“Coisas sagradas permanecem/ Nem o demo as pode abalar”. Os versos de ‘Recanto escuro’, canção de onde foi retirado o título do aguardado disco de Gal Costa resume a longeva parceria da cantora com Caetano Veloso. Dando voz às palavras do compositor desde 1965, quando gravou ‘Sol negro’ ainda como Maria da Graça, em dueto com Maria Bethânia, e, dois anos depois, dividiu com ele o disco de estreia, ‘Domingo’, Gal construiu sua carreira alicerçada por grandes interpretações de canções caetânicas. De ‘Coração vagabundo’ a ‘Divino maravilhoso’, de ‘Tigresa’ a ‘Força estranha’, de ’Mãe’ a ‘Meu bem, meu mal’, de ‘Minha voz’ a ‘Vaca profana’, de ‘Aquele frevo axé’ a ‘Luto’, entre outras tantas que formam verdadeira biografia musical. Recanto pode ser um lugar aconchegante, um canto cantado novamente, um canto não inaugural, com história, reflexivo. Recanto é ‘Relance’ entre Gal e Caetano que assina todas as composições (em estilo próximo ao de seu disco ‘Cê’) e a produção (em parceria com...
Um canto para organizar meus textos sobre MPB, seus compositores e cantores.