
Encerrando um ciclo de 43 anos o Canecão fechou suas portas, no sábado, 16 de outubro de 2010. Sem lamento, ou nostalgia, Bibi Ferreira, 88 anos, fez a última apresentação na casa de espetáculos de Botafogo, apresentando o show ‘De Pixinguinha a Noel, passando por Gardel’. A atriz havia comandado a festa que oficializou a abertura da então cervejaria em 1967.
O Canecão ocupa um espaço pertencente à Universidade Federal do Rio de Janeiro que reivindicou a reintegração de posse há décadas.
A cidade perde seu palco mais emblemático, por onde passaram artistas dos mais variados gêneros musicais, principalmente do que se convencionou chamar MPB. Certamente nossas estrelas não ficarão sem local para suas apresentações como ocorreu com as divas da era do rádio, muitas delas contratadas por cassinos, quando um decreto presidencial proibiu o jogo no País, em 1946.
Mas é certo que nenhum outro palco restante tem ou terá a aura do ‘Caneco’. Seus inúmeros problemas eram conhecidos por todos, mas foi lá que Maria Bethânia, por exemplo, estreou grande parte de seus shows nas últimas duas décadas (entre eles os memoráveis ‘Imitação da Vida’, ‘Maricotinha’ e ‘Brasileirinho’), assim como Ney Matogrosso, Elba Ramalho e Chico Buarque (‘Paratodos’ e ‘Carioca’ com lotação esgotada).
Shows que não funcionavam na imensidão do atual Citybank Hall, ou que não cabiam no simpático Teatro Rival simplesmente viraram sucesso de público em Botafogo.
Na década de 1970, Roberto Carlos começou a falar de um amor mais sensual naquele palco, onde os doces bárbaros Caetano, Gil, Gal e Bethânia se apresentaram em 1976 – e onde individualmente fizeram história com shows inesquecíveis. Vinicius, Toquinho, Tom Jobim, Elizeth Cardoso, Clara Nunes, Elis Regina, Nana Caymmi, Paulinho da Viola, Marisa Monte e os astros do rock brasileiro dos anos 80 também passaram pela casa, inclusive Cazuza em sua despedida no show ‘O tempo não para’, em 1988.
Aloisio Teixeira, reitor da UFRJ, afirma que o espaço para espetáculos musicais continuará. Esperemos, pois a carência de palcos na cidade continua.
Outras Histórias
O Cine Show Madureira, por onde passaram Beth Carvalho e Maria Bethânia, em 1979, durou apenas um ano. Ainda no subúrbio o antigo Cine Imperator, com seus mais de dois mil lugares, funcionou como casa de shows entre 1991 e 1995. A gigantesca platéia aliada à má administração selou o fim da casa localizada no Méier.
Depois de 28 anos funcionando no Leblon, o Scala reapareceu no Centro, num espaço de três mil metros quadrados dividido em três ambientes. Se abrigará espetáculos de artistas que passaram por sua antiga versão ainda é uma incógnita.
O Canecão ocupa um espaço pertencente à Universidade Federal do Rio de Janeiro que reivindicou a reintegração de posse há décadas.
A cidade perde seu palco mais emblemático, por onde passaram artistas dos mais variados gêneros musicais, principalmente do que se convencionou chamar MPB. Certamente nossas estrelas não ficarão sem local para suas apresentações como ocorreu com as divas da era do rádio, muitas delas contratadas por cassinos, quando um decreto presidencial proibiu o jogo no País, em 1946.
Mas é certo que nenhum outro palco restante tem ou terá a aura do ‘Caneco’. Seus inúmeros problemas eram conhecidos por todos, mas foi lá que Maria Bethânia, por exemplo, estreou grande parte de seus shows nas últimas duas décadas (entre eles os memoráveis ‘Imitação da Vida’, ‘Maricotinha’ e ‘Brasileirinho’), assim como Ney Matogrosso, Elba Ramalho e Chico Buarque (‘Paratodos’ e ‘Carioca’ com lotação esgotada).
Shows que não funcionavam na imensidão do atual Citybank Hall, ou que não cabiam no simpático Teatro Rival simplesmente viraram sucesso de público em Botafogo.
Na década de 1970, Roberto Carlos começou a falar de um amor mais sensual naquele palco, onde os doces bárbaros Caetano, Gil, Gal e Bethânia se apresentaram em 1976 – e onde individualmente fizeram história com shows inesquecíveis. Vinicius, Toquinho, Tom Jobim, Elizeth Cardoso, Clara Nunes, Elis Regina, Nana Caymmi, Paulinho da Viola, Marisa Monte e os astros do rock brasileiro dos anos 80 também passaram pela casa, inclusive Cazuza em sua despedida no show ‘O tempo não para’, em 1988.
Aloisio Teixeira, reitor da UFRJ, afirma que o espaço para espetáculos musicais continuará. Esperemos, pois a carência de palcos na cidade continua.
Outras Histórias
O Cine Show Madureira, por onde passaram Beth Carvalho e Maria Bethânia, em 1979, durou apenas um ano. Ainda no subúrbio o antigo Cine Imperator, com seus mais de dois mil lugares, funcionou como casa de shows entre 1991 e 1995. A gigantesca platéia aliada à má administração selou o fim da casa localizada no Méier.
Depois de 28 anos funcionando no Leblon, o Scala reapareceu no Centro, num espaço de três mil metros quadrados dividido em três ambientes. Se abrigará espetáculos de artistas que passaram por sua antiga versão ainda é uma incógnita.
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