Nas lojas desde o dia 22 de julho, ‘Chico’ (Biscoito Fino), o novo álbum de Buarque, suscitou críticas unanimes. Resenhas, as mais variadas, seguiram caminhos semelhantes apontando a falta de “arrebatamento” do disco e uma insuspeita obrigação de eleger uma “obra-prima”, no caso, ‘Sinhá’ (Chico Buarque/ João Bosco). Os (merecidos) elogios às novas canções parecem trazer sombras de consternação: acostumados por décadas de alta produtividade – e qualidade absurda – da obra de Chico, os fãs ainda rasgam o invólucro do CD esperando encontrar uma nova ‘construção’, um ‘samba do grande amor’ com ‘todo o sentimento’. Quarenta anos depois da seminal ‘Canção dos olhos’, cinco após o CD ‘Carioca’, Chico entrega joias tão preciosas quanto sutis: há que se prestar atenção em cada uma delas, sem a pressa comum aos nossos dias, para assim desvendar cada reentrância, cada variação de tonalidades (como acontece com o colorido encarte sob a capa em preto e branco) de músicas como ‘Rubato’ (Chico Buarq...
Um canto para organizar meus textos sobre MPB, seus compositores e cantores.