Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2011

A praia morna de Mona Gadelha

Nascida no Ceará e radicada em São Paulo há 26 anos, Mona Gadelha está lançando o álbum ‘Praia lírica, um tributo à canção cearense dos anos 70 ’ , pela gravadora Brasilbizz Music. Como o título entrega, a cantora visita repertório de conterrâneos que fizeram sucesso naquela década, quando eram chamados de “pessoal do Ceará”. Acompanhada pelo pianista Fernando Moura, que também assina os arranjos, Mona empresta sua voz afinada para canções marcantes como ‘Noturno’ (Caio Silvio/ Graco), eternizada por Fagner, ‘Paralelas’ (Belchior) e ‘Terral’, do mesmo Ednardo que a convidou, ainda menina, para participar do disco e show ‘Massafeira’, em 1979. O resultado nem sempre é satisfatório, o canto suave e correto, porém sem força interpretativa, de Mona não se mostra adequado em composições que exigem acentuada carga dramática como o tango ‘Retrato marrom’ (Rodger Rogério/ Fausto Nilo) e a balada ‘Sensual’ (Belchior), vinculadas ao repertório de Ney Matogrosso. Os suculentos versos ...

Grupo Caraivana celebra a vida no segundo CD, 'Ser feliz'

Em 2009, um grupo de músicos praticamente desconhecidos chegou à Copenhague (Dinamarca) para representar a música brasileira junto ao Comitê Organizador das Olimpíadas de 2016. Nada mal para os rapazes oriundos de várias regiões do Brasil que se conheceram durante as férias na paradisíaca cidade baiana de Caraíva. Durante as apresentações nas noites dinamarquesas, Alex Souza (violão/ voz), Alexandre Lora (pandeiro/ percussão/ vocal), Douglas Lora (violão 7 cordas), Duda Maia (bandolim), Fábio Luna (cavaco/ voz/ flauta/ percussão) e Juninho Billy Joe (tantã/ voz/ percussão) desfiaram o repertório do então recém-lançado CD batizado com o nome da banda, ‘Caraivana’: ‘Noites cariocas’ (Jacob do Bandolim), ‘Tico-tico no fubá’ (Zequinha de Abreu), ‘Naquele tempo’ (Pixinguinha e Benedito Lacerda), ‘Conversa de botequim’ (Noel Rosa) e ‘Isto aqui o que é (Ary Barroso), entre outros clássicos. Dois anos depois, o Caraivana lança ‘Ser feliz’ (Maracaja/ Microservice) apostando em composiçõ...

Primeiro disco solo de Zé Paulo Becker ganha nova edição

Zé Paulo Becker já integrava o conceituado Trio Madeira Brasil quando lançou ‘Lendas brasileiras’, seu primeiro disco solo, em 2001. Dez anos depois, a gravadora Biscoito Fino reedita o apurado trabalho no qual o músico põe seu notável violão a serviço de clássicos da música popular brasileira. Becker também assina os inventivos arranjos que realçam (ainda mais) a beleza do repertório. Entre a valsa ‘Gotas de ouro’ (Ernesto Nazareth), de 1916, e 'Todo o sentimento' (Cristóvão Bastos/ Chico Buarque) do ‘Choro bandido’ (Edu Lobo e Chico Buarque), Zé Paulo passeia por temas de Egberto Gismonti (‘Infância’ e ‘Palhaço’), recria o ‘Feitiço da Vila’ (Vadico/ Noel Rosa) e valoriza a joia de Sivuca e Glória Gadelha, ‘Feira de mangaio’, em número de impressionante enredamento rítmico. Sem exibições desnecessárias de virtuosismo, Becker alça voos inspirados, mas não perde de vista as linhas melódicas originais da composição. Com seu dedilhado sincopado, o músico de formação erudita...

As duas faces de Alcione

Foto: Phillipe Lima/AgNews Nem a forte chuva que caiu sobre o Rio de Janeiro na noite deste sábado, 15 de outubro de 2011, afastou o público que lotou a casa de espetáculos Vivo Rio para ver a estreia nacional da turnê ‘Duas faces’, com a qual Alcione comemora 40 anos de carreira. Acompanhada pela fiel Banda do Sol, a cantora desfiou repertório que mescla sucessos, músicas menos conhecidas, clássicos internacionais e canções inéditas gravadas para o projeto homônimo que inclui os CDs/DVDs ‘Ao vivo na Mangueira’ e ‘Jam session’ (Marrom Music/ Biscoito Fino). Com a potente voz em excelente condição, amplificada pelo ótimo som da casa, Alcione relembra ‘Tem dendê’ (1973) e ‘Figa de Guiné’ (1972), de Reginaldo Bessa e Nei Lopes, que marcaram sua estreia fonográfica. Recorrente na discografia da cantora, Nei também é o autor de ‘Mulher-bombeiro’, esperto samba de breque feito sob medida para a madrinha da corporação. A aparente indiferença do público desapareceu logo aos primeiro...

Estilosa, Mariana Aydar, se distancia do samba em "Cavaleiro selvagem aqui te sigo"

As fotos da capa e do encarte de ‘Cavaleiro selvagem aqui te sigo’, terceiro disco de Mariana Aydar, dão pistas sobre o conteúdo musical do álbum recém-lançado pela gravadora Universal Music. Travestida de heroína, Joanna D’Arc contemporânea, Mariana aparece em poses que indicam audácia, valentia – talvez inspiradas no tal cavaleiro do título. Escoltada por seu fiel escudeiro Duani Martins e pelo maestro Letieres Leite, produtores do disco, a moça encara com ânimo o repertório basicamente constituído por regravações, ainda que apresente faixas autorais como a vinheta de abertura ‘A saga do cavaleiro’ (Guilherme Held/ Gustavo Di Dalva/ Letieres Leite/ Duani/ Aydar), que lembra nos primeiros segundos a versão de Fernanda Abreu para outro cavaleiro, ‘Jorge da Capadócia’ (Jorge Ben Jor). Jazz, tango, xote, carimbó e outros ritmos processados no liquidificador de Letieres, hábil engenheiro da orquestra baiana Rumpilezz, distanciam a cantora do samba, fio condutor de seus outros trab...

Nobre encontro de Leny e César é reeditado

Lançado originalmente em 2006, o DVD 'Leny Andrade e César Camargo Mariano - Ao vivo', gravado durante apresentação no Teatro Guaíra, em Curitiba (PR) ganha reedição pela gravadora Biscoito Fino. Para comemorar (pouco mais de) 40 anos de suas respectivas carreiras os artistas fizeram, naquele ano, vitoriosa turnê por diversos estados brasileiros chegando a se apresentar no México, país onde Leny morou. O encontro rendeu à dupla um Grammy de “Melhor álbum de Música Popular Brasileira”, em 2007. Boa parte do repertório foi retirada do disco ‘Nós’, lançando por eles em 1994, e é cíclica nos roteiros dos shows de Leny – o que não diminui o prazer de vê-la em cena. Famosa internacionalmente pela emissão perfeita e pelos improvisos jazzísticos, Leny exibe o suingue costumeiro em canções mais balançadas como ‘Seu Chopin, desculpe’ (Choro do minuto) (Johnny Alf) e ‘Alvoroço’ (Ivor Lancelloti/ João de Aquino). Cheia de bossa, ela passeia por ‘Redentor’ (Nelson Wellington/ Luizã...

Em seu quarto disco, Maria Rita reafirma "elo" com a MPB

Quatro anos após ‘Samba meu’, disco calcado na batucada carioca que originou show providencialmente rejuvenescedor, Maria Rita retoma em ‘Elo’, seu recém-lançado CD, certo ar senhoril que caracterizou seu primeiro e ótimo álbum de estreia. Sem planos de gravar este ano, a cantora lançou mão de canções que vinha apresentando em show intimista na casa paulista Tom Jazz para contentar sua gravadora, Warner Music, e os fãs, que esperavam por um novo trabalho. O samba alegre e jovial deu lugar a interpretações mais densas, intrínsecas ao canto de Maria Rita. Sua notória herança genética está explícita nas divisões rítmicas e até mesmo nos maneirismos, como as notas prolongadas e a respiração sempre no limite. Escolada pelas inevitáveis comparações com a mãe famosa sofridas no começo da carreira, Maria Rita encara com segurança o desafio de cantar as conhecidíssimas ‘Menino do Rio’ (Caetano Veloso), ‘A história de Lilly Braun’ (Edu Lobo/ Chico Buarque), ‘Só de você’ (Rita Lee/ Roberto ...