
Nos terreiros de umbanda , em dia de festa, os atabaques batem para todas as entidades, todos os orixás, seguindo uma hierarquia. Em 2003 Rita Ribeiro resolveu fazer soar seu atabaque eletrônico no que ela batizou de Tecnomacumba: a mistura da África ancestral, de músicas feitas por grandes compositores da MPB e o som moderno das raves e boates da moda. Na última sexta-feira, a convite de Ângela Leal, a 'gira' da Rita voltou ao Teatro Rival Petrobras – onde tudo começou.
A cantora maranhense abre os trabalhos com Divino (sua parceira com Zeca Baleiro) acompanhando-se apenas por um tambor. Os músicos aparecem em seguida, quando Exu é convocado para abrir os caminhos do show que está apenas começando. A resposta o público é imediata: todos cantam os pontos como se estes estivessem em suas memórias desde sempre. Um sucesso de Ângela Maria, Moça bonita, é transformado pela cantora, que parece em transe.
Jorge (Ben Jor) é invocado em Domingo 23 e depois, é a vez dos caboclos. Rita traz do passado não tão recente assim, Cavaleiro de Aruanda, sucesso de Roni Von e novamente o público canta em delírio. Xangô vem pelo som de Gilberto Gil em Babá Abapalá e outra das antigas: Xangô, O Vencedor, de Ruy Maurity. Neste momento o ritmo do show é quebrado por uma belíssima e lenta interpretação de Oração Ao Tempo (Caetano Veloso) – a entidade que nos cerca, que nos acompanha durante toda a nossa vida. Rita Ribeiro sabe das coisas.
Clara Nunes, que cantava e defendia os cultos afros se faz presente em A Deusa Dos Orixás. Gil e Caetano retornam em Iansã – e a lembrança de Maria Bethânia vem numa das melhores interpretações da noite. Ainda passam pelo terreiro do Rival Dorival Caymmi (Rainha do Mar), Gerônimo e Vevé Calanzans (É D´Oxum), Wilson Moreira e Ney Lopes (Coisa da Antiga), Antônio Vieira (Cocada). Rita termina o show com Jurema, um 'ponto' que ela gravou em seu primeiro disco. O transe de faz presente novamente de forma impressionante.
Terminada a sessão, ou melhor, o show, saímos do Rival pensando porque o espetáculo ainda não foi registrado. Rita Ribeiro é uma grande cantora, que pensa, que sabe o que quer – e o que ela não quer é entrar no esquema "cantora-que-grita-e-só-fala-de-amores-perdidos". Rita não se encaixa no padrão vigente da MPB. Talvez por isso as gravadoras não consigam enxergar seu talento. Por favor, que venham o disco e o DVD de Tecnomacumba !
A cantora maranhense abre os trabalhos com Divino (sua parceira com Zeca Baleiro) acompanhando-se apenas por um tambor. Os músicos aparecem em seguida, quando Exu é convocado para abrir os caminhos do show que está apenas começando. A resposta o público é imediata: todos cantam os pontos como se estes estivessem em suas memórias desde sempre. Um sucesso de Ângela Maria, Moça bonita, é transformado pela cantora, que parece em transe.
Jorge (Ben Jor) é invocado em Domingo 23 e depois, é a vez dos caboclos. Rita traz do passado não tão recente assim, Cavaleiro de Aruanda, sucesso de Roni Von e novamente o público canta em delírio. Xangô vem pelo som de Gilberto Gil em Babá Abapalá e outra das antigas: Xangô, O Vencedor, de Ruy Maurity. Neste momento o ritmo do show é quebrado por uma belíssima e lenta interpretação de Oração Ao Tempo (Caetano Veloso) – a entidade que nos cerca, que nos acompanha durante toda a nossa vida. Rita Ribeiro sabe das coisas.
Clara Nunes, que cantava e defendia os cultos afros se faz presente em A Deusa Dos Orixás. Gil e Caetano retornam em Iansã – e a lembrança de Maria Bethânia vem numa das melhores interpretações da noite. Ainda passam pelo terreiro do Rival Dorival Caymmi (Rainha do Mar), Gerônimo e Vevé Calanzans (É D´Oxum), Wilson Moreira e Ney Lopes (Coisa da Antiga), Antônio Vieira (Cocada). Rita termina o show com Jurema, um 'ponto' que ela gravou em seu primeiro disco. O transe de faz presente novamente de forma impressionante.
Terminada a sessão, ou melhor, o show, saímos do Rival pensando porque o espetáculo ainda não foi registrado. Rita Ribeiro é uma grande cantora, que pensa, que sabe o que quer – e o que ela não quer é entrar no esquema "cantora-que-grita-e-só-fala-de-amores-perdidos". Rita não se encaixa no padrão vigente da MPB. Talvez por isso as gravadoras não consigam enxergar seu talento. Por favor, que venham o disco e o DVD de Tecnomacumba !
Este texto foi publicado no Jornal O Dia, em 18 de setembro de 2005. Desde então, Rita (foto de Emir Penna) vem aprimorando o espetáculo em cada apresentação. Se o DVD (ainda) não apareceu, vamos comemorar o lançamento do CD Tecnomacumba, distribuído pela gravadora Biscoito Fino, neste sábado, a partir das 22h, na Fundição Progresso.
Comentários
Parabens pelo Blog! Neste caso é sempre bom imitar Cesar Maia!
Abraço
Marcelo Aouila