Em seu sexto disco solo Marcelo D2 deixa de lado o discurso ritmado do rap para cantar o partido alto dos morros da cidade (sem deixar de lado a crítica social), realizando o antigo desejo de homenagear Bezerra da Silva, figura mítica da malandragem carioca.
Fugindo do esquema habitual dos discos-tributo, D2 não se preocupou em fazer um greatest hits do malandro pernambucano radicado no Rio. ‘Marcelo D2 canta Bezerra da Silva’, lançado recentemente pela gravadora EMI Music, traz músicas escolhidas afetivamente pelo rapper, fã assumido de Bezerra.
O produtor Leandro Sapucahy e o maestro Jota Moraes foram escalados para evocar a sonoridade dos discos de samba lançados nas décadas de 1970 e 1980. Para isso se cercaram de músicos experientes como Carlinhos Sete Cordas, Marcos Arcanjo e Márcio Hulck. Um coro feminino relembra o grupo vocal ‘As Gastas’, recorrente nas gravações de então.
A homenagem continua na capa que reproduz a foto do disco ‘Eu não sou santo’, de 1992, onde Bezerra aparecia crucificado. Acostumado às temáticas sociais, Marcelo se sai muito bem em ‘A semente’ (Felipão/ Roxinho/ Tião Miranda/ Valmir), que ele já havia gravado com João Gordo no disco ‘Tributo a Bezerra da Silva, de 2005. Não por acaso a faixa foi escolhida para puxar o CD nas rádios.
D2 também soa convincente em faixas como ‘Bicho feroz’ (Cláudio Inspiração/ Tonho) – forte candidata a segunda faixa de trabalho – mas sua inexperiência como intérprete fica evidente em ‘Malandragem dá um tempo’ (Popular P./ Adelzonilton/ Moacyr Bombeiro) que reaparece sem a força original de Bezerra ou sem a pegada que Frejat imprimiu na excelente gravação do Barão Vermelho (‘Álbum’, 1996), presente na memória das novas gerações.
Nas gaiatas ‘Minha sogra parece sapatão’ (Roxinho/ Tião Miranda/ 1000tinho) e ‘Quem usa antena é televisão’ (Celsinho da Barra Funda/ Pinga) faltam malícia e malemolência características de sambistas como Martinho da Vila, expoente de outro tipo de malandragem que, com sua voz mansa transformou em sucesso nacional o partido ‘Na Aba’ (Trambique/ Paulinho Correa/ Ney Silva) gravado por Bezerra sem maior repercussão em 1982.
Marcelo e Bezerra se conheceram quando o primeiro ainda era vocalista do Planet Hemp, em 1994. As afinidades temáticas aproximaram os artistas que chegaram a realizar uma turnê em 1998.
Mesmo reverente, o bom disco representa avanço na carreira de D2, personagem outrora controverso, hoje figura fácil no mainstream do pop tupiniquim.
Fugindo do esquema habitual dos discos-tributo, D2 não se preocupou em fazer um greatest hits do malandro pernambucano radicado no Rio. ‘Marcelo D2 canta Bezerra da Silva’, lançado recentemente pela gravadora EMI Music, traz músicas escolhidas afetivamente pelo rapper, fã assumido de Bezerra.
O produtor Leandro Sapucahy e o maestro Jota Moraes foram escalados para evocar a sonoridade dos discos de samba lançados nas décadas de 1970 e 1980. Para isso se cercaram de músicos experientes como Carlinhos Sete Cordas, Marcos Arcanjo e Márcio Hulck. Um coro feminino relembra o grupo vocal ‘As Gastas’, recorrente nas gravações de então.
A homenagem continua na capa que reproduz a foto do disco ‘Eu não sou santo’, de 1992, onde Bezerra aparecia crucificado. Acostumado às temáticas sociais, Marcelo se sai muito bem em ‘A semente’ (Felipão/ Roxinho/ Tião Miranda/ Valmir), que ele já havia gravado com João Gordo no disco ‘Tributo a Bezerra da Silva, de 2005. Não por acaso a faixa foi escolhida para puxar o CD nas rádios.
D2 também soa convincente em faixas como ‘Bicho feroz’ (Cláudio Inspiração/ Tonho) – forte candidata a segunda faixa de trabalho – mas sua inexperiência como intérprete fica evidente em ‘Malandragem dá um tempo’ (Popular P./ Adelzonilton/ Moacyr Bombeiro) que reaparece sem a força original de Bezerra ou sem a pegada que Frejat imprimiu na excelente gravação do Barão Vermelho (‘Álbum’, 1996), presente na memória das novas gerações.
Nas gaiatas ‘Minha sogra parece sapatão’ (Roxinho/ Tião Miranda/ 1000tinho) e ‘Quem usa antena é televisão’ (Celsinho da Barra Funda/ Pinga) faltam malícia e malemolência características de sambistas como Martinho da Vila, expoente de outro tipo de malandragem que, com sua voz mansa transformou em sucesso nacional o partido ‘Na Aba’ (Trambique/ Paulinho Correa/ Ney Silva) gravado por Bezerra sem maior repercussão em 1982.
Marcelo e Bezerra se conheceram quando o primeiro ainda era vocalista do Planet Hemp, em 1994. As afinidades temáticas aproximaram os artistas que chegaram a realizar uma turnê em 1998.
Mesmo reverente, o bom disco representa avanço na carreira de D2, personagem outrora controverso, hoje figura fácil no mainstream do pop tupiniquim.
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