"Eu queria ser Dominguinhos quando era criança", diz Zezé Di Camargo, ao chegar ao estúdio onde o sanfoneiro já ensaiava. O homenageado do sexto Prêmio Tim de Música abre um sorriso. "Gosto demais desses meninos, são simples como eu. Zezé sabe manejar bem o acordeon. A gente tem aquela coisa do instrumento", elogia Dominguinhos (foto de Ernesto Carriço). Luciano lembra outra afinidade dos três, o Rei do Baião. "Ganhei uma coletânea antiga de Luiz Gonzaga", diz.
No próximo dia 28, no Theatro Municipal, grandes nomes da música popular brasileira vão relembrar os clássicos que Dominguinhos compôs em mais de 50 anos de carreira. A homenagem veio em boa hora: "Perdi minha filha mais velha, há pouco tempo, e isso me deixou muito triste. Esse prêmio me ajudou a não pensar na tristeza", conta o sanfoneiro, que ainda concorre em duas categorias — melhor disco instrumental e melhor solista — pelo disco lançado ao lado do violonista Yamandu Costa, em 2007.
Os 70 discos gravados pelo discípulo de Luiz Gonzaga incluem parcerias com Chico Buarque, Djavan, Anastácia, Gilberto Gil, Nando Cordel e muitos outros nomes da MPB. "Gil não vem ensaiar, porque está sem tempo. Mas não precisa, vai cantar o 'Eu Só Quero um Xodó', é a praia dele mesmo", diz ele sobre a participação do velho amigo baiano.
Depois de ensaiar 'Vida de Viajante' e 'Tenho Sede', Zezé, atrasado para um vôo, ainda encontra tempo para festejar o músico: "É um mestre da música popular brasileira. Veio do interior, é sucessor de Luiz Gonzaga, começou a tocar sanfona desde criança, como eu, que ganhei a primeira do meu pai", lembra um dos filhos de Francisco.
A disposição dos amigos emociona Dominguinhos: "Todos são muito carinhosos. Ivete Sangalo estará em Portugal e vem para cantar 'Gostoso Demais'. Vem a Nana Caymmi — meu Deus do céu! —, e a Elba, que brincou dizendo que queria ser a primeira, quando soube da homenagem", enumera.
Vanessa da Mata (em 'Lamento Sertanejo') também estará presente, além dos sanfoneiros Oswaldinho do Acordeon, Renato Borghetti, Waldonys, Gennaro, Toninho Ferragutti e dos forrozeiros Adelson Viana, Flavio José, Genival Lacerda e Jorge de Altinho, que prometem levantar poeira na noite do forró no Municipal.
Romance com Gal Costa durante viagem
Aos 67 anos, Dominguinhos coleciona histórias, incluindo um rápido 'affair' com a cantora Gal Costa. "Ela era uma morena muito bonita. A gente teve um lance assim, mas coisa de viagem mesmo", desconversa o sanfoneiro.
Tudo começou numa viagem à França, em 1972. Dominguinhos se apresentou ao lado de Gilberto Gil e Gal Costa no Midem (festival de música), convidado por Guilherme Araújo, na época empresário dos baianos. Na volta, a cantora o chamou para participar do histórico disco/show 'Índia', que viajou por todo o País.
O interesse dos então novos astros da música brasileira foi essencial para que o País 'redescobrisse' o acordeon que estava esquecido por causa dos violões da Bossa Nova e das guitarras da Jovem Guarda. "Alguns deles tinham voltado do exílio, com sede de brasilidade, e foram assistir a um show de Luiz Gonzaga, no Teatro Tereza Raquel", lembra.
Outra cantora lembrada é Elba Ramalho, com quem Dominguinhos gravou disco em 2005. "Foi muito fácil gravar porque Elba é uma grande amiga e escolheu um repertório que conheço de cor", afirma o autor de 'De Volta Pro Aconchego', maior sucesso da carreira da paraibana. Difícil foi marcar a agenda de shows. "Não ando de avião há 20 anos. Só de carro", diz Dominguinhos.
No próximo dia 28, no Theatro Municipal, grandes nomes da música popular brasileira vão relembrar os clássicos que Dominguinhos compôs em mais de 50 anos de carreira. A homenagem veio em boa hora: "Perdi minha filha mais velha, há pouco tempo, e isso me deixou muito triste. Esse prêmio me ajudou a não pensar na tristeza", conta o sanfoneiro, que ainda concorre em duas categorias — melhor disco instrumental e melhor solista — pelo disco lançado ao lado do violonista Yamandu Costa, em 2007.
Os 70 discos gravados pelo discípulo de Luiz Gonzaga incluem parcerias com Chico Buarque, Djavan, Anastácia, Gilberto Gil, Nando Cordel e muitos outros nomes da MPB. "Gil não vem ensaiar, porque está sem tempo. Mas não precisa, vai cantar o 'Eu Só Quero um Xodó', é a praia dele mesmo", diz ele sobre a participação do velho amigo baiano.
Depois de ensaiar 'Vida de Viajante' e 'Tenho Sede', Zezé, atrasado para um vôo, ainda encontra tempo para festejar o músico: "É um mestre da música popular brasileira. Veio do interior, é sucessor de Luiz Gonzaga, começou a tocar sanfona desde criança, como eu, que ganhei a primeira do meu pai", lembra um dos filhos de Francisco.
A disposição dos amigos emociona Dominguinhos: "Todos são muito carinhosos. Ivete Sangalo estará em Portugal e vem para cantar 'Gostoso Demais'. Vem a Nana Caymmi — meu Deus do céu! —, e a Elba, que brincou dizendo que queria ser a primeira, quando soube da homenagem", enumera.
Vanessa da Mata (em 'Lamento Sertanejo') também estará presente, além dos sanfoneiros Oswaldinho do Acordeon, Renato Borghetti, Waldonys, Gennaro, Toninho Ferragutti e dos forrozeiros Adelson Viana, Flavio José, Genival Lacerda e Jorge de Altinho, que prometem levantar poeira na noite do forró no Municipal.
Romance com Gal Costa durante viagem
Aos 67 anos, Dominguinhos coleciona histórias, incluindo um rápido 'affair' com a cantora Gal Costa. "Ela era uma morena muito bonita. A gente teve um lance assim, mas coisa de viagem mesmo", desconversa o sanfoneiro.
Tudo começou numa viagem à França, em 1972. Dominguinhos se apresentou ao lado de Gilberto Gil e Gal Costa no Midem (festival de música), convidado por Guilherme Araújo, na época empresário dos baianos. Na volta, a cantora o chamou para participar do histórico disco/show 'Índia', que viajou por todo o País.
O interesse dos então novos astros da música brasileira foi essencial para que o País 'redescobrisse' o acordeon que estava esquecido por causa dos violões da Bossa Nova e das guitarras da Jovem Guarda. "Alguns deles tinham voltado do exílio, com sede de brasilidade, e foram assistir a um show de Luiz Gonzaga, no Teatro Tereza Raquel", lembra.
Outra cantora lembrada é Elba Ramalho, com quem Dominguinhos gravou disco em 2005. "Foi muito fácil gravar porque Elba é uma grande amiga e escolheu um repertório que conheço de cor", afirma o autor de 'De Volta Pro Aconchego', maior sucesso da carreira da paraibana. Difícil foi marcar a agenda de shows. "Não ando de avião há 20 anos. Só de carro", diz Dominguinhos.
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