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Mostrando postagens de 2010

O universo particular de Vanessa da Mata

Legítima representante do boom de cantoras-compositoras surgidas na música popular brasileira, principalmente a partir do final dos anos 1980, Vanessa da Mata lançou este ano seu quinto álbum de carreira (incluindo-se o registro do show editado em 2009 para o canal Multishow), ‘Bicicletas, bolos e outras alegrias’, patrocinado pelo projeto Natura Musical. Escorada pelo sucesso (também comercial) de seus álbuns, Vanessa (foto de Geraldo Pestalozzi) apresenta um trabalho que dialoga com seu delicado disco de estreia, lançado em 2002, que obteve projeção nacional quando o remix de ‘Não me deixe só’ saiu das pistas de dança direto para as rádios. ‘Bicicletas, bolos e outras alegrias’ inaugura a parceria da multinacional Sony Music com o selo da artista, ‘Jabuticaba’, e traz doze faixas autorais, duas delas parcerias com Lokua Kanza e Gilberto Gil: ‘Vá’ e ‘Quando amanhecer’, respectivamente. Dona de um curioso método de compor – ela não domina nenhum instrumento, gravando as melodias qu...

João Bosco perto do céu

João Bosco encerrou a turnê do show baseado em seu mais recente CD ‘Não vou pro céu, mas também já não fico no chão’, neste sábado, dia 11 de dezembro, no Teatro Rival Petrobrás. Acompanhado pelo afiado trio formado pelos músicos Ricardo Silveira (violão e guitarra), João Batista (baixo) e Kiko Freitas (bateria), o cantor e compositor mineiro fez um show impecável onde priorizou as músicas do disco lançado em junho de 2009, considerado um dos melhores de sua carreira. Intercalando lados ‘B’ de sua discografia, com destaque para as faixas do CD ‘Zona de Fronteira’ (1991) e as novas canções, João transpôs para o palco a onda jazzística que vem crescendo em seus trabalhos mais recentes. A despeito das efemérides lembradas pelo público – os cem anos da Revolta da Chibata, tão bem cantada por ele na clássica ‘O mestre sala dos mares’ (c/ Aldir Blanc) e o centenário de Noel Rosa não provocaram mudanças no roteiro do show. Bosco sabe do perigo dessas opções num momento em que o público...

Ro Ro promove encontro inédito

Elza Soares e Elba Ramalho foram as convidadas especiais da terceira edição do projeto quinzenal ‘Nas ondas da Ro Ro’ comandado por Ângela Ro Ro na noite de terça-feira, dia 7 de novembro, no Espaço Acústica – misto de bar, boate e casa de shows recém-inaugurada na Praça Tiradentes, Centro do Rio de Janeiro. A companhada pelo tecladista Ricardo Mac Cord, Ângela reaquece o repertório que vem apresentando em seus últimos shows. ‘Acertei no milênio’ e ‘Fila de ex-mulher’, músicas da safra mais ou menos recente, aparecem ao lado das imbatíveis ‘Só nos resta viver’, ‘Tola foi você’ e ‘Came e case’. Dona de um humor por vezes desconcertante Ro Ro deleita a platéia com seus comentários, principalmente quando fala dos colegas da MPB (“Ele ainda vai mudar os gostos dessa menina”, cutucou Caetano Veloso e Maria Gadú). Os famosos graves ainda estão todos lá e proporcionam belos momentos em ‘Meu benzinho’, ‘Fogueira’ e ‘Ne me quitte pas’. Pena que, a certa altura, a cantora troque o microfone p...

CD Sambas de enredo 2011: Beija-Flor, Mangueira e Vila Isabel saem na frente

Lançado na última semana de novembro, o CD oficial das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro (Universal Music) traz os doze sambas de enredo que serão defendidos pelas agremiações no desfile do Carnaval 2011. Mais uma vez a gravação aconteceu na Cidade do Samba, com as baterias e coros de cada escola, na tentativa de aproximar o resultado final do clima quente que envolve a Avenida Marquês de Sapucaí. Essa ‘emoção fabricada’ em nada acrescenta, em alguns momentos os corais chegam a abafar as baterias. O registro com a primeira passagem feita pelo intérprete antes da entrada do coro, na segunda, ainda parece ser o mais adequado. Não há intervalo entre as faixas, elas são separadas por aplausos. No final de cada uma o intérprete da escola anuncia o intérprete seguinte. As novidades param aí, o andamento continua acelerado e não há um samba que se destaque dos demais. Os compositores se limitam a descrever as sinopses feitas pelos carnavalescos, deixando de lado qual...

O samba esperto de Sacramento

Marcos Sacramento encerrou na segunda-feira (29) a temporada de shows que ocupou o palco do Centro Cultural Carioca no mês de novembro, onde recebeu os convidados especiais Soraya Ravenle, Alfredo Del Penho, Pedro Paulo Malta, Makley Matos e Clara Sandroni. Acompanhado nesta noite pelos músicos Alessandro Cardoso (cavaquinho), Netinho Albuquerque (percussão) e Leandro Saramago (violão), Sacramento mostrou para o privilegiado público que compareceu ao simpático sobrado da Rua do Teatro porque é um dos melhores cantores da atualidade. Ostentando vasta cabeleira, pulseiras de couro e camisa do Santo Guerreiro – que ninguém é de ferro –, conjugando atitude roqueira de um Cazuza com humor esperto de Carmen Miranda, Marcos liquidifica referências e produz música contemporânea. Um surpreendente samba enviesado, sem ranço. Ele não quer rótulos: “Não sou sambista e muito menos freqüento ambientes de samba genuínos”, já disse. Esse distanciamento consciente do celebrado ritmo carioca é bastan...

Diogo Nogueira: o malandro na praça outra vez

Em junho de 2010, Diogo Nogueira subiu ao palco da casa de espetáculos Vivo Rio para registrar seu segundo show, ‘Sou eu’, editado em CD e DVD pela EMI Music. Acostumados a shows cada vez mais grandiosos, os artistas brasileiros incluem outros atrativos em suas apresentações onde a música é o componente principal, mas não o único. O samba não passou incólume ao fenômeno, como podemos constatar em ‘Sou eu’. O grande palco do Vivo Rio não inibiu a produção de Diogo.  A ficha técnica do espetáculo já anunciava a preocupação com a qualidade do projeto: direção musical de Alceu Maia, cenários de Hélio Eichbauer, a presença dos bailarinos da Companhia de Dança Carlinhos de Jesus e de Lucinha Nobre e Rogério, porta-bandeira e mestre-sala da Escola de Samba Portela.  As recorrentes participações especiais em mais uma gravação ao vivo deram pistas dos caminhos que Diogo poderá seguir para sedimentar sua carreira ainda tão recente. Chico Buarque e Ivan Lins, representantes da linhage...

O balanço renovado de Bebeto

Fiel ao suingue que lhe rendeu o título de 'rei dos bailes' da Zona Norte e da Baixada Fluminense na segunda metade da década de 1970 e início dos anos 1980, Bebeto lança seu primeiro CD de inéditas em 15 anos. Redescoberto graças à internet e aos DJs que (re)colocaram ‘Segura a nega’ nas pistas, o paulistano mais carioca da cidade se apresenta às novas gerações com ‘Prazer, eu sou Bebeto’ (gravadora EMI) seu 38º disco, bem produzido pelo cada vez mais requisitado Clemente Magalhães. Cercado de excelentes músicos como Davi Moraes, Lui Coimbra e Christiaan Oyens, entre outros, Bebeto, 63 anos, atualiza seu balanço em 14 faixas inéditas – a ecológica e visionária ‘Água água’ (Bebeto/ Teodoro) foi lançada há 33 anos no disco ‘Esperanças mil’. A suingueira começa com ‘Charme’, dos gaúchos Thiago Corrêa e Allan Dias Castro, autores que reaparecem no decorrer do baile onde sol, mulher e futebol são referências. Destaque para o arranjo de metais de Marlon Sette que também defende o...

Maria Bethânia: A dona da cena

Em 1966 o cineasta Júlio Bressane dirigiu um documentário sobre Maria Bethânia, então recém-chegada ao Rio de Janeiro, chamado ‘Bethânia bem de perto’. A proximidade entre a câmera e a cantora mais teatral da música popular brasileira parece ser a única forma de se tentar captar (ainda que parcialmente) a magia que se instaura quando Bethânia está em cena.  É o que acontece com ‘Amor Festa Devoção’, novo DVD da cantora lançado oficialmente na sexta-feira, dia 05 de novembro, durante coletiva na sede da gravadora ‘Biscoito Fino’, no Humaitá (RJ). Último espetáculo de Bethânia apresentado no Canecão, em outubro de 2009, ‘Amor Festa Devoção’ teve imagens captadas por André Horta – responsável pelos DVDs ‘Maricotinha ao Vivo’ (2002) e ‘Brasileirinho ao Vivo’ (2004) – durante os dias 12 e 13 de março deste ano no Vivo Rio (RJ). As dimensões da casa de espetáculos do Aterro do Flamengo não provocam a sensação de acolhimento e intimidade a que os fãs da baiana estão acostumados, mas...

D2 reverencia o malandro

Em seu sexto disco solo Marcelo D2 deixa de lado o discurso ritmado do rap para cantar o partido alto dos morros da cidade (sem deixar de lado a crítica social), realizando o antigo desejo de homenagear Bezerra da Silva, figura mítica da malandragem carioca. Fugindo do esquema habitual dos discos-tributo, D2 não se preocupou em fazer um greatest hits do malandro pernambucano radicado no Rio. ‘Marcelo D2 canta Bezerra da Silva’, lançado recentemente pela gravadora EMI Music, traz músicas escolhidas afetivamente pelo rapper, fã assumido de Bezerra. O produtor Leandro Sapucahy e o maestro Jota Moraes foram escalados para evocar a sonoridade dos discos de samba lançados nas décadas de 1970 e 1980. Para isso se cercaram de músicos experientes como Carlinhos Sete Cordas, Marcos Arcanjo e Márcio Hulck. Um coro feminino relembra o grupo vocal ‘As Gastas’, recorrente nas gravações de então. A homenagem continua na capa que reproduz a foto do disco ‘Eu não sou santo’, de 1992, onde Bezerra ap...

As cantoras do rádio

Em meados do século passado, período em que o rádio era o principal veículo de comunicação, as cantoras se destacavam nos programas de auditório e habitavam a imaginação de milhares de ouvintes que idealizavam suas musas em volta do aparelho radiofônico – coisa que as novas gerações, nascidas na era digital, não podem compreender. Momentos desse passado riquíssimo fazem parte do livro ‘As divas do Rádio Nacional – As vozes eternas da era de ouro’ de Ronaldo Conde Aguiar (editora Casa da Palavra). Histórias sobre a vida e a obra de 14 cantoras brasileiras são contadas de forma leve e, claro, apaixonada – o autor assume publicamente seu amor por Emilinha Borba, relembrando a folclórica rixa entre a “rainha da Marinha” e Marlene. Nada que prejudique a narrativa, ao contrário, afinal estamos falando de uma paixão nacional: as cantoras. É com prazer que acompanhamos a transformação de Ângela Maria em mito do cancioneiro popular após iniciar a carreira imitando Dalva de Oliveira. Como se...

O show tem que continuar

Encerrando um ciclo de 43 anos o Canecão fechou suas portas, no sábado, 16 de outubro de 2010. Sem lamento, ou nostalgia, Bibi Ferreira, 88 anos, fez a última apresentação na casa de espetáculos de Botafogo, apresentando o show ‘De Pixinguinha a Noel, passando por Gardel’. A atriz havia comandado a festa que oficializou a abertura da então cervejaria em 1967. O Canecão ocupa um espaço pertencente à Universidade Federal do Rio de Janeiro que reivindicou a reintegração de posse há décadas. A cidade perde seu palco mais emblemático, por onde passaram artistas dos mais variados gêneros musicais, principalmente do que se convencionou chamar MPB. Certamente nossas estrelas não ficarão sem local para suas apresentações como ocorreu com as divas da era do rádio, muitas delas contratadas por cassinos, quando um decreto presidencial proibiu o jogo no País, em 1946. Mas é certo que nenhum outro palco restante tem ou terá a aura do ‘Caneco’. Seus inúmeros problemas eram conhecidos por todos, mas f...

Os garotos querem se divertir

Domingo, meio do feriadão, às vésperas do Dia das Crianças, parti com a sobrinha adolescente para o Vivo Rio, onde a banda Restart comandaria mais uma matinê, chamada “Happy Rock Sunday”. Eu, ela e milhares de meninas (em sua maioria) acompanhadas de seus responsáveis. Uma multidão de jovens multicoloridas, animadíssimas e agudíssimas – cujos gritos pareciam formar uma única e poderosa voz estridente a cada citação da banda durante o set comandado por um DJ convidado. A coisa ficou ainda mais intensa quando os quatro garotos entraram em cena: os camarotes da casa de espetáculos tremeram. Literalmente. Criada em 2008, a banda formada por Pe Lu (voz e guitarra), Pe Lanza (voz e baixo), Koba (voz e guitarra) e Thominhas (bateria e sintetizador) vem incomodando muita gente do mainstream do pop-rock brasileiro – que o diga Dino Ouro Preto, vocalista da balzaquiana ‘Capital Inicial’, que andou soltando farpas, aborrecido com o sucesso dos meninos. Vestindo roupas coloridas, muitas vezes e...

Registro de 'Em boa companhia', de Simone, mostra show afinado

Quando Simone estreou o show ‘Em boa companhia’, em setembro de 2009, no Canecão (RJ), eram nítidos alguns deslizes no roteiro baseado no então recém lançado CD ‘Na veia’. Nada que comprometesse o resultado final. Em excelente forma física e vocal; vinda de ‘Amigo é casa’, show memorável feito em parceria com Zélia Duncan; a cantora se mostrava renovada e visivelmente feliz.  Gravados ao vivo em abril de 2010 no Teatro dos Guararapes, em Olinda (PE), os luxuosamente embalados CD duplo e o DVD (gravadora Biscoito Fino) mostram a evolução do espetáculo após os necessários ajustes. Saíram ‘Elegia’ (Péricles Cavalcanti/ Augusto de Campos) e ‘Diga lá coração’ (Gonzaguinha) e entraram ‘Ive Brussel’ (Jorge Ben Jor), ‘Fullgás’ (Marina e Antônio Cícero) e ‘Nada por mim’ (Paula Toller/ Herbert Vianna). Acompanhada por Julinho Teixeira (direção musical, teclados e acordeom), Walter Villaça (guitarra e violões), Fernando Souza (baixo), Carlos Bala (bateria) e Sidinho Moreira (percussão), Si...

O samba maduro de Zeca

“Pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza, senão não se faz um samba, não” dizia Vinicius de Moraes. Tristeza pode não ser o sentimento exato, mas certa dose de melancolia já presente em ‘Uma prova de amor’, CD lançado por Zeca Pagodinho em 2008, mostra a cara sem cerimônias em ‘Vida da minha vida’ (Universal Music), vigésimo - primeiro disco do sambista, dedicado à madrinha Beth Carvalho. A voz mais grave, conseguida nas madrugadas da vida, desce redonda como cerveja gelada no repertório onde uma ou outra concessão à receita do (fácil) sucesso radiofônico, caso de ‘O puxa-saco’ (Alamir/ Roberto Lopes/ Levy Vianna) e ‘O garanhão’ (Zé Roberto), não embaçam o ótimo repertório. Pinçada do CD ‘Batucando’ lançado por Moacyr Luz em 2009, a faixa-título teve sua beleza realçada por Zeca que já havia participado da gravação original da parceria de Luz e Sereno. Pagodinho foi feliz no resgate de ‘Poxa’, (único) sucesso de Gilson de Souza em 1975 e, não por acaso, a mús...

Gal Total

Acompanhada do violonista Luiz Meira, Gal Costa fez única apresentação ontem, no Palácio do Anhembi, em São Paulo. Belíssima, a cantora voltou a exibir cabelos longos. Os gestos e o vestido contribuíram ainda mais para a aura de Diva. Chamado 'Total' - de acordo com a recente caixa lançada pela Universal Music com belíssima reedição de seus discos na antiga Philips - o show lista sucessos da carreira de Gal. Sucesso radiofônico em 1984, 'Chuva de prata' (do disco 'Profana') foi surpresa no bis: 1. Minha voz, minha vida (Caetano Veloso) 2. Eu vim da Bahia (Gilberto Gil) 3. Azul (Djavan) 4. Meu bem, meu mal (Caetano Veloso) 5. Camisa amarela (Ary Barroso) 6. Folhetim (Chico Buarque) 7. Vatapá (Dorival Caymmi) 8. Samba do grande amor (Chico Buarque) 9. Wave (Tom Jobim) 10. Garota de Ipanema (Tom Jobim/ Vinicius de Moraes) 11. Sábado em Copacabana (Dorival Caymmi/Jorge Guinle); Copacabana (João de Barro/ Alberto Ribeiro) 12. Você não entende nada (Caetano Veloso...

O nome dela é Gal!

Seguindo a busca por tesouros em seu baú, a Universal Music põe nas lojas esta semana a caixa ‘Gal total’ com 15 títulos gravados por Gal Costa na então gravadora Philips/Polygram. Ficaram de fora ‘Tropicália’, ‘Temporada de verão’ e ‘Doces Bárbaros’. Um CD duplo apropriadamente chamado ‘Divina, maravilhosa’, de raridades, completa o lançamento tão aguardado pelos fãs. A maioria dos discos contidos em ‘Gal total’ resistiu (muito) bem ao tempo, talvez ‘Baby Gal’ (1983) – seu último trabalho na Polygram – seja exceção com seus arranjos calcados nos teclados que marcaram a década de 1980. O começo manso, ao lado do amigo de sempre, Caetano Veloso, em ‘Domingo’ (1967) trazia o frescor da jovem de 22 anos, apaixonada pela Bossa Nova e, mais ainda, por João Gilberto, em faixas como ‘Coração vagabundo’ (Caetano Veloso) e ‘Candeias’ (Edu Lobo). Em 1969 sai ‘Gal Costa’, de ‘Divino maravilhoso’ (Caetano Veloso/Gilberto Gil), ‘Baby’ (Caetano Veloso), ‘Não identificado’ (Caetano Veloso) e ‘Que...

A música de Baia

Figura conhecida no circuito alternativo carioca nas duas últimas décadas, Maurício Baia revê sua carreira no CD/DVD ‘Baia no Circo’ (Som Livre) gravado em dezembro do ano passado no Circo Voador, onde o cantor e compositor faz show de lançamento nesta sexta-feira [17.09.2010]. Acompanhado pelos músicos Carlos Sales (bateria), Wlad (baixo), Caesar Barbosa (guitarra), Pedro Augusto (teclados), Rodrigo Sha (sax/ flauta), Leandro Joaquim (trompete/ flugel) e Shilon (guitarra), Baia dá seu recado alternando-se no violão, guitarra e gaita, no show dirigido por Luis Carlinhos. Destaca-se a influência de Raul Seixas na música do conterrâneo menos famoso. A sociedade alternativa anunciada/divulgada pelo Maluco Beleza está presente na inédita 'Em nome da fome' (Baia/ André Gardel) e 'Bicho homem' (Baia/ Xina) – e em muitas outras das 22 músicas apresentadas naquela noite. O roteiro engloba a produção fonográfica do artista iniciada em 1991, quando formou o grupo ‘Baia & Rock...

A Dama da Paixão

No momento em que lança o DVD gravado ao vivo no Maranhão, baseado no seu mais recente CD, "Acesa", e comemora 38 anos de carreira, Alcione vê o início de sua trajetória ser resgatado pela Universal Music. A gravadora onde a cantora fez seus primeiros registros fonográficos coloca nas lojas o CD "Sabiá Marrom – O samba raro de Alcione" (que já mereceu destaque no blog). Do registro seminal no compacto duplo com 'Figa de Guiné' e 'O sonho acabou' a 'Dama da paixão', faixa escolhida para divulgar o DVD, Alcione caminhou de maneira sentimental e intuitiva, nos moldes de Elizeth Cardoso, Ângela Maria e Núbia Lafaiette, estrelas que ouvia no rádio ainda na terral natal. Ela resistiu à imposição do limitador rótulo de cantora de samba (quando Clara Nunes e, pouco depois, Beth Carvalho, começavam a se destacar), mas não se afastou do ritmo que lhe deu os primeiros sucessos - 'O surdo' e 'Não deixe o samba morrer'. Porém, em músicas...

A força que nunca seca

Era uma vez a(s) cigarra(s) e a formiga. Enquanto as primeiras levavam a vida a cantar (algumas brilhantemente) a formiga estava sempre trabalhando, construindo. Maria Bethânia subverte a história original de Esopo no recital ‘Bethânia e as Palavras - Leituras’, no palco do Teatro Fashion Mall onde se apresenta de sexta a domingo, nesta e na próxima semana. Como uma operária com asas, ela sobrevoa os sonhos dos poetas, dos compositores e toca o sentimento dos espectadores ao declamar/cantar poemas e canções escolhidos para o espetáculo. Acompanhada pelos músicos Luiz Brasil (violão) e Carlos César (percussão), Bethânia segue um roteiro feito com o auxílio de Hermano Vianna e direção Elias Andreatto. A pré-estreia aconteceu nesta quinta-feira, dois de setembro, para convidados, jornalistas e alunos de colégios públicos cariocas. O projeto começou em Minas, no ano passado, quando a cantora foi convidada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para participar do ciclo de confe...

O canto e a reza de Roberta

Lançando por Clara Nunes na década de 1970, Roque Ferreira tornou-se o compositor preferido de nove entre dez cantores da música popular brasileira atual. A lista passa por Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Beth Carvalho e Maria Bethânia até novatos como Luiza Dionízio, Aline Calixto e Pedro Miranda. A admiração é tanta que alguns dedicaram álbuns inteiros à obra do baiano, como a conterrânea Clécia Queiroz que lançou 'O samba de Roque' no começo deste ano. Agora é a vez de Roberta Sá que se uniu ao Trio Madeira Brasil para lançar ‘Quando o canto é reza’ (Universal Music/MP,B), projeto anunciado em 2007. Os sambas de roda, chulas, ijexás, cocos e toadas de Roque - que nem sempre são de fácil compreensão – estão lá, mas quase sempre ralentados pelos (ainda assim) belos arranjos de Marcelo Gonçalves, Zé Paulo Becker e Ronaldo do Bandolim e suavidade da cantora. Entre faixas inéditas e regravações destaca-se 'Água da minha sede' (Roque/Dudu Nobre) que deu nome ao CD l...

Marrom acende o Vivo Rio

Enquanto pensa no projeto em que gravará clássicos da música popular brasileira e internacional via gravadora Biscoito Fino, Alcione lança nos dias 12 e 13 de agosto, no Vivo Rio, o DVD 'Acesa'. Baseado no repertório do CD homônimo, o show foi gravado em São Luís do Maranhão, terra natal da cantora, para um público estimado em 60 mil pessoas com as presenças de Simoninha e do Grupo Revelação bisaram suas participações em 'Chutando o balde' (Nei Lopes) e 'O samba me chamou' (Sombrinha/ Marquinhos PQD) respectivamente. Além de relembrar vários sucessos dos quase 40 anos de carreira, a Marrom canta músicas inéditas na dua voz como 'Beijo roubado' (Adelino Moreira'), sucesso de Ângela Maria. Será que a cantora vai relembrar alguma faixa do recém lançando 'O samba raro de Alcione'?

Biscoitos finos de Djavan

Djavan é mais um grande nome da MPB a se associar a Biscoito Fino. Assim como Elba Ramalho, o cantor e compositor terá seu próximo disco distribuído pela gravadora. ‘Ária’ será o primeiro CD de intérprete do artista alagoano. ‘Disfarça e chora’ (Cartola/Dalmo Castello), ‘Brigas nunca mais’ (Vinicius de Moraes/Tom Jobim) e ‘Fly me to the moon’ (Bart Howard) estão no repertório assim como ‘Sabes mentir’ (Othon Russo) que pode ser ouvida na trilha sonora da novela Passione.