa mais interessante. Não por acaso, os melhores momentos de ‘Felizes trópicos’ levam a ru...

'Bonito': A delicadeza pop de Daniel Lopes

“Eu quero ser cool/ mas não levo jeito”, cantava um sarcástico Daniel Lopes no CD de estreia do Les Pop, trio formado pelo cantor e compositor carioca, Rodrigo Maranhão e Thiago Antunes. Ironias à parte, o estilo ambicionado pelo artista dá o tom em ‘Bonito’, seu segundo disco solo, lançado pela gravadora Coqueiro Verde. A delicada textura do álbum produzido em parceria com Maycon Ananias realça a ambiência cool, distante do irresistível pop-rock do Les Pop, mas igualmente sedutora. A participação da Orquestra Filarmônica de Praga contribui para a aura apurada de ‘Bonito’. Daniel se aproxima da produção mais tradicional da MPB, como comprova a bonita faixa ‘Distância’ (Daniel Lopes/ Omar Salomão), que conta com a afetuosa participação de Milton Nascimento. Generoso, Lopes divide os vocais com as parceiras Luiza Souto e Talita Castro, em ‘Coldest heart’ e ‘Medo de avião’ respectivamente. O dueto com a cantora Lia Sabugosa em ‘Visão do mesmo’ (Juliana Didone/ Daniel Lopes) soa mais...