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Mostrando postagens de 2008

Ano Cheio de Bossa

Fim de ano é boa desculpa para se fazer balanço de tudo de bom, ruim, relevante ou nem tanto que aconteceu nos últimos 12 meses. Na música, aniversários, comemorações, grandes encontros e atrações internacionais de peso fizeram a trilha sonora de 2008. O pancadão do funk na velocidade cinco do MC Créu, do início do ano, foi substituído pela sutileza do banquinho e violão nas inúmeras homenagens aos 50 anos da Bossa Nova, contados a partir do lançamento do disco ‘Canção do Amor Demais’, de Elizeth Cardoso — com a famosa batida do violão de João Gilberto nas faixas ‘Chega de Saudade’ e ‘Outra vez’. As principais foram o encontro de Roberto Carlos e Caetano Veloso (lançado em CD e DVD) e as apresentações do próprio João Gilberto que voltou a cantar no Rio após 14 anos, em show histórico no Theatro Municipal. Maria Bethânia também pisou no palco do teatro, pela primeira vez, com o show ‘Brasileirinho’. A diva baiana ainda recebeu o prêmio Shell de Música. Pela primeira vez, a premiação...

Amor clandestino*

Assim que leu o roteiro de ‘Depois de Tudo’, o curta-metragem do jovem diretor Rafael Saar, de apenas 25 anos, que narra o encontro de um casal homossexual da terceira idade, Ney Matogrosso decidiu que voltaria à telona. “Os homossexuais sempre são retratados pela mídia como jovens, bonitos, e bem-sucedidos. O filme mostra o extremo oposto, homens comuns. Só aceitei por isso”, diz o cantor, de 67 anos. A carreira cinematográfica de Ney começou em 1987 com o filme ‘Sonho de Valsa’, da diretora Ana Carolina. Depois vieram o curta ‘Caramujo Flor’ (1988), de Joel Pizzini, e ‘Diário de Um Mundo Novo’ (2005), filme de Paulo Nascimento. “O cinema não exige tanto tempo quanto o teatro, quero atuar sempre que conseguir conciliar as duas carreiras”, diz o cantor que, em janeiro, traz de volta ao Rio o elogiado show ‘Inclassificáveis’. No palco, Ney sempre mostrou seu gosto pelas artes cênicas. O jovem matogrossense desembarcou no Rio de Janeiro, em 1966, com o sonho de atuar. “Gosto muito ...

Estilo rock and roll*

Após o fim da dupla formada com a irmã, Sandy, Junior Lima lançou, ontem, o primeiro CD de sua nova banda, Nove Mil Anjos. “Tinha dentro de mim a vontade de fazer rock’n’roll.Desde que nos separamos sabia que o gênero seria esse, tá ligado?”, diz Junior ostentando vistosas tatuagens, cabelo moicano e gírias adquiridas com os novos companheiros de trabalho. Formada por ele na bateria, Champignon (ex-Charlie Brown Jr) no baixo, Peu (ex-Pitty) na guitarra e Perí nos vocais, Nove Mil Anjos já nasceu com status de supergrupo, fazendo sua estréia durante o Video Music Brasil, premiação da MTV, em outubro. Produzido pelo argentino Sebastian Krys — ganhador de 11 Grammys — o CD foi gravado em Los Angeles, onde os rapazes ficaram 40 dias. “Sempre tive a mania de sonhar alto, assim fiz minhas conquistas. A banda é simplesmente a conseqüência das minhas vontades”, diz o filho de Xororó, com naturalidade.“É uma coisa normal, ele vem do pop extremo, transcendeu até mesmo o pai e o tio, a gente...

Bate Coração

Quando Elba Ramalho lançou o conceitual CD ‘Qual o Assunto Que Mais lhe Interessa?’, não esperava que, um ano depois, sua vida particular fosse virar a resposta ao título. No olho do furacão desde sua ruidosa separação de Gaetano Lopps, a cantora, de 57 anos, abre o peito e fala sobre o fim do casamento, os rumores sobre o namoro com o músico Cezinha do Acordeon, de 24 anos, e as comemorações dos 30 anos de carreira, em entrevista em sua casa, no Joá. “Adoraria ter uma vida pessoal longe da mídia, mas não dá. O assunto que mais interessa às pessoas e à mídia é a vida pessoal do artista. Muito mais do que saber se eu ganhei o Grammy”, diz Elba, premiada na última edição do Grammy Latino, dia 13, por seu primeiro CD independente. A serenidade da estrela não se altera ao falar do rompimento com o empresário depois de 12 anos. “Não queria que tivesse acontecido daquela forma. O fim do meu casamento já estava em processo há muito tempo, diria que há alguns anos. Eu é que me fiz de doida, di...

O samba saboroso de Tia Surica

Iranete Ferreira Barcellos,uma senhora de voz potente e cozinheira de mão cheia, moradora de Oswaldo Cruz, resolveu comemorar seu aniverário em grande estilo, rodeada de amigos. “São 68 anos bem vividos”, diz Iranete, mais conhecida pelo apelido que ganhou da avó na infância: Surica. Em show no Teatro Rival, hoje, às 19h30, a tia mais famosa da Velha Guarda da Portela vai reunir os companheiros Monarco, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho e Marquinhos de Oswaldo Cruz — “Alexandre Pires e Jorge Aragão ficaram de aparecer”, entrega. E ela promete esticar os festejos. “Ontem fiz apenas uma ‘jantinha básica’ lá em casa, hoje tem o show e, dia 29, um feijão na Cidade do Samba”, anima-se. Seu feijão, aliás, leva centenas de pessoas à quadra da Portela, no primeiro sábado de cada mês um sucesso seguido pelas co-irmãs. “A idéia é minha, da (pastora) Áurea, da Cristina e do Marquinhos da Oswaldo Cruz. Começamos com 250 pessoas no bar da Tia Vicentina. A Portela era um gigante adormecido, hoje em dia...

A Luz de um vencedor*

“O tempo que o samba viver/ O sonho não vai se acabar/ E ninguém vai esquecer, Candeia”. Os versos premonitórios de Luiz Carlos da Vila ecoam nas mais diversas produções culturais que lembram os 30 anos da morte do compositor portelense e líder comunitário, no próximo domingo. Grande parte dessa produção é feita por jovens admiradores da arte e da personalidade forte — e por que não, contraditória — de Candeia, como constata o escritor João Baptista Vargens, que lança a terceira edição da biografia ‘Candeia, Luz da Inspiração’, na próxima saída do ‘Trem do Samba’ — da Central para Oswaldo Cruz, no dia 2 de dezembro. “O livro foi atualizado, registro as várias homenagens prestadas desde 1987 (ano da primeira edição), como teses universitárias, além de incluir 25 partituras e um CD com músicas inéditas, do meu acervo pessoal”, conta João Baptista. A história do policial e sambista, que repensou a vida depois da briga de trânsito que o deixou paralítico, é contada na peça ‘É Samba na ...

Roqueiros de Família

“Eu procuro estar por dentro,doutor/ Dessa nova geração/ Mas minha filha/ Não me leva a sério, doutor/ Ela fica cheia de mistério/ com esse tal de Roque Enrow!” Muita coisa mudou desde que Rita Lee cantava, debochada, os problemas da mãe de uma adolescente fã do velho e desregrado rock’n’roll, na distante década de 70. No novo século, os roqueiros mais queridos do País são politicamente corretos, ainda moram com os pais e atendem por carinhosos apelidos. Formada por Diego José Ferrero, o vocalista Di, 23 anos; Leandro Franco da Rocha, o guitarrista Gee,21; Filipe Duarte Pereira Ricardo,o guitarrista Fi, 21; Conrado Lancerotti Grandino, o baixista Caco,22; e Daniel Weksler, o baterista Dani, 22, a banda NX Zero é um fenômeno do pop-rock tupiniquim e arrebanha uma legião de crianças e adolescentes por onde passa. Grandes vencedores do Vídeo Music Brasil 2008, a premiação do canal MTV realizada no dia 2 de outubro, os rapazes levaram os troféus de ‘Hit do Ano’ e ‘Video Clip (os dois por ‘...

Brothers

No ar há menos de um mês, o programa 'Brothers', comandado por Supla e o irmão João Suplicy, ao vivo, nas tardes de sábado, vem elevando a audiência da RedeTV!. Além da interatividade com o público, a atração apresenta reportagens, câmeras escondidas, flagrantes da vida real, games e promoções, num cenário que lembra uma garagem. "Estamos acertando aos poucos, a audiência está legal, já batemos Band e SBT. Moro no centro de São Paulo e vejo que já existe uma receptividade legal", empolga-se Supla, 41 anos, o mais exibido da dupla. Por sugestão dele, o irmão caçula, João Suplicy, foi contratado para dividir o comando do programa."Nunca tínhamos feito nada juntos antes do show 'Brothers of Brazil'. A química é interessante e musicalmente viável". Pelas diferenças dos trabalhos individuais, poderia ter dado errado, mas a tal química entre o roqueiro e o amante de bossa nova vem sendo testada no show apresentado em várias cidades mundo afora. ...

Poeta das Estrelas

O poeta e produtor cultural Waly Salomão será homenageado na série ‘Grandes Encontros’, amanhã e quarta, no Teatro Rival, às 19h30. Jards Macalé e Adriana Calcanhotto se apresentam ao lado de Omar Salomão — filho de Waly — e sua banda VulgoQinho & Os Cara, no show ‘Olho de Lince’, mostrando parte da efervescente obra do baiano, morto precocemente em 2003, de câncer. “Fui convidado pelo Rival para um show com a Adriana. Como temos o Waly em comum em nossas carreiras, resolvemos homenageá-lo”, diz Jards, que participou de ‘Maré’, o elogiado CD da cantora, tocando violão na faixa ‘Teu nome mais secreto’, poema do pós-tropicalista musicado por ela.  Às voltas com a turnê do novo disco, Calcanhotto mostra suas parcerias com Waly , como ‘Fábrica do Poema’ e ‘Pista de Dança’, além de ‘Cobra Coral’, poema musicado por Caetano Veloso, e ‘Vapor Barato’ — inéditas em sua voz. Assistente da curadoria da exposição ‘Babilaques: Alguns Cristais Clivados’, sobre a obra de Waly, em cartaz...

Fonte do Samba

“Eu sou Portela/ desde os tempos de criança/ ainda guardo na lembrança/ algo e vou revelar...”. O mundo do samba respira aliviado: o dono desses versos – responsável pelo resgate de sambas que permaneciam obscuros, graças à sua memória prodigiosa – está de volta à ativa. Recuperado da Síndrome de Guillan-Barré, uma inflamação aguda dos nervos periféricos, Monarco retoma a agenda de shows e se apresenta hoje, no Circo Voador, ao lado dos companheiros da Velha Guarda da Portela e do filho, Mauro Diniz. Quando a rara doença foi diagnosticada, o sambista, de 74 anos, não conseguia mais andar. “Em julho comecei a sentir um cansaço nas pernas que foi piorando, cheguei a levar um tombo dentro de casa. Fiz vários exames até descobrirem o que eu tinha”. Monarco passou 12 dias internado e recebeu 32 doses de imunoglobulina. “Passei por momentos difíceis, mas graças a Deus está tudo bem”, comemora o sambista que, em outubro participa de um tributo a Cartola, no Centro Cultural Light, ...

Menina Bonita*

O jeito de menina continua intacto, mas em poucos minutos de conversa, percebe-se que Luiza Possi mudou. Em cartaz no Centro Cultural Carioca, na Praça Tiradentes, todas as quartas-feiras deste mês, com o show ‘A Vida é Mesmo Agora’, a cantora se aproxima da MPB, se diverte com as cobranças em relação à mãe famosa, Zizi Possi (“Tenho o maior orgulho dela”), e descobre o Rio, cidade em que nasceu mas de onde saiu ainda criança, para morar em São Paulo. "Estou fazendo o que sempre quis. Era muito nova quando lancei meu primeiro disco (‘Eu Sou Assim’, em 2002), não tinha voz nem experiência para cantar o que canto agora”, avalia, aos 24 anos. A carreira começou precocemente por incentivo do pai, o produtor musical Líber Gadelha. A mãe achava que ela deveria esperar mais. “Mas eu sabia que cantava e não costumo fechar portas sem ao menos tentar”. No show, Luiza brinca com o fato de ser filha de uma das melhores cantoras do País, lembrada por sua técnica e afinação perfeitas. “Hoje ...

Os Amores de Zeca

Depois de recriar, com sucesso, o clima das noites cariocas dos anos 40 e 50, Zeca Pagodinho aposta em inéditas em seu novo disco, ‘Uma Prova de Amor’, que sai no fim do mês. O clima das gravações do sambista mais popular do País foi marcado por muita emoção. O CD é dedicado à amiga Regina Casé, como noticiou o colunista de O DIA Bruno Astuto. A atriz foi presença constante nos estúdios. “Ela cantou versos de ‘Uma Prova de Amor’ para o pai (o diretor Geraldo Casé, morto em julho), quando ele estava internado, e ele gostou. Pensamos em mandar a música, mas infelizmente não deu tempo”, conta Rildo Hora, produtor de Zeca há 14 anos. Toninho Geraes, parceiro de Nelson Rufino na música que dá nome ao CD, já tinha mostrado ‘Uma Prova de Amor’ para Zeca. “Lembrei essa história, em seu aniversário, e ele respondeu: ‘Então você cantou mal. Se tivesse cantado bem, eu já teria gravado”, ri o compositor.Marcos Diniz, Luiz Grande e Barbeirinho do Jacarezinho — devidamente batizados de ‘Trio...

O solo de Roberta

A cantora Roberta Sá se prepara para seu maior desafio na carreira: estrear no palco do Canecão, na próxima quarta-feira. “Muita gente fez história ali, tem que respeitar. A gente chega ao Canecão e quer botar uma roupa nova”, diz a moça bonita, de 27 anos. Roberta participou do reality ‘Fama’, da Globo, e foi eliminada no primeiro mês da segunda edição do programa, em 2002. “Comecei a pensar a possibilidade de ter uma carreira ali. Aprendi o quanto se tem que fazer para chegar a um palco”, conta. A curta passagem pelo programa ainda rende comentários. “As pessoas chegam para mim e dizem: ‘Você não parece que fez o ‘Fama’’, assim como falam que eu não pareço ser nordestina. O que é ser nordestino que eu não pareço ser?”, questiona ela, natural do Rio Grande do Norte. Roberta mostra-se preocupada com o velho chavão que afirma ser o Brasil o país das cantoras. “É perigoso. É um país de excelentes cantoras, grandes compositores e instrumentistas”, avalia. Ela cita uma diva da MPB para mos...

As pausas de um gênio

O Theatro Municipal ganhou ares de templo budista quando, com exatos 55 minutos de atraso, João Gilberto iniciou show pelos 50 anos da Bossa Nova, na noite de domingo. Depois de Caetano Veloso e Roberto Carlos — que fizeram apresentação emocionante sexta-feira — foi a vez de o mestre baiano arrebatar a todos com técnica, talento e simpatia. A expectativa era grande, antes da apresentação. “Estou há mais de um mês pensando nisso. Olhar ele tocando, ouvir o que ele toca”, disse o eterno discípulo Caetano Veloso. “Nunca assisti a um show dele, estou feliz da vida. João é mestre em escolher repertório, sempre cantou as melhores coisas da MPB”, afirmou a novata Roberta Sá. E assim foi. João desfiou um rosário de clássicos da música popular brasileira para uma platéia hipnotizada e reverente. Parecia que até a respiração dos presentes estava suspensa, quando se ouviu os acordes de ‘Você Já Foi à Bahia?’, primeira das três canções de Dorival Caymmi escolhidas por João para abrir o espetáculo ...

Menina do Rio

"Comigo não tem nenhum tipo de imposição. Senão não faço nada e vou para a praia. Se disser que não pode aí é que eu vou querer fazer”, avisa Mart’nália (foto João Laet) durante a entrevista para lançar o CD ‘Madrugada’, na bela casa do Humaitá, sede da gravadora Biscoito Fino. Depois do vitorioso ‘Menino do Rio’, CD produzido por Maria Bethânia, a filha de Martinho da Vila não se preocupa com possíveis comparações em relação ao novo trabalho. “A cobrança que existe é em relação aos cuidados com a voz, uma cobrança mais carinhosa. Se tinha outra, já esqueci”, diz ela, que lança o disco dia 26 de setembro, no Vivo Rio. 'Madrugada’ vem reforçar o conhecido lado notívago da carioca que adora praia (“na Vinicius, na barraca do Paulo Roberto”), de onde não sai antes de anoitecer. “Posso chegar cedo, mas só saio depois de bater palmas para o pôr-do-sol. Volto para casa, durmo e acordo com vontade de ir para a rua de novo à meia-noite, uma hora da manhã”, conta. Ela sabe que tais...

Tudo Azul

"A nossa vida é nascer e florescer para mais tarde morrer’, diz a letra do samba de Manacéa ouvido logo nas primeiras cenas de ‘O Mistério do Samba’, o emocionante filme que retrata a história da Velha Guarda da Portela, que estréia na próxima sexta-feira. Dirigido por Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda, o documentário começou a tomar forma há 10 anos com pesquisas feitas pela cantora Marisa Monte para o CD ‘Tudo Azul’, da Velha Guarda da azul-e-branco de Madureira, lançado por seu selo, o Phonomotor. “Comecei a ouvi-los na infância, por influência do meu pai, e alguns integrantes do grupo chegaram a freqüentar a minha casa, como o Monarco”, lembra Marisa. ‘O Mistério do Samba’ traz, ainda, dois outros ilustres portelenses: Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho. “Esse tipo de registro pode ajudar os novos a entenderem a importância dessas pessoas. Elas fazem parte da história do samba. Marisa tem o samba no sangue”, diz Zeca. “Paulinho e eu, por motivos parecidos, mas em momen...

Num sábado em Copacabana*

Rio - Cantor e compositor que melhor retratou a Bahia e o mar, com suas belas canções praieiras, Dorival Caymmi morreu ontem, às 5h58, em sua casa, em Copacabana, aos 94 anos, vítima de falência múltipla de órgãos. O músico baiano, que nasceu em Salvador e veio morar no Rio aos 24 anos, lutava há sete contra um câncer renal e seu estado piorou desde que sua mulher, Stella Maris, foi internada com problemas cardíacos em abril e entrou em coma, há dez dias. Grandes nomes da MPB manifestaram sua admiração pelo mestre. “João Gilberto diz que ele é o gênio da raça. Sobre as canções dele, quem falou melhor foi Arnaldo Antunes. Ele disse que não parece coisa feita por gente”, disse Caetano Veloso. “Caymmi cantou minha terra, a Bahia, de maneira linda. É um mestre para todo os brasileiros”, afirmou Gal Costa, uma das principais intérpretes do compositor, que lançou o disco 'Gal Canta Caymmi' em 1976, chegando a se apresentar com o mestre na turnê de lançamento. A cantora e o composi...

Samba cheio de charme

'Madrugada', sétimo disco de Mart'nália, chega às lojas este mês com duas guinadas na vida da cantora: trará mais música negra americana mesclada ao samba e será lançado por uma gravadora maior, a Biscoito Fino. "Ficou grande demais para a Quitanda", explica Maria Bethânia, dona do selo e responsável pela chegada de Mart'nália ao sucesso ao produzir o elogiado 'Menino do Rio'. Assinado por Arthur Maia e Celso Fonseca (produtor de 'Pé do Meu Samba'), o novo disco traz a mistura de soul, samba e charme experimentada pela cantora nas apresentações do show 'Sambacharme' no começo do ano. "Eu pedi para participar, fizemos a pré-produção no meu estúdio", conta Maia que não teme as inevitáveis comparações com o disco anterior, do sucesso como 'Cabide'. "'Menino do Rio é maravilhoso, mas 'Madrugada' é diferente", afirma. Baixista de Gilberto Gil, ele se empolga ao falar da "parceira de décadas...

O Rei na Favela

Rio - O local onde o jornalista Tim Lopes foi cruelmente assassinado em 2002 será agora palco de evento histórico: o show do especial de fim de ano de Roberto Carlos. É na Favela da Grota, no Complexo do Alemão, que a produção do programa pretende montar o palco do evento. A notícia deixou muita gente em polvorosa — dentro e fora das comunidades. O Rei que queria ter um milhão de amigos vai ganhar mais um punhado de súditos entre os 97 mil moradores da região. “Acompanhei a equipe que fez a avaliação do local, na semana passada. Vieram representantes do cantor e da área técnica da Globo”, revela Reginaldo Lima, assessor do projeto Conexões Urbanas, levado à frente pelo grupo AfroReggae, que levou a cantora Marisa Monte ao Alemão, ano passado. “A expectativa entre os moradores é muito grande. As comunidades são formadas, na maioria, por nordestinos e as músicas do Roberto sempre foram a trilha sonora desse povo. É uma alegria muito grande, o maior dos presentes”, diz. O local visitado p...

Show do ex-ministro

Rio - Gilberto Gil foi a principal atração do 2º Prêmio TDB!, com patrocínio do Sesc Rio de Janeiro, na noite de segunda-feira, no Vivo Rio. Os convidados da premiação da revista Tudo de Bom!, de O DIA, puderam assistir, em primeira mão, ao novo show do cantor, baseado no CD ‘Banda Larga Cordel’. Novas composições, como ‘Banda Larga Cordel’ e ‘O Oco do Mundo’, foram apresentadas ao lado de sucessos, como ‘Aquele Abraço’ e belas versões de ‘Something’ (Beatles) e ‘Three Little Birds’ (Bob Marley). “O show é apenas complemento da noite, o público é diferente. São convidados que vêm pela cerimônia”, afirmou, modesto, o ex-ministro, que aos 66 anos mostrou vitalidade e passeou pela platéia, indo até a cantora Ana Carolina enquanto cantava o xote ‘Não Grude Não’. “Antes, tinha um ou outro prêmio, mas hoje são vários. Os meios de comunicação fazem circular mais e melhores produtos culturais. Os prêmios são uma resposta a esse crescimento”, disse o pai coruja que gostou da indicação da filh...

Musa Cheia de Planos

Rio - Acostumada a ser alvo de paparazzi, polêmica em suas declarações, assediada por revistas de nu feminino, Luana Piovani sabe ser o centro das atenções. Em entrevista para divulgar seus trabalhos — ela acaba as filmagens de ‘Família Vende Tudo’, prepara sua volta ao teatro com o monólogo ‘Pássaro da Noite’ e planeja estrear nova montagem infantil, ‘O Soldadinho e a Bailarina’, em 2010 — a loura revela seus planos com o namorado, Dado Dolabella, com quem acabou de reatar. “Quero casar com ele. Por agora não sei de que jeito, se morar junto ou botar um vestido branco. Estou com Dado, estamos atentos para não cometer os mesmos erros, falamos em ficar juntos mas ele está fazendo uma novela e eu vou começar a ensaiar minha peça, ele tem dois cachorros. Não estamos com pressa”. Enquanto o casamento não sai, ela trabalha, e muito. Em novembro de 2007, Luana gravou ‘Insônia’, co-produção entre Brasil e Argentina dirigida por Beto Souza. ‘A Mulher Invisível’, de Cláudio Torres, foi filmado ...

Mônica, Cascão, Cebolinha e Magali Cresceram*

Rio - O sorriso dentuço da bela morena de cintura fina entrega: a menina brava que batia nos garotos com seu inseparável coelho de pelúcia cresceu. Mônica, Magali, Cascão e Cebolinha, os personagens infantis mais famosos dos gibis brasileiros, chegam à adolescência com ares de mangá (história em quadrinho japonesa), na revista ‘Turma da Mônica Jovem’ (Ed. Panini, 128 págs., R$ 5,90). “Vamos lançar o primeiro número na Bienal do Livro (em agosto, em São Paulo) para sentir o público. Os leitores vão se surpreender com os novos visuais”, adianta Maurício de Souza, ‘pai’ da turminha. O projeto foi concebido há mais de dez meses e as histórias serão em preto-e-branco, como nos gibis japoneses. “Faz tempo que eu tinha essa vontade, mas foi preciso estudar e pesquisar muito para unir o estilo mangá com o do nosso estúdio, até chegar à ‘Turma da Mônica Jovem’”, diz. Temas como sexo, drogas e namoro serão abordados na nova revista: “O começo será mesmo uma análise do terreno em que estamos ...

30 anos de Álibi

Rio - Em 1978, quando ninguém pensava em CDs, a pirataria não assombrava as gravadoras e Roberto Carlos reinava, soberano, Maria Bethânia vendeu impressionantes 800 mil cópias do LP (isso mesmo, um long play) ‘Álibi’ — feito, até então, inédito e impensável para uma cantora brasileira. O repertório reuniu clássicos como ‘Negue’ e ‘Ronda’ e lançou ‘Explode Coração’, sedimentando a parceria de sucesso entre a intérprete e o compositor Gonzaguinha. Trinta anos depois, Bethânia ainda se espanta com a repercussão do disco. “Nossa, quanto tempo, não é? O repertório tocar como tocou foi sorte, não achei que seria esse sucesso todo”, diz, modesta. Dois anos antes, quando ainda era considerada uma cantora de elite, a baiana ganhou seu primeiro ‘disco de ouro’ pelo LP ‘Pássaro Proibido’. A faixa ‘Olhos nos Olhos’, de Chico Buarque, bateu recordes de execução nas AMs e FMs de todo o país. Mas o sucesso de ‘Álibi’ marcou: “O clima de gravação era ótimo. Tudo que envolveu o disco foi bom demais,...

Ecos da Revolução

Rio - Em 1983 um grupo de garotos ensaiava uma revolução musical que tomaria as ondas do rádio. O RPM (Revoluções Por Minuto) entrou para a história da música brasileira ao ultrapassar 2,5 milhões de cópias vendidas do seu segundo disco, ‘Rádio Pirata ao Vivo’. Apesar do sucesso — ou por causa dele — a carreira da banda foi meteórica. A gravadora SonyBMG acaba de lançar a caixa ‘Revolução! RPM 25anos’ com os três discos da banda — um deles, ‘Quatro Coiotes’, pela primeira vez em CD —, um quarto disco, de raridades e remixes, e DVD com o show ‘Rádio Pirata’, de 1986. Nos extras, a turnê vista por mais de 700 mil pessoas e trechos do programa do Chacrinha. “Estávamos bem ensaiados, éramos muito eficientes. Os Stones, com sua longevidade, têm momentos em que estão ajustados, outros nem tanto. Como o RPM durou cinco anos, todo mundo mandava muito bem”, diz Paulo Ricardo, vocalista da banda formada por Luiz Schiavon (teclados), Fernando Deluqui (guitarras) e Paulo P.A. Pagni (bateria...