Primeiro disco de inéditas desde ‘Sambista perfeito’ (Deckdisc), lançado em 2007, ‘Batuques e romances’ (Sony Music) traz o samba da melhor qualidade feito por Arlindo Cruz há quase três décadas, desde que surgiu nas míticas rodas de samba do Cacique de Ramos. Nas 17 músicas, dispostas em 15 faixas, Arlindo equilibra seu reconhecido lado romântico em números como ‘Quando falo de amor’ (Arlindo Cruz/ Fred Camacho/ Almir Guineto) e o festejado perfil de ‘Batuqueiro’ (Arlindo Cruz/ Fred Camacho/ Marcelinho Moreira): “Nasci batucando na mão da parteira/ Toco frigideira, cuíca e agogô”, avisa o dono do inconfundível banjo.
“Suburbano nato, com muito orgulho”, o imperiano de fé repete a dobradinha de sucesso com o produtor Leandro Sapucahy. Não por acaso, a dolente faixa escolhida para divulgar o novo álbum, ‘O bem’ (Arlindo Cruz/ Délcio Luiz), lembra ‘Meu lugar’ (Arlindo Cruz/ Mauro Diniz), hino de amor a Madureira, bairro do subúrbio carioca onde está localizada a quadra do Império Serrano. A tradicional escola de samba, cujas raízes estão no Morro da Serrinha, desta vez é lembrada através do jongo que marca o ritmo de ‘Mãe’ (Carlos Sena/ Maurição/ Elmo Caetano).
Quem samba na beira do mar é sereia, comungam ‘Pelo litoral’ (Arlindo Cruz/ Acyr Marques/ Rogê) e ‘Oferendas’ (Arlindo Cruz/ Teresa Cristina), mas, na primeira, se sobressaem a melodia e o sedutor refrão – “O mar êê/ O mar me chamou pra sambar/ Se tem lua cheia, tem samba na areia do mar”.
Samba com ares de velha guarda, ‘Meu poeta’ (Arlindo Cruz/ Jr. Dom/ Zeca Pagodinho) é da mesma safra de ‘Orgulho do vovô’, bela parceria de Arlindo e Zeca, gravada em ‘Vida da minha vida’ (2010), recente disco de Pagodinho. O portelense bate ponto na faixa, confirmando sua ótima forma vocal.Mas inusitada mesmo é a participação de Ed Motta na faixa ‘Bancando o durão’ (Arlindo Cruz/ Jr. Dom/ Maurição), cujos versos “Andar de marrento/ Olhar de brigão/ Metido a dar fala/ Pagar sugestão” ilustram com perfeição os polêmicos comentários feitos recentemente por Ed no Facebook. Brincadeiras à parte, a faixa ganhou balanço contagiante.Assim como contagiam ‘Você é o espinho e não a flor’ (Arlindo Neto/ Renato Moraes), pagode feito na medida para a interpretação esperta de Arlindo, e ‘Cleptomaria’ (Arlindo Cruz/ Nei Lopes), partido com aquelas boas sacadas características de Nei Lopes.
Encerrando o disco, a décima quinta faixa une ‘Batuqueiro’ e ‘Meu cumpadre’ (Élcio do Pagode/ Dido do Cavaco), samba buliçoso tão comum nas quadras e terreiros suburbanos, onde batucada e religião se cruzam, revivendo a ancestralidade africana. Salve Seu Zé!
Fazendo a manutenção da “levada de Luna, Marçal, Eliseu, Carnegal e Geraldo Bongô”, entre batuques e romances, com a força dos orixás, Arlindo Cruz reitera seu valor no mundo do samba. Assim como o parceiro Pagodinho ou, em certos momentos, até mais do que ele, Arlindo trafega com desenvoltura pelo gênero musical e suas subdivisões – sem preconceitos, nem mania de passado.
“Suburbano nato, com muito orgulho”, o imperiano de fé repete a dobradinha de sucesso com o produtor Leandro Sapucahy. Não por acaso, a dolente faixa escolhida para divulgar o novo álbum, ‘O bem’ (Arlindo Cruz/ Délcio Luiz), lembra ‘Meu lugar’ (Arlindo Cruz/ Mauro Diniz), hino de amor a Madureira, bairro do subúrbio carioca onde está localizada a quadra do Império Serrano. A tradicional escola de samba, cujas raízes estão no Morro da Serrinha, desta vez é lembrada através do jongo que marca o ritmo de ‘Mãe’ (Carlos Sena/ Maurição/ Elmo Caetano).
Quem samba na beira do mar é sereia, comungam ‘Pelo litoral’ (Arlindo Cruz/ Acyr Marques/ Rogê) e ‘Oferendas’ (Arlindo Cruz/ Teresa Cristina), mas, na primeira, se sobressaem a melodia e o sedutor refrão – “O mar êê/ O mar me chamou pra sambar/ Se tem lua cheia, tem samba na areia do mar”.
Samba com ares de velha guarda, ‘Meu poeta’ (Arlindo Cruz/ Jr. Dom/ Zeca Pagodinho) é da mesma safra de ‘Orgulho do vovô’, bela parceria de Arlindo e Zeca, gravada em ‘Vida da minha vida’ (2010), recente disco de Pagodinho. O portelense bate ponto na faixa, confirmando sua ótima forma vocal.Mas inusitada mesmo é a participação de Ed Motta na faixa ‘Bancando o durão’ (Arlindo Cruz/ Jr. Dom/ Maurição), cujos versos “Andar de marrento/ Olhar de brigão/ Metido a dar fala/ Pagar sugestão” ilustram com perfeição os polêmicos comentários feitos recentemente por Ed no Facebook. Brincadeiras à parte, a faixa ganhou balanço contagiante.Assim como contagiam ‘Você é o espinho e não a flor’ (Arlindo Neto/ Renato Moraes), pagode feito na medida para a interpretação esperta de Arlindo, e ‘Cleptomaria’ (Arlindo Cruz/ Nei Lopes), partido com aquelas boas sacadas características de Nei Lopes.
Encerrando o disco, a décima quinta faixa une ‘Batuqueiro’ e ‘Meu cumpadre’ (Élcio do Pagode/ Dido do Cavaco), samba buliçoso tão comum nas quadras e terreiros suburbanos, onde batucada e religião se cruzam, revivendo a ancestralidade africana. Salve Seu Zé!
Fazendo a manutenção da “levada de Luna, Marçal, Eliseu, Carnegal e Geraldo Bongô”, entre batuques e romances, com a força dos orixás, Arlindo Cruz reitera seu valor no mundo do samba. Assim como o parceiro Pagodinho ou, em certos momentos, até mais do que ele, Arlindo trafega com desenvoltura pelo gênero musical e suas subdivisões – sem preconceitos, nem mania de passado.
Comentários