Lançado em 1972, ‘Se dependesse de mim’ marcou a estreia de Wilson Simonal na gravadora Philips. Ídolo inconteste nos anos 1960, Simonal buscava renovação. Para isso, os produtores Nelson Motta e Roberto Menescal optaram por um repertório essencialmente contemporâneo. A faixa-título (Ivan Lins/Ronaldo Monteiro de Souza) traz versos simbólicos para o momento vivido por Simonal, como “Quero brisas e nunca vendavais”. O samba ‘Noves fora’ (Belchior/Fagner), gravado por Elis Regina, mas deixado de fora de seu LP de 1972, ganhou versão cheia de suingue de Simonal. ‘Expresso 2222’ (Gilberto Gil) circulava na voz de seu compositor e teve seu segundo registro, cujo arranjo passeia por diferentes ritmos. A melodiosa ‘Irmãos de sol’ (Marcos/Paulo Sérgio Valle) intui futuros dias mais bonitos. Em ‘Maria’ (Francis Hime/Vinicius de Moraes), Simonal revive a canção que defendeu ...
Jair Rodrigues lançou o álbum ‘Orgulho de um sambista’ pela gravadora Philips em 1973. O samba vivia um momento de revalorização no início da década de 1970 e Jair era um dos principais intérpretes do gênero desde seu disco de estreia, ‘O samba como ele é’ (1964). Em ‘Orgulho de um sambista’, o paulista de Igarapava pôs sua voz poderosa, sua ginga e sua alegria inconfundíveis a serviço de um expressivo repertório. Do conterrâneo Gilson de Souza, Jair gravou quatro composições marcadas por certa melancolia: ‘Sou da madrugada’ (Gilson/ Wando), ‘Carnaval não envelhece’, ‘Folia, carnaval e cinzas’ (Gilson/ Jair Rodrigues) e a faixa-título do disco, que se tornou um sucesso nacional. Como dizia o poeta Vinicius de Moraes: “Pra fazer um samba com beleza, é preciso um bocado de tristeza” – e a mistura de samba, folia e tristeza rendeu outros belos momentos, como ‘Certeza’ (Beto Scala/ São Beto), ‘Estrela do morro’ (Edil Pacheco/ Paulinho Diniz) e o pot-pourri com ‘Ninguém sofre mais...