Pular para o conteúdo principal

Quinteto paulista 5 a seco faz boa estreia fonográfica



Cinco jovens compositores e violonistas formam o ‘5 a seco’, grupo que vem chamando atenção na cena musical contemporânea de São Paulo e que está lançando o registro audiovisual ‘Ao vivo no auditório do Ibirapuera’. A edição em CD e DVD também marca a estreia fonográfica do quinteto formado por Leo Bianchini, Pedro Altério, Pedro Viáfora, Tó Brandileone e Vinicius Calderoni.
Além dos violões e vocais, os rapazes se desdobram tocando outros instrumentos como baixo, bateria e alguma percussão, produzindo uma música notadamente influenciada pela obra de Lenine. Não por acaso, o cantor e compositor pernambucano participa da faixa ‘Ou não’ (Vinicius Calderoni/ Tó Brandileone) evidenciando o alcance de sua produção musical entre os anfitriões. Paraibano radicado em São Paulo, Chico César realça o sotaque nordestino da urbana ‘No dia que você chegou’ (Leo Bianchini/ Celso Viáfora), enquanto a superestimada Maria Gadú chancela ‘Em paz’ (Pedro Altério/ Rafael Altério/ Rita Altério) para as programações das FMs.
As boas ‘Feliz pra cachorro’ (Pedro Viáfora/ Celso Viáfora) e ‘Feito nós’ (Pedro Viáfora) são destaques do repertório autoral no qual a exceção é ‘Vida de artista’, de Itamar Assumpção.
Rafael Gomes assina a direção geral do DVD gravado em junho de 2011 durante a apresentação do grupo no auditório Ibirapuera, em São Paulo. A boa edição de imagens aproxima o espectador da mise-en-scène descompromissada do ‘5 a seco’, grupo que felizmente foge dos padrões popularescos de considerável parte da produção musical atual. Evoé jovens artistas!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Joias musicais de Gilberto Gil são reeditadas

               A Universal Music reabre seu baú de preciosidades. Desta vez, a dona do maior acervo musical do país, traz duas joias do cantor, compositor e violonista Gilberto Passos Gil Moreira, recentemente eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras. De 1971, o disco londrino, ‘Gilberto Gil’, reaparece em nova edição em vinil, enquanto ‘Refestança’, registro do histórico encontro de Gil e Rita Lee, de 1977, finalmente ganha versão digital.             Gravado durante o exílio do artista baiano em Londres, o quarto LP de estúdio de Gilberto Gil foi produzido por Ralph Mace para o selo Famous e editado no Brasil pela Philips, atual Universal Music. O produtor inglês também trabalhava com Caetano Veloso, que havia lançado seu primeiro disco de exílio no mesmo ano. Contrastando com a melancolia expressada por Caetano, Gil fez um álbum mais equilibrado, dosando as saudades do Brasil...

50 anos de Claridade

Clara Nunes (1942 – 1983) viu sua carreira deslanchar na década de 1970, quando trocou os boleros e um romantismo acentuado pela cadência bonita do samba, uma mudança idealizada pelo radialista e produtor musical Adelzon Alves. Depois do sucesso do LP ‘Alvorecer’, de 1974, impulsionado pelas faixas ‘Menino deus’ (Mauro Duarte/ Paulo César Pinheiro), ‘Alvorecer’ (Délcio Carvalho/ Ivone Lara) e ‘Conto de areia’ (Romildo/ Toninho Nascimento), a cantora mineira reafirmou sua consagração popular com o álbum ‘Claridade’. Lançado em 1975, este disco vendeu 600 mil cópias, um feito excepcional para um disco de samba, para uma cantora e, sobretudo, para um disco de samba de uma cantora. Traço marcante na trajetória artística e na vida de Clara Nunes, o sincretismo religioso está presente nas faixas ‘O mar serenou’ (Candeia) e ‘A deusa dos orixás’, do pernambucano Romildo e do paraense Toninho Nascimento, os mesmos autores de ‘Conto de areia’. Eles frequentavam o célebre programa no qual Adelzon...

Atrás do Trio Elétrico*

A menos de dois meses do Carnaval, os ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí e nas quadras das escolas de samba bombam e os blocos de rua se preparam. Mas existe uma turma de foliões que foge da batucada carioca, preferindo o agito baiano, embalados pelos trios elétricos. “Se você for sozinho vai encontrar muito carioca por lá”, diz o comerciante Roberto Alves, 32 anos, apaixonado pelo Carnaval da Bahia. Para ele, falta a organização na folia do Rio. “Fiquei aqui em 2008 e detestei”, conta o moço que participou de sua primeira micareta (Carnaval fora de época) em 1996, em Belo Horizonte. “Tenho uns cem abadás”, gaba-se Roberto, que já garantiu mais alguns para este ano. Outro carioca, Rodrigo Carvalho, 28 anos, começou a pagar pelos abadás em março do ano passado. “Vou para Salvador há quatro anos seguidos. O clima é ótimo, não é pesado como nas raves”, compara ele, que dividirá um apartamento com 14 amigos durante a folia dos trios. “O mais requisitado é o Me Abraça, o abadá cu...