Lançado em julho de
2011, ‘Chico’, o novo álbum de Buarque, suscitou críticas unanimes. Resenhas,
as mais variadas, seguiram caminhos semelhantes apontando a falta de “arrebatamento”
do disco e a “obra-prima” ‘Sinhá’ (Chico Buarque/ João Bosco). Cinco anos após
o CD ‘Carioca’, Chico entregou joias tão valiosas quanto sutis, entre elas a
valsa ‘Nina’. Um de nossos melhores compositores segue registrando magnificamente as impressões colhidas ao longo dos seus 67
anos de vida. Tal como na canção-homenagem feita por Caetano Veloso, Chico
Buarque “brilha único, indivíduo, maravilha sem igual. Já tem coragem de saber
que é imortal”.
O
baiano de Santo Amaro da Purificação também esteve em alta ao entregar à Gal
Costa as onze canções que constituem o arrebatador ‘Recanto’, lançado em
dezembro, envolto a grande expectativa. Seis anos depois de
‘Hoje’ (Trama), CD recebido friamente pelos críticos, ‘Recanto’ aponta novos
rumos e recoloca Gal na dianteira da produção musical contemporânea ao juntar à
sua voz cristalina os sons eletrônicos concebidos por jovens músicos cariocas.
A voz madura, porém jovial, harmoniza temas por vezes ásperos. Não há
exibicionismos vocais, o canto surge límpido em contraponto aos sons
tecnológicos.
‘Chico’ e ‘Recanto’
dialogam em suas reflexões sobre a vida e a inexorável passagem do tempo.
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