Casados há 46 anos, Olivia e Francis Hime somente agora assinam um disco conjuntamente. ‘AlmaMúsica’ (Biscoito Fino) refaz caminhos musicais percorridos pelo casal durante quase cinco décadas de cúmplice parceria.
O elegante piano de Francis atravessa todo o álbum dividido em suítes ou, como prefere o artista, em “quadros”, que reúnem clássicos da música popular brasileira de diversas épocas. As inéditas ‘Balada de um café triste’ (Francis Hime/ Geraldo Carneiro) e ‘AlmaMúsica’ (Francis Hime/ Olivia Hime) completam o repertório requintado.
Além de remontar ao fino da chamada MPB, a memória musical da dupla também resgata pérolas aparentemente esquecidas como ‘Minas Geraes’ (Novelli/ Ronaldo Bastos), gravada por Milton Nascimento no disco ‘Geraes’ (1976) com arranjo de Francis. A romântica canção abre o disco (primeiro quadro) e reaparece como vinheta ao longo de ‘AlmaMúsica’: “Com o coração aberto em vento/ Por toda a eternidade/ Com o coração doendo/ De tanta felicidade...”.
Do baú sentimental de Olivia ressurge ‘Canta Maria’ (Ary Barroso), canção que hoje embala os sonhos da terceira geração da família da cantora e que encerra o CD. Acostumada a valorizar as letras, a voz feminina do duo conduz com afinação e delicadeza a trama finamente urdida.
Criada a partir de ‘Valsa de Eurídice’ (Vinicius de Moraes), o segundo quadro agrega parceiros do poetinha (1913 – 1980), como o próprio Francis (‘Saudade de amar’), Tom Jobim (‘O grande amor’), Baden Powell (‘Tristeza e solidão’) e, num fio inventivo e insuspeito, Caetano Veloso (‘Desde que o samba é samba’), Charles Chaplin (‘Smile’) e Lenine (‘Paciência’).
A sinuosa e sedutora melodia de ‘A ostra e o vento’ (Chico Buarque) introduz o terceiro quadro, que reúne canções de mestres da harmonia como Guinga (‘Senhorinha’), Dori Caymmi (‘História antiga’), Tom Jobim (‘Olha Maria’) e Carlos Lyra (‘Valsa dueto’).
Reminiscências da época em que Francis estudou na Suíça dão leveza ao quarto quadro, no qual temas do repertório de Yves Montand (‘Du soleil plein la tête’ e ‘Chiens perdus sans colliers’) são ligados pela também divertida ‘Canção de Pedroca’ (“Quando nos apaixonamos/ Poça d’água é chafariz/ E ao olhar o céu de Ramos/ Vê-se as luzes de Paris”), feita por Francis e Chico para o musical ‘O rei de Ramos’, de Dias Gomes (1922 – 1999).
Interpretada com precisão por Olivia, ‘O que será (À flor da pele)’, libertária obra-prima composta por Chico Buarque para o filme ‘Dona Flor e seus dois maridos’, de Bruno Barreto, reconduz o álbum à densidade dramática que se mantém nas citadas ‘Balada de um café triste’ e ‘AlmaMúsica’.
Olivia e Francis têm carreiras personalíssimas. Ela já gravou álbuns dedicados à obra de Fernando Pessoa, Manoel Bandeira e Chiquinha Gonzaga. Ele conjuga as músicas erudita e popular de maneira ímpar, criando inspirados trabalhos. ‘AlmaMúsica’ vem atestar a longevidade desta rara e preciosa parceria – na vida e na arte.
O elegante piano de Francis atravessa todo o álbum dividido em suítes ou, como prefere o artista, em “quadros”, que reúnem clássicos da música popular brasileira de diversas épocas. As inéditas ‘Balada de um café triste’ (Francis Hime/ Geraldo Carneiro) e ‘AlmaMúsica’ (Francis Hime/ Olivia Hime) completam o repertório requintado.
Além de remontar ao fino da chamada MPB, a memória musical da dupla também resgata pérolas aparentemente esquecidas como ‘Minas Geraes’ (Novelli/ Ronaldo Bastos), gravada por Milton Nascimento no disco ‘Geraes’ (1976) com arranjo de Francis. A romântica canção abre o disco (primeiro quadro) e reaparece como vinheta ao longo de ‘AlmaMúsica’: “Com o coração aberto em vento/ Por toda a eternidade/ Com o coração doendo/ De tanta felicidade...”.
Do baú sentimental de Olivia ressurge ‘Canta Maria’ (Ary Barroso), canção que hoje embala os sonhos da terceira geração da família da cantora e que encerra o CD. Acostumada a valorizar as letras, a voz feminina do duo conduz com afinação e delicadeza a trama finamente urdida.
Criada a partir de ‘Valsa de Eurídice’ (Vinicius de Moraes), o segundo quadro agrega parceiros do poetinha (1913 – 1980), como o próprio Francis (‘Saudade de amar’), Tom Jobim (‘O grande amor’), Baden Powell (‘Tristeza e solidão’) e, num fio inventivo e insuspeito, Caetano Veloso (‘Desde que o samba é samba’), Charles Chaplin (‘Smile’) e Lenine (‘Paciência’).
A sinuosa e sedutora melodia de ‘A ostra e o vento’ (Chico Buarque) introduz o terceiro quadro, que reúne canções de mestres da harmonia como Guinga (‘Senhorinha’), Dori Caymmi (‘História antiga’), Tom Jobim (‘Olha Maria’) e Carlos Lyra (‘Valsa dueto’).
Reminiscências da época em que Francis estudou na Suíça dão leveza ao quarto quadro, no qual temas do repertório de Yves Montand (‘Du soleil plein la tête’ e ‘Chiens perdus sans colliers’) são ligados pela também divertida ‘Canção de Pedroca’ (“Quando nos apaixonamos/ Poça d’água é chafariz/ E ao olhar o céu de Ramos/ Vê-se as luzes de Paris”), feita por Francis e Chico para o musical ‘O rei de Ramos’, de Dias Gomes (1922 – 1999).
Interpretada com precisão por Olivia, ‘O que será (À flor da pele)’, libertária obra-prima composta por Chico Buarque para o filme ‘Dona Flor e seus dois maridos’, de Bruno Barreto, reconduz o álbum à densidade dramática que se mantém nas citadas ‘Balada de um café triste’ e ‘AlmaMúsica’.
Olivia e Francis têm carreiras personalíssimas. Ela já gravou álbuns dedicados à obra de Fernando Pessoa, Manoel Bandeira e Chiquinha Gonzaga. Ele conjuga as músicas erudita e popular de maneira ímpar, criando inspirados trabalhos. ‘AlmaMúsica’ vem atestar a longevidade desta rara e preciosa parceria – na vida e na arte.
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