
"A nossa vida é nascer e florescer para mais tarde morrer’, diz a letra do samba de Manacéa ouvido logo nas primeiras cenas de ‘O Mistério do Samba’, o emocionante filme que retrata a história da Velha Guarda da Portela, que estréia na próxima sexta-feira. Dirigido por Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda, o documentário começou a tomar forma há 10 anos com pesquisas feitas pela cantora Marisa Monte para o CD ‘Tudo Azul’, da Velha Guarda da azul-e-branco de Madureira, lançado por seu selo, o Phonomotor. “Comecei a ouvi-los na infância, por influência do meu pai, e alguns integrantes do grupo chegaram a freqüentar a minha casa, como o Monarco”, lembra Marisa.
‘O Mistério do Samba’ traz, ainda, dois outros ilustres portelenses: Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho. “Esse tipo de registro pode ajudar os novos a entenderem a importância dessas pessoas. Elas fazem parte da história do samba. Marisa tem o samba no sangue”, diz Zeca. “Paulinho e eu, por motivos parecidos, mas em momentos diferentes, por admiração, por curiosidade, por gostar legitimamente daquilo, a gente serviu de ponte para um público maior”, afirma a cantora, lembrando que Paulinho, ainda nos anos 70, deu ‘a cara’ que a Velha Guarda tem hoje.
O filme traz momentos impagáveis de Argemiro Patrocínio e Seu Jair do Cavaquinho, mortos em 2003 e 2006, respectivamente. “Argemiro era o velho mais safado que conheci”, afirma, gaiato, Pagodinho. Mas nem tudo era alegria na vida do autor de ‘A Chuva Cai’. “Eu sei o que é solidão, não ter ninguém nem mesmo para brigar”, diz Argemiro numa das cenas. “Tivemos a oportunidade de conhecer sambistas que não estão mais aí, mas que são grandes compositores. Fico emocionada com as seqüências do Argemiro na casa dele. Dá saudade”, diz Marisa.
A poesia corre solta durante os 88 minutos de ‘O Mistério do Samba’ e um dos momentos mais emocionantes é quando Marisa e as pastoras cantam ‘Quantas Lágrimas’, outro clássico de Manacéa (que morreu em 1995). “Ele tinha morrido há pouco tempo. Era a primeira vez que a gente se encontrava depois da morte dele”, lembra.
Mas os encontros com as velhas senhoras também renderam cenas hilárias, como quando elas começam a listar os belos sambistas que passaram pela Portela e Surica discorda da inclusão de Casquinha na lista. “Ele era feio, parecia um galo!”, grita a pastora. Em seguida ficamos sabendo que os dois tiveram um namorico na juventude.
As cenas gravadas na Portelinha, antiga sede da escola, são cheias de lembranças. “Antigamente a quadra era quase uma extensão da nossa casa. Era a idéia de agremiação, de família. Hoje virou um pouco moda, tem gente que está ali porque acha chique, não porque tenha amor à escola”, constata Zeca.
‘O Mistério do Samba’ traz, ainda, dois outros ilustres portelenses: Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho. “Esse tipo de registro pode ajudar os novos a entenderem a importância dessas pessoas. Elas fazem parte da história do samba. Marisa tem o samba no sangue”, diz Zeca. “Paulinho e eu, por motivos parecidos, mas em momentos diferentes, por admiração, por curiosidade, por gostar legitimamente daquilo, a gente serviu de ponte para um público maior”, afirma a cantora, lembrando que Paulinho, ainda nos anos 70, deu ‘a cara’ que a Velha Guarda tem hoje.
O filme traz momentos impagáveis de Argemiro Patrocínio e Seu Jair do Cavaquinho, mortos em 2003 e 2006, respectivamente. “Argemiro era o velho mais safado que conheci”, afirma, gaiato, Pagodinho. Mas nem tudo era alegria na vida do autor de ‘A Chuva Cai’. “Eu sei o que é solidão, não ter ninguém nem mesmo para brigar”, diz Argemiro numa das cenas. “Tivemos a oportunidade de conhecer sambistas que não estão mais aí, mas que são grandes compositores. Fico emocionada com as seqüências do Argemiro na casa dele. Dá saudade”, diz Marisa.
A poesia corre solta durante os 88 minutos de ‘O Mistério do Samba’ e um dos momentos mais emocionantes é quando Marisa e as pastoras cantam ‘Quantas Lágrimas’, outro clássico de Manacéa (que morreu em 1995). “Ele tinha morrido há pouco tempo. Era a primeira vez que a gente se encontrava depois da morte dele”, lembra.
Mas os encontros com as velhas senhoras também renderam cenas hilárias, como quando elas começam a listar os belos sambistas que passaram pela Portela e Surica discorda da inclusão de Casquinha na lista. “Ele era feio, parecia um galo!”, grita a pastora. Em seguida ficamos sabendo que os dois tiveram um namorico na juventude.
As cenas gravadas na Portelinha, antiga sede da escola, são cheias de lembranças. “Antigamente a quadra era quase uma extensão da nossa casa. Era a idéia de agremiação, de família. Hoje virou um pouco moda, tem gente que está ali porque acha chique, não porque tenha amor à escola”, constata Zeca.
“Algumas cenas de Oswaldo Cruz lembram muito a minha infância”, diz Mauro Duarte, que substituirá o pai, Monarco, no show de lançamento de ‘O Mistério do Samba’, também dia 29, no Circo Voador. “Ele está em fase de recuperação, nem assistiu ao filme pronto”. Há um mês o autor de sucessos como ‘Vai Vadiar’ e ‘Tudo Menos Amor’ foi diagnosticado com Síndrome de Guillain-Barré, doença pouco comum que deteriora os nervos periféricos. “Monarco é um dos grandes representantes da Velha Guarda, lutador e defensor do samba e da Portela”, afirma Zeca Pagodinho.
“Ele tem uma característica especial: uma memória prodigiosa. É muito observador e, desde pequeno, foi aprendendo as músicas dos grandes compositores do passado. Com isso, tornou-se fundamental no trabalho de pesquisa”, endossa Marisa, que participa do show no Circo ao lado de Teresa Cristina e Diogo Nogueira. “Você não sabe a emoção que senti ao ver o filme. Estamos ensaiando muito para este show”, avisa Tia Surica.
“Ele tem uma característica especial: uma memória prodigiosa. É muito observador e, desde pequeno, foi aprendendo as músicas dos grandes compositores do passado. Com isso, tornou-se fundamental no trabalho de pesquisa”, endossa Marisa, que participa do show no Circo ao lado de Teresa Cristina e Diogo Nogueira. “Você não sabe a emoção que senti ao ver o filme. Estamos ensaiando muito para este show”, avisa Tia Surica.
Comentários