Presença bissexta nos palcos cariocas, Mônica Salmaso se apresentou no Teatro Rival Petrobras nos dias 9 e 10 de fevereiro. Acompanhada por Guinga, a cantora se debruçou sobre o repertório do compositor e violonista, numa prévia do que será seu próximo álbum. Mônica pretende gravar este ano um disco com as parcerias de Guinga e Paulo César Pinheiro.
“Um projeto como esse vale uma carreira inteira”, pontuou a cantora na noite de estreia que começou com três belas parcerias da dupla: ‘Bolero de Satã’, ‘Noturna’ e ‘Fonte abandonada’.
Desde que lançou seu primeiro CD, ‘Afro sambas’, com as míticas composições de Baden Powell e Vinicius de Moraes, em 1995, Mônica constrói uma carreira peculiar. Sendo mais cantora do que intérprete, com timbre singular, técnica apurada e canto sensível, ela vem se dedicando a um repertório refinado e têm optado por regravações e, como Ella Fitzgerald e Gal Costa (mas sem o balanço delas), songbooks. Sua afinação precisa e natural conquistou uma parcela exigente do público e da crítica.
Dona de voz solene, apesar de delicada, Mônica não conseguiu imprimir em ‘Bolero de Satã’ o tom apaixonado e quente que a letra propõe. Impossível não lembrar a gravação arrebatadora de Elis Regina e Cauby Peixoto. O arranjo apresentado, com direito a solo do violonista Lula Galvão, contribuiu para o clima morno no número.
As complexas melodias e harmonias de Guinga inspiram seus parceiros letristas a escreverem versos ainda mais rebuscados, criando um universo que se distancia de boa parte da produção musical contemporânea.
Canções como ‘Passarinhadeira’ (Guinga/ Paulo César Pinheiro), ‘Você, você’ (Guinga/ Chico Buarque) e ‘Canção necessária’ (Guinga/ José Miguel Wisnik) soam ainda mais graves – ainda que belas – na interpretação de Mônica. A sensação é sublinhada, por contraste, pela inclusão de ‘Se queres saber’ (Peter Pan), cuja letra prima pela objetividade sem prejuízo da poesia.
Por sua vez, Guinga arrisca-se como cantor, com resultado muito aquém do esperado. Sua voz roufenha aliada à dicção vacilante torna ininteligível boa parte das letras da bela ‘Contenda’ (Guinga/ Thiago Amud) e da sacudida ‘Chá de panela’ (Guinga/ Aldir Blanc).
Nada que comprometesse o resultado final da apresentação de artistas personalíssimos que, pautando suas carreiras ao largo do sucesso popularesco (e mesmo do popular que domina a cena musical atualmente), fazem a diferença na MPB.
“Um projeto como esse vale uma carreira inteira”, pontuou a cantora na noite de estreia que começou com três belas parcerias da dupla: ‘Bolero de Satã’, ‘Noturna’ e ‘Fonte abandonada’.
Desde que lançou seu primeiro CD, ‘Afro sambas’, com as míticas composições de Baden Powell e Vinicius de Moraes, em 1995, Mônica constrói uma carreira peculiar. Sendo mais cantora do que intérprete, com timbre singular, técnica apurada e canto sensível, ela vem se dedicando a um repertório refinado e têm optado por regravações e, como Ella Fitzgerald e Gal Costa (mas sem o balanço delas), songbooks. Sua afinação precisa e natural conquistou uma parcela exigente do público e da crítica.
Dona de voz solene, apesar de delicada, Mônica não conseguiu imprimir em ‘Bolero de Satã’ o tom apaixonado e quente que a letra propõe. Impossível não lembrar a gravação arrebatadora de Elis Regina e Cauby Peixoto. O arranjo apresentado, com direito a solo do violonista Lula Galvão, contribuiu para o clima morno no número.
As complexas melodias e harmonias de Guinga inspiram seus parceiros letristas a escreverem versos ainda mais rebuscados, criando um universo que se distancia de boa parte da produção musical contemporânea.
Canções como ‘Passarinhadeira’ (Guinga/ Paulo César Pinheiro), ‘Você, você’ (Guinga/ Chico Buarque) e ‘Canção necessária’ (Guinga/ José Miguel Wisnik) soam ainda mais graves – ainda que belas – na interpretação de Mônica. A sensação é sublinhada, por contraste, pela inclusão de ‘Se queres saber’ (Peter Pan), cuja letra prima pela objetividade sem prejuízo da poesia.
Por sua vez, Guinga arrisca-se como cantor, com resultado muito aquém do esperado. Sua voz roufenha aliada à dicção vacilante torna ininteligível boa parte das letras da bela ‘Contenda’ (Guinga/ Thiago Amud) e da sacudida ‘Chá de panela’ (Guinga/ Aldir Blanc).
Nada que comprometesse o resultado final da apresentação de artistas personalíssimos que, pautando suas carreiras ao largo do sucesso popularesco (e mesmo do popular que domina a cena musical atualmente), fazem a diferença na MPB.
Comentários