Gravado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro na noite de 31 de agosto de 2010, o show ‘Beijo bandido’, de Ney Matogrosso, chega às lojas ainda em janeiro nos formatos CD e DVD. O cantor se apresenta no Vivo Rio em curta temporada que se encerra neste sábado (15), para marcar o lançamento de ‘Beijo bandido ao vivo’.
Prestes a completar inacreditáveis 70 anos, o cantor abre o espetáculo com ‘Tango para Tereza’ (Evaldo Gouveia/ Jair Amorim), sucesso de Ângela Maria, cujo repertório gerou o belo ‘Estava escrito’, CD lançado por Ney em 1994. A afinação impecável impressiona logo no primeiro número.
Sempre disposto a seduzir – ostentando plumas e paetês ou vestindo terno criado pelo estilista Ocimar Versolato – o artista surgido no início dos anos 70, como vocalista do marcante e efêmero trio ‘Secos e Molhados’, põe em prática todo o seu jogo envolvente ao interpretar canções recorrentes em seu repertório como ‘Segredo’ (Herivelto Martins/ Marino Pinto) e ‘Da cor do pecado’ (Bororó).
A sedução, também presente em ‘A cor do desejo’ (Junior Almeida/ Ricardo Guima), dá lugar a melancolia de ‘À distância’ (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos), lançada por Roberto em 1972.
Reconhecido pescador de pérolas, Ney Matogrosso construiu um roteiro irretocável que alinha o samba-canção ‘De cigarro em cigarro’ (1953), o choro ‘Doce de coco’ (Jacob do Bandolim/ Hermínio Bello de Carvalho) e o pop romântico ‘Nada por mim’ (Herbert Vianna/ Paula Toller). A balada eternizada pelo grupo Kid Abelha ganha bela versão, embora a gravação feita por Fafá de Belém no ótimo CD ‘Maria de Fátima Palha de Figueiredo’ (2000) continue se destacando. A audição desta é aconselhável.
Outras preciosidades semi-esquecidas também caíram na rede do cantor. ‘A bela e a fera’ (Chico Buarque/Edu Lobo), gravada originalmente por Tim Maia para a trilha sonora do balé ‘O grande circo místico’, ganha novas cores no registro vocal de contratenor de Ney. Efeito conseguido também nas densas ‘Medo de amar’ e ‘Poema dos olhos da amada’, ambas de Vinicius de Moraes (1913 – 1980), a segunda apresentada no bis.
Sempre cercado de excelentes músicos, Ney é acompanhado por Leandro Braga (direção musical e piano), Lui Coimbra (cello, violão), Alexandre Casado (violino/ bandolim) e Felipe Rosseno (percussão). Em momentos como ‘Invento’ (Vitor Ramil) e ‘As ilhas’ (Astor Piazzolla/ Geraldo Carneiro) os impecáveis arranjos de Leandro Braga chegam a ser cinematográficos, tamanha dramaticidade. O ápice desta carga emocional acontece em ‘Bicho de sete cabeças’ (Geraldo Azevedo/ Zé Ramalho/ Geraldo Rocha) quando Ney e os músicos são aplaudidos entusiástica e demoradamente.
Após arrebatar a platéia em uma hora de espetáculo, sem fazer concessões aos sucessos de sua luminosa carreira, o cantor mais uma vez subverte as regras estabelecidas no show business. Na primeira das duas voltas ao palco, Ney apresenta a inédita ‘Incinero’(Zé Paulo Becker/ Mauro Aguiar) e ‘Mulher sem razão’, parceria de Dé Palmeira, Cazuza (1958 – 1990) e Bebel Gilberto resgatada por Adriana Calcanhotto no álbum Maré (2008).
Após a já citada ‘Poema dos olhos da amada’, no segundo bis, o cantor revisita ‘Tema de amor de Gabriela’ (Tom Jobim), gravada por ele no CD ‘O cair da tarde’ (1997) e ‘Fala’ (João Ricardo/ Luli), sucesso do ‘Secos e Molhados’. No rigor estilístico de Ney Matogrosso não há espaço para obviedades.
Prestes a completar inacreditáveis 70 anos, o cantor abre o espetáculo com ‘Tango para Tereza’ (Evaldo Gouveia/ Jair Amorim), sucesso de Ângela Maria, cujo repertório gerou o belo ‘Estava escrito’, CD lançado por Ney em 1994. A afinação impecável impressiona logo no primeiro número.
Sempre disposto a seduzir – ostentando plumas e paetês ou vestindo terno criado pelo estilista Ocimar Versolato – o artista surgido no início dos anos 70, como vocalista do marcante e efêmero trio ‘Secos e Molhados’, põe em prática todo o seu jogo envolvente ao interpretar canções recorrentes em seu repertório como ‘Segredo’ (Herivelto Martins/ Marino Pinto) e ‘Da cor do pecado’ (Bororó).
A sedução, também presente em ‘A cor do desejo’ (Junior Almeida/ Ricardo Guima), dá lugar a melancolia de ‘À distância’ (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos), lançada por Roberto em 1972.
Reconhecido pescador de pérolas, Ney Matogrosso construiu um roteiro irretocável que alinha o samba-canção ‘De cigarro em cigarro’ (1953), o choro ‘Doce de coco’ (Jacob do Bandolim/ Hermínio Bello de Carvalho) e o pop romântico ‘Nada por mim’ (Herbert Vianna/ Paula Toller). A balada eternizada pelo grupo Kid Abelha ganha bela versão, embora a gravação feita por Fafá de Belém no ótimo CD ‘Maria de Fátima Palha de Figueiredo’ (2000) continue se destacando. A audição desta é aconselhável.
Outras preciosidades semi-esquecidas também caíram na rede do cantor. ‘A bela e a fera’ (Chico Buarque/Edu Lobo), gravada originalmente por Tim Maia para a trilha sonora do balé ‘O grande circo místico’, ganha novas cores no registro vocal de contratenor de Ney. Efeito conseguido também nas densas ‘Medo de amar’ e ‘Poema dos olhos da amada’, ambas de Vinicius de Moraes (1913 – 1980), a segunda apresentada no bis.
Sempre cercado de excelentes músicos, Ney é acompanhado por Leandro Braga (direção musical e piano), Lui Coimbra (cello, violão), Alexandre Casado (violino/ bandolim) e Felipe Rosseno (percussão). Em momentos como ‘Invento’ (Vitor Ramil) e ‘As ilhas’ (Astor Piazzolla/ Geraldo Carneiro) os impecáveis arranjos de Leandro Braga chegam a ser cinematográficos, tamanha dramaticidade. O ápice desta carga emocional acontece em ‘Bicho de sete cabeças’ (Geraldo Azevedo/ Zé Ramalho/ Geraldo Rocha) quando Ney e os músicos são aplaudidos entusiástica e demoradamente.
Após arrebatar a platéia em uma hora de espetáculo, sem fazer concessões aos sucessos de sua luminosa carreira, o cantor mais uma vez subverte as regras estabelecidas no show business. Na primeira das duas voltas ao palco, Ney apresenta a inédita ‘Incinero’(Zé Paulo Becker/ Mauro Aguiar) e ‘Mulher sem razão’, parceria de Dé Palmeira, Cazuza (1958 – 1990) e Bebel Gilberto resgatada por Adriana Calcanhotto no álbum Maré (2008).
Após a já citada ‘Poema dos olhos da amada’, no segundo bis, o cantor revisita ‘Tema de amor de Gabriela’ (Tom Jobim), gravada por ele no CD ‘O cair da tarde’ (1997) e ‘Fala’ (João Ricardo/ Luli), sucesso do ‘Secos e Molhados’. No rigor estilístico de Ney Matogrosso não há espaço para obviedades.
Comentários
Artista ímpar que mantém, ao longo de sua carreira, qualidade (muito) acima da média, inclusive de seus contemporâneos, tão monstros sagrados quanto que, as vezes, dão a sensação de que já jogaram no piloto automático faz tempo...
quis brincar com o título do show e o adjetivo 'irrepreensível', que quer dizer 'o que não merece censura'.
Pelo jeito não ficou muito claro. Agradeço seu comentário, ficarei mais atento nas próximas publicações.
Abraço,