Beatriz Faria, Marcos Sacramento e Luís Filipe Lina (foto: Daniel Achedjian) |
Quem esteve no Teatro Rival Petrobras na última quarta-feira, 26 de janeiro, para assistir a segunda apresentação de Marcos Sacramento e Soraya Ravenle no show ‘Breque Moderno’, presenciou um desses momentos mágicos que a música proporciona.
Um inusitado incidente ocorrido na noite anterior deixou Soraya fora de cena. Na companhia de Luís Filipe de Lima (violão), Rui Alvim (sopros), João Callado (cavaquinho), Paulino Dias (percussão) e Beto Cazes (percussão), Sacramento sacudiu, remexeu, botou a baiana para rodar e tomou para si as rédeas do espetáculo.
Especialmente brilhante naquela noite, Marcos fez a platéia sorrir com suas interpretações picantes e bem-humoradas de sambas-choros clássicos como ‘Recenseamento’ (Assis Valente) e de outros menos conhecidos como ‘O relógio lá de casa’, inspirada parceria de Felisberto Martins e um Lupicínio Rodrigues sem dor de cotovelo.
As hilárias ‘Águia de Haia’ (Luís Filipe Lima e Nei Lopes) e ‘Samba do Nepal’, composta por Jota Canalha (Henrique Cazes), são veículos perfeitos para Marcos Sacramento destilar malícia.
O roteiro parcialmente adaptado manteve ‘Cozinheira granfina’ (Sá Róris), do repertório de Carmen Miranda, dueto de Marcos e Soraya no original, ‘Disse-me-disse (Bucy Moreira) e ‘Responsabilidade’ – um obscuro e insuspeitado samba “machista” de Paulinho da Viola.
Convocada de última hora, Beatriz Faria, filha do ilustre portelense, fez graça nos duetos em ‘Boneca de Piche’ (Ary Barroso/ Luiz Iglesias) e ‘Tem que rebolar’ (José Batista/ Magno de Oliveira).
Do musical ‘É com esse que eu vou’, de Charles Möller e Cláudio Botelho, Beatriz retirou ‘Pressentimento’ (Hermínio Bello de Carvalho), ‘Me deixa em paz (Monsueto) e ‘Amor de carnaval’ (Zé Kéti). Belos sambas que valorizaram ainda mais sua inesperada participação no show dos colegas: ela, Marcos e Soraya integram o elenco do espetáculo em cartaz no Teatro João Caetano.
As hilárias ‘Águia de Haia’ (Luís Filipe Lima e Nei Lopes) e ‘Samba do Nepal’, composta por Jota Canalha (Henrique Cazes), são veículos perfeitos para Marcos Sacramento destilar malícia.
O roteiro parcialmente adaptado manteve ‘Cozinheira granfina’ (Sá Róris), do repertório de Carmen Miranda, dueto de Marcos e Soraya no original, ‘Disse-me-disse (Bucy Moreira) e ‘Responsabilidade’ – um obscuro e insuspeitado samba “machista” de Paulinho da Viola.
Convocada de última hora, Beatriz Faria, filha do ilustre portelense, fez graça nos duetos em ‘Boneca de Piche’ (Ary Barroso/ Luiz Iglesias) e ‘Tem que rebolar’ (José Batista/ Magno de Oliveira).
Do musical ‘É com esse que eu vou’, de Charles Möller e Cláudio Botelho, Beatriz retirou ‘Pressentimento’ (Hermínio Bello de Carvalho), ‘Me deixa em paz (Monsueto) e ‘Amor de carnaval’ (Zé Kéti). Belos sambas que valorizaram ainda mais sua inesperada participação no show dos colegas: ela, Marcos e Soraya integram o elenco do espetáculo em cartaz no Teatro João Caetano.
Em uma noite improvisada, o espetáculo aconteceu.
Criado por Luís Felipe Lima para a série “Samba de breque e outras bossas” do Centro Cultural Banco do Brasil em 2006, o espetáculo deu origem ao CD ‘Breque Moderno’ (Rob Digital) lançado em julho de 2010 no mesmo palco da Cinelândia.
Os arranjos de Luís Filipe atualizam os sambas sem descaracterizá-los. São interessantes as inclusões do romântico ‘Joujoux e balangandãs’ (Lamartine Babo) e de ‘Samba rasgado’ (Portello Juno/ Wilson Falcão) no repertório recheado de humor malicioso e, devido à idade de certas composições, quase ingênuo em alguns momentos.
No disco, Marcos e Soraya também dão conta do recado, valorizando a interpretação inclusive na gaiata (e caricata) ‘Não quero saber mais dela (Sinhô). Sacramento vem se tornando um cantor especialista no samba feito na primeira metade do século XX, como atesta sua discografia. Por sua vez, Soraya Ravenle põe em prática a experiência adquirida nos musicais que estrelou e nos anos em que integrou o grupo Arranco de Varsóvia.
‘Breque Moderno’ é um projeto tão sedutor que merece maior divulgação, além das platéias de teatro e casas de show. O que fazem as rádios do segmento adulto contemporâneo (leia-se: emissoras que tocam MPB) que não incluem em suas programações uma ou duas faixas do ótimo disco? Um trabalho de qualidade como este deveria ser mostrado ao grande público e o veículo apropriado ainda é o rádio.
Os arranjos de Luís Filipe atualizam os sambas sem descaracterizá-los. São interessantes as inclusões do romântico ‘Joujoux e balangandãs’ (Lamartine Babo) e de ‘Samba rasgado’ (Portello Juno/ Wilson Falcão) no repertório recheado de humor malicioso e, devido à idade de certas composições, quase ingênuo em alguns momentos.
No disco, Marcos e Soraya também dão conta do recado, valorizando a interpretação inclusive na gaiata (e caricata) ‘Não quero saber mais dela (Sinhô). Sacramento vem se tornando um cantor especialista no samba feito na primeira metade do século XX, como atesta sua discografia. Por sua vez, Soraya Ravenle põe em prática a experiência adquirida nos musicais que estrelou e nos anos em que integrou o grupo Arranco de Varsóvia.
‘Breque Moderno’ é um projeto tão sedutor que merece maior divulgação, além das platéias de teatro e casas de show. O que fazem as rádios do segmento adulto contemporâneo (leia-se: emissoras que tocam MPB) que não incluem em suas programações uma ou duas faixas do ótimo disco? Um trabalho de qualidade como este deveria ser mostrado ao grande público e o veículo apropriado ainda é o rádio.
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